RESUMO
Realizou-se um estudo epidemiológico descritivo da mortalidade por homicídios em países da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia e México) de 1990 a 2007. Analisam-se óbitos por causas externas e homicídios, codificados nas 9ª. e 10ª. revisões da Classificação Internacional de Doenças/CID, considerando-se sexo, faixa etária e meio usado na agressão. Apresentam-se números, proporções e taxas ajustadas de mortalidade por homicídios. Usou-se o modelo de regressão linear na tendência das taxas de homicídios por grupos etários. No período, os países contabilizaram 4.086.216 mortes por causas externas e 1.432.971 homicídios. Na Argentina as causas externas cresceram 54,5%, mas diminuíram nos demais (37% no México; 31,8% na Colômbia e 8,1% no Brasil). As razões de mortalidade por homicídios para ambos os sexos foram de 9,1 na Colômbia, 4,4 no Brasil e 1,6 no México, tomando-se as taxas da Argentina como referência. A evolução das taxas de homicídios por faixa etária e sexo mostrou-se distinta nos países: em todos os grupos etários foi crescente no Brasil e decrescente na Colômbia. Destaca-se a necessidade de se priorizar os jovens do sexo masculino nas políticas públicas de atenção e prevenção e da região adotar políticas inclusivas, ampliar e consolidar sua democracia e os direitos dos seus habitantes.
This article is a descriptive epidemiological study of deaths by homicide in Latin American countries (Argentina, Brazil, Colombia and Mexico) from 1990 to 2007. Deaths due to external causes and homicides, as codified in the 9th and 10th revisions of the International Classification of Diseases/ICD, were analyzed considering sex, age and manner of assault. The numbers, ratios and adjusted rates for deaths by homicide are presented. A linear regression model was used to ascertain the trend of homicide rates by age group. During the period, 4,086,216 deaths from external causes and 1,432,971 homicides were registered in these countries. Deaths from external causes rose 54.5% in Argentina but fell in the other countries (37% in Mexico, 31.8% in Colombia, and 8.1% in Brazil). The ratio for deaths by homicide for both sexes was 9.1 in Colombia, 4.4 in Brazil and 1.6 in Mexico, using the Argentinian rates as a benchmark. There were differences in the evolution of homicide rates by age and sex in the countries: the rate rose in Brazil and fell in Colombia for all age groups. The need to prioritize young males in public policies related to health care and prevention is stressed, as well as the need for the region to adopt inclusive policies and broaden and consolidate democracy and the rights of inhabitants.
Assuntos
Adolescente , Adulto , Criança , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Homicídio/estatística & dados numéricos , Argentina/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Causas de Morte , Colômbia/epidemiologia , América Latina/epidemiologia , México/epidemiologiaRESUMO
This study estimated adherence to anti-hypertensive medication using three indirect methods and their combinations in a cohort of patients with resistant hypertension in Rio de Janeiro, Brazil, 2005. The methods used were: self-reported adherence; physicians' adherence evaluation; and the Morisky-Green test (MGT) translated into Portuguese. The predictive validation was performed comparing office blood pressure and ambulatory blood pressure monitoring, measured on two different occasions, from patients classified as adherent or not. The means were compared using non-parametric tests. Two hundred patients were interviewed. Mean age was 63 years (SD = 10.3), and 73.5% were female. Adherence prevalence was 51% using MGT, 52% according to the physician, and 80.5% according to the patient. Adherent patients showed a reduction in both office blood pressure and ambulatory blood pressure, while non-adherent patients did not. The use of more than one method to evaluate adherence showed that non-adherent individuals according to the three methods (11.9%) had the worst evolution in blood pressure levels. This finding suggests that resistant hypertension cannot be attributed exclusively to low adherence.
Assuntos
Anti-Hipertensivos/uso terapêutico , Hipertensão/tratamento farmacológico , Cooperação do Paciente/estatística & dados numéricos , Adulto , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial , Estudos de Coortes , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Prevalência , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
O estudo estimou a adesão ao tratamento anti-hipertensivo farmacológico utilizando-se três métodos indiretos em uma coorte de hipertensos resistentes no Rio de Janeiro, Brasil, 2005. Os métodos foram: avaliação pelo paciente; avaliação do médico; teste de Morisky-Green (TMG) adaptado para a língua portuguesa. Foi realizada validação preditiva comparando-se a diferença tanto de pressões de consultório como de monitorização de 24 horas (MAPA), em duas ocasiões, de pacientes com e sem adesão. As médias de pressões entre os grupos foram comparadas usando-se testes não-paramétricos. Foram entrevistados 200 pacientes com idade média de 63 anos (DP = 10,3), 73,5 por cento do sexo feminino. A prevalência de adesão foi de 51 por cento pelo TMG, 52 por cento pelo médico e 80,5 por cento pelo paciente. Ocorreram reduções das pressões arteriais de consultório e na MAPA dos pacientes com adesão por todos os métodos, mas não para os não-aderentes. O emprego de mais de um método para avaliação da adesão mostrou que indivíduos não-aderentes pelos três métodos (11,9 por cento) tiveram pior evolução dos níveis tensionais. Esse achado sugere que a hipertensão resistente não pode ser atribuída unicamente à baixa adesão.
This study estimated adherence to anti-hypertensive medication using three indirect methods and their combinations in a cohort of patients with resistant hypertension in Rio de Janeiro, Brazil, 2005. The methods used were: self-reported adherence; physicians' adherence evaluation; and the Morisky-Green test (MGT) translated into Portuguese. The predictive validation was performed comparing office blood pressure and ambulatory blood pressure monitoring, measured on two different occasions, from patients classified as adherent or not. The means were compared using non-parametric tests. Two hundred patients were interviewed. Mean age was 63 years (SD = 10.3), and 73.5 percent were female. Adherence prevalence was 51 percent using MGT, 52 percent according to the physician, and 80.5 percent according to the patient. Adherent patients showed a reduction in both office blood pressure and ambulatory blood pressure, while non-adherent patients did not. The use of more than one method to evaluate adherence showed that non-adherent individuals according to the three methods (11.9 percent) had the worst evolution in blood pressure levels. This finding suggests that resistant hypertension cannot be attributed exclusively to low adherence.