RESUMO
Sepse e choque séptico são problemas graves prevalentes nas unidades de cuidados intensivos, responsáveis por mais de 40% da mortalidade nesse cenário. O reconhecimento e o manuseio adequado da disfunção miocárdica induzida pela sepse são de suma importância para o tratamento correto e para que, provavelmente, tenham impacto em índices de mortalidade. O objetivo do presente artigo é revisar a definição, mecanismos fisiopatológicos, possíveis tratamentos e pesquisas atuais sobre o assunto, segundo uma análise crítica. Mecanismos de sinalização celular envolvidos na depressão miocárdica não estão completamente elucidados. Distúrbios da homeostase de cálcio, fatores cardiodepressores circulantes, mediadores inflamatórios, óxido nítrico e apoptose agem em sinergia e levam a uma grave depressão da função cardíaca. O diagnóstico de disfunção miocárdica durante a sepse tem um prognóstico pior e maior mortalidade. A depressão miocárdica desempenha papel importante na morbimortalidade de pacientes criticamente doentes. Pesquisas recentes nessa área devem evoluir e logo novas terapias potenciais poderão modificar os índices de mortalidade desta condição.