RESUMO
RESUMO Objetivo: Definir o perfil epidemiológico e os principais determinantes de morbimortalidade dos pacientes cirúrgicos não cardíacos de alto risco no Brasil. Métodos: Estudo prospectivo, observacional e multicêntrico. Todos os pacientes cirúrgicos não cardíacos admitidos nas unidades de terapia intensiva, ou seja, considerados de alto risco, no período de 1 mês, foram avaliados e acompanhados diariamente por, no máximo, 7 dias na unidade de terapia intensiva, para determinação de complicações. As taxas de mortalidade em 28 dias de pós-operatório, na unidade de terapia intensiva e hospitalar foram avaliadas. Resultados: Participaram 29 unidades de terapia intensiva onde foram realizadas cirurgias em 25.500 pacientes, dos quais 904 (3,5%) de alto risco (intervalo de confiança de 95% - IC95% 3,3% - 3,8%), tendo sido incluídos no estudo. Dos pacientes envolvidos, 48,3% eram de unidades de terapia intensiva privadas e 51,7% de públicas. O tempo de internação na unidade de terapia intensiva foi de 2,0 (1,0 - 4,0) dias e hospitalar de 9,5 (5,4 - 18,6) dias. As taxas de complicações foram 29,9% (IC95% 26,4 - 33,7) e mortalidade em 28 dias pós-cirurgia 9,6% (IC95% 7,4 - 12,1). Os fatores independentes de risco para complicações foram Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3; razão de chance − RC = 1,02; IC95% 1,01 - 1,03) e Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA) da admissão na unidade de terapia intensiva (RC =1,17; IC95% 1,09 - 1,25), tempo de cirurgia (RC = 1,001; IC95% 1,000 - 1,002) e cirurgias de emergências (RC = 1,93; IC95% 1,10 - 3,38). Em adição, foram associados com mortalidade em 28 dias idade (RC = 1,032; IC95% 1,011 - 1,052) SAPS 3 (RC = 1,041; IC95% 1,107 - 1,279), SOFA (RC = 1,175; IC95% 1,069 - 1,292) e cirurgias emergenciais (RC = 2,509; IC95% 1,040 - 6,051). Conclusão: Pacientes com escores prognósticos mais elevados, idosos, tempo cirúrgico e cirurgias emergenciais estiveram fortemente associados a maior mortalidade em 28 dias e mais complicações durante permanência em unidade de terapia intensiva.
ABSTRACT Objective: To define the epidemiological profile and the main determinants of morbidity and mortality in noncardiac high surgical risk patients in Brazil. Methods: This was a prospective, observational and multicenter study. All noncardiac surgical patients admitted to intensive care units, i.e., those considered high risk, within a 1-month period were evaluated and monitored daily for a maximum of 7 days in the intensive care unit to determine complications. The 28-day postoperative, intensive care unit and hospital mortality rates were evaluated. Results: Twenty-nine intensive care units participated in the study. Surgeries were performed in 25,500 patients, of whom 904 (3.5%) were high-risk (95% confidence interval - 95%CI 3.3% - 3.8%) and were included in the study. Of the participating patients, 48.3% were from private intensive care units, and 51.7% were from public intensive care units. The length of stay in the intensive care unit was 2.0 (1.0 - 4.0) days, and the length of hospital stay was 9.5 (5.4 - 18.6) days. The complication rate was 29.9% (95%CI 26.4 - 33.7), and the 28-day postoperative mortality rate was 9.6% (95%CI 7.4 - 12.1). The independent risk factors for complications were the Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3; odds ratio - OR = 1.02; 95%CI 1.01 - 1.03) and Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA) on admission to the intensive care unit (OR = 1.17; 95%CI 1.09 - 1.25), surgical time (OR = 1.001, 95%CI 1.000 - 1.002) and emergency surgeries (OR = 1.93, 95%CI, 1.10 - 3.38). In addition, there were associations with 28-day mortality (OR = 1.032; 95%CI 1.011 - 1.052), SAPS 3 (OR = 1.041; 95%CI 1.107 - 1.279), SOFA (OR = 1.175, 95%CI 1.069 - 1.292) and emergency surgeries (OR = 2.509; 95%CI 1.040 - 6.051). Conclusion: Higher prognostic scores, elderly patients, longer surgical times and emergency surgeries were strongly associated with higher 28-day mortality and more complications during the intensive care unit stay.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Complicações Pós-Operatórias/epidemiologia , Mortalidade Hospitalar , Brasil , Estudos Prospectivos , Medição de Risco , Unidades de Terapia IntensivaRESUMO
Este estudo objetivou descrever o perfil de susceptibilidade de A. baumannii e P. aeruginosa, analisar a tendência à resistência bacteriana e o consumo de antimicrobianos. Pesquisa retrospectiva, descritiva e transversal desenvolvida nas unidades de terapia intensiva para adultos em um hospital público de ensino de grande porte, conveniado com o Sistema Único de Saúde. Foram identificados 121 casos de infecções por P. aeruginosa e A. baumannii. A taxa média inicial de resistência foi alta para ambos os microrganismos. Houve um aumento significativo na resistência para amicacina em A. baumannii. Nas infeções por P. aeruginosa ouve aumento no consumo de amicacina, imipenem e piperacilina-tazobactam e imipenem nas infecções por A. baumannii. Não houve correlação entre a resistência bacteriana e o consumo de antimicrobianos. A mortalidade e o tempo de permanência foram maiores no grupo em estudo e a resistência bacteriana foi elevada. Houve aumento no consumo de amicacina, imipenem e piperacilina-tazobactam...
The objective of this study was to describe the susceptibility of A. baumannii and P. aeruginosa, analyze the trend in bacterial resistance and use of antimicrobial agents. This retrospective, descriptive, cross-sectional study was performed in the adult intensive care units of a large-scale public teaching hospital, within the Brazilian Unified Health System (SUS). A total of 121 cases of infection by P. aeruginosa and A. baumannii were identified. A high mean initial resistance rate was observed for both microorganisms. A significant increase was observed in resistance to amikacin in A. baumannii. There was an increase in the consumption of amikacin, imipenem, and piperacillin-tazobactam in P. aeruginosa infections, and of imipenem in A. baumannii infections. No correlation was found between bacterial resistance and antimicrobial use. Higher mortality rates and longer length of stay were observed in the studied group, and bacterial resistance was high. Furthermore, there was an increase in the use of amikacin, imipenem and piperacillin-tazobactam...
Se objetivó describir el perfil de susceptibilidad de A. baumannii y P. aeruginosa, analizar la tendencia a la resistencia bacteriana y el consumo de antimicrobianos. Investigación retrospectiva, descriptiva, transversal, desarrollada en unidades de terapia intensiva adultos de un hospital público, de enseñanza y gran porte, con convenio con el Sistema Único de Salud. Fueron identificados 121 casos de infecciones por P. aeruginosa y A. baumannii. La tasa promedio inicial de resistencia fue alta para ambos microorganismos. Hubo un aumento significativo en la resistencia para amikacina en A. baumannii. En infecciones por P. aeruginosa hubo aumento de consumo de amikacina, imipenem y piperacilina-tazobactam, e imipenem en infecciones por A. baumannii. No existió correlación entre la resistencia bacteriana y el consumo de antimicrobianos. La mortalidad y el tiempo de permanencia fueron mayores en el grupo en estudio, y la resistencia bacteriana fue elevada. Hubo aumento de consumo de amikacina, imipenem y piperacilina-tazobactam...
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Acinetobacter baumannii , Resistência a Medicamentos , Infecção Hospitalar/microbiologia , Pseudomonas aeruginosa , Anti-InfecciososRESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Apesar do sintoma dor ser considerado o 5º sinal vital e seu controle influenciar positivamente na boa evolução dos pacientes, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás não dispõe de um serviço de tratamento das síndromes álgicas. O objetivo deste estudo foi por meio de um projeto piloto estruturar o Serviço de Dor neste hospital, por meio de palestras educativas, bem como orientar os médicos residentes no diagnóstico e tratamento das síndromes álgicas.MÉTODO: O projeto se desenvolveu em três etapas: educação, avaliação dos pacientes selecionados e análise dos dados. Foram realizadas cinco aulas para os médicos residentes e antes do início da aula eles responderam um questionário confidencial sobre conhecimentos básicos, avaliação e tratamento da dor. Na segunda etapa, uma equipe de dois médicos residentes de Anestesiologia e dois anestesiologistas com formação complementar em dor foi estruturada para atender e orientar o tratamento do paciente com dor. Na terceira etapa foram analisadas as fichas e os resultados foram estratificados e analisados, sendo os resultados apresentados em percentuais. RESULTADOS: Apenas 37% dos residentes referiram possuir algum estágio ou formação em terapêutica da dor, 68,9% referiram que usavam rotineiramente algum método de avaliação da dor e apenas 3,4% deles não conheciam a escala analógica visual, sendo que a dor como 5º sinal pela ainda não é rotina e, respectivamente, 70% e 81% dos médicos prescrevem rotineiramente opioides e anti-inflamatórios não esteroides (AINES) de horário. Todos concordaram que o tratamento da dor é fundamental para a boa evolução dos pacientes.CONCLUSÃO: O projeto mostrou a necessidade de educação sobre a fisiopatologia e terapêutica da dor e da estruturação do Serviço de Dor no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Although pain being considered the fifth vital sign and controlling it influences positive evolution of patients, Clinicas Hospital, Federal University of Goiás does not have a service to manage painful syndromes. This study aimed at structuring a Pain Service in this hospital through a pilot project, educational presentations as well as at orienting resident physicians on how to diagnose and manage painful syndromes.METHOD: The project was developed in three stages: education, evaluation of selected patients and data analysis. Five classes were ministered to resident physicians and before beginning of the class they have answered a confidential questionnaire about basic pain knowledge, evaluation and management. In the second stage, a team of two Anesthesiology resident physicians and two anesthesiologists with additional qualification in pain was structured to assist and orient the treatment of painful patients. In the third stage records were analyzed, results were stratified and analyzed and results were presented in percentages. RESULTS: Only 37% of residents have referred some training or qualification in pain therapy, 68.9% have referred routine use of some pain evaluation method and only 3.4% of them were not familiar with the visual analog scale. Pain as the fifth vital sign is still not routine and, respectively, 70% and 81% of physicians routinely prescribe opioids and time non steroid anti-inflammatory drugs (NSAIDS). All agreed that pain management is paramount for the positive evolution of patients.CONCLUSION: The project has unveiled the need for education on pain pathophysiology and therapy and for the structuring of the Pain Service in the Clinicas Hospital, Federal University of Goiás