RESUMO
O presente trabalho descreve o atendimento de um grupo de mulheres vítimas de violência sexual estupro realizado em um hospital público de Porto Alegre, RS, Brasil. Os encontros foram quinzenais, ao longo de dez meses, sendo este um grupo aberto e composto, em média, por oito pacientes. O grupo foi coordenado por uma psicóloga com experiência em coordenação de grupos e por uma médica residente em psiquiatria que atuou como co-terapeuta. As sessões tiveram a duração de 75 minutos. A partir da evolução do grupo, constatou-se que esta modalidade de intervenção foi eficiente no tratamento desse grupo específico de pacientes com transtorno de estresse pós-traumático Observamos que o grupo ofereceu um espaço bastante adequado para as participantes, o que o torna um importante instrumento no atendimento de vítimas de violência sexual. Houve uma progressiva integração, em relação aos sentimentos e às identificações que cada uma dessas mulheres foi fazendo com o que era trazido pelas outras. A possibilidade de contar suas histórias em ambiente não-crítico e sentido como seguro foi constituindo, aos poucos, o espaço terapêutico, propiciando que um outro olhar o do grupo pudesse trazer novas imagens e novos significados ao trauma e à vida futura
The present article describes the psychological care of a group women who suffered sexual violence (rape), in a public hospital in Porto Alegre, RS, Brazil. These fortnightly meetings lasted for ten months. It was an open group, with an average of eight participants. The group was coordinated by a group psychotherapy psychologist, and by a psychiatry resident as co-therapist. The sections lasted 75 minutes. Due to the development of the group, this modality of intervention was proved to be effective in the treatment of the post-traumatic stress disorder patients. The group provided a singular space for the participants, wich would be hardly found in a non-therapeutic environment or in an individual treatment. These women progressively became more integrated and identified with each other's feelings. The possibility of telling their stories in a non-critical and secure environment helped them to build a therapeutic atmosphere and to create the possibility of a new look - the group one -providing, therefore, new meanings to the trauma suffered and their future lives
Assuntos
Psicoterapia de Grupo , Delitos Sexuais , Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos , EstuproRESUMO
O presente trabalho descreve o atendimento de um grupo de mulheres vítimas de violência sexual estupro realizado em um hospital público de Porto Alegre, RS, Brasil. Os encontros foram quinzenais, ao longo de dez meses, sendo este um grupo aberto e composto, em média, por oito pacientes. O grupo foi coordenado por uma psicóloga com experiência em coordenação de grupos e por uma médica residente em psiquiatria que atuou como co-terapeuta. As sessões tiveram a duração de 75 minutos. A partir da evolução do grupo, constatou-se que esta modalidade de intervenção foi eficiente no tratamento desse grupo específico de pacientes com transtorno de estresse pós-traumático. Observamos que o grupo ofereceu um espaço bastante adequado para as participantes, o que o torna um importante instrumento no atendimento de vítimas de violência sexual. Houve uma progressiva integração, em relação aos sentimentos e às identificações que cada uma dessas mulheres foi fazendo com o que era trazido pelas outras. A possibilidade de contar suas histórias em ambiente não-crítico e sentido como seguro foi constituindo, aos poucos, o espaço terapêutico, propiciando que um outro olhar o do grupo pudesse trazer novas imagens e novos significados ao trauma e à vida futura.
The present article describes the psychological care of a group women who suffered sexual violence (rape), in a public hospital in Porto Alegre, RS, Brazil. These fortnightly meetings lasted for ten months. It was an open group, with an average of eight participants. The group was coordinated by a group psychotherapy psychologist, and by a psychiatry resident as co-therapist. The sections lasted 75 minutes. Due to the development of the group, this modality of intervention was proved to be effective in the treatment of the post-traumatic stress disorder patients. The group provided a singular space for the participants, wich would be hardly found in a non-therapeutic environment or in an individual treatment. These women progressively became more integrated and identified with each other's feelings. The possibility of telling their stories in a non-critical and secure environment helped them to build a therapeutic atmosphere and to create the possibility of a new look - the group one -providing, therefore, new meanings to the trauma suffered and their future lives.
Assuntos
Psicoterapia de Grupo , Estupro , Delitos Sexuais , Transtornos de Estresse Pós-TraumáticosRESUMO
Examinam-se os problemas na pesquisa em psicoterapia de orientação psicanalítica (POP), diante da remedicalização da psiquiatria e das controvérsias na literatura quanto à sua eficácia e efetividade. Discutem-se as aspirações contemporâneas de abolir rapidamente conflito, dor e sofrimento, opostas, em boa medida, ao método, técnica e duração dessa terapêutica. Como medir eficácia e efetividade em POP? Qual o papel dos diferentes modelos de relação mente-cérebro subjacentes às pesquisas em psicofarmacoterapia e POP? Foi feito um sumário das diferenças entre os paradigmas clássico, linear e novo desta complexidade, com destaque para a crítica de Mandell ao modelo linear na pesquisa com psicofármacos. Caracterizam-se os problemas éticos e bioéticos derivados das transformações na medicina e na psiquiatria (AU)
Assuntos
Terapia Psicanalítica/normas , Terapia Psicanalítica/tendências , Transtornos Mentais/terapia , Avaliação de Processos e Resultados em Cuidados de Saúde , Pesquisa , Psiquiatria/ética , Bioética , Ética MédicaRESUMO
Examinam-se os problemas na pesquisa em psicoterapia de orientação psicanalítica (POP), diante da remedicalização da psiquiatria e das controvérsias na literatura quanto à sua eficácia e efetividade. Discutem-se as aspirações contemporâneas de abolir rapidamente conflito, dor e sofrimento, opostas, em boa medida, ao método, técnica e duração dessa terapêutica. Como medir eficácia e efetividade em POP? Qual o papel dos diferentes modelos de relação mente-cérebro subjacentes às pesquisas em psicofarmacoterapia e POP? Foi feito um sumário das diferenças entre os paradigmas clássico, linear e novo desta complexidade, com destaque para a crítica de Mandell ao modelo linear na pesquisa com psicofármacos. Caracterizam-se os problemas éticos e bioéticos derivados das transformações na medicina e na psiquiatria