RESUMO
Este artigo discute o tema violências e escola, com base em pesquisa de levantamento realizada em 13 escolas públicas estaduais de Chapecó (SC), por meio da aplicação de questionário a 693 estudantes do ensino fundamental e médio, 147 professores e 123 famílias. São apresentadas as percepções dos participantes quanto à existência de agressões verbais, ameaças, agressões físicas, assédio sexual, danificação do patrimônio escolar, uso e tráfico de drogas, furtos e presença de aluno armado. A presença das práticas violentas no espaço escolar foi investigada nas relações entre alunos, alunos e professores, alunos e funcionários e professores/funcionários e familiares. Os dados analisados destacam a presença significativa de agressão verbal, ameaças, agressões físicas leves e furtos, entre alunos; danificação e furto de materiais e equipamentos da escola e apontam a existência menos frequente de agressões verbais e ameaças entre alunos e professores. Os resultados da pesquisa possibilitam identificar a necessidade de realização de pesquisas complementares para investigar singularidades presentes em cada escola, no que diz respeito às violências mapeadas. Podem ser utilizados, ainda, como dispositivos de intervenção do psicólogo na escola, para mobilizar os diferentes atores e contribuir para a reflexão de questões que atravessam a comunidade escolar, como o desafio de construir relações de respeito e cooperação entre os seus membros e de criar dispositivos de socialização e educação que contemplem outros modos de lidar com o conflito.
This article discusses the issue of violence and school, based on a survey research made in 13 public state schools in Chapecó (SC). A questionnaire was and 693 students of basic and high levels, 147 teachers and 123 families answered it. Perceptions about the occurrence of verbal aggression, threats, physical aggression, sexual harassment, destruction of school items, use and traffic of drugs, thefts and presence of armed students are shown in this study. The occurrence of violent practices at school was investigated in relations between students and also between students and teachers, students and employees and teachers/employees and student family members. The analysed data indicate a significant occurrence of verbal aggression, threats, light physical aggression and thefts among students, damage and theft of school materials and equipment. The data also show a smaller frequency of verbal aggressions and threats between students and teachers. The results of the research allow identifying the need to make additional studies in order to investigate the singularities of each school in what concerns to mapped ways of violence. That information may also be used as intervention devices by the school psychologist to mobilize different actors. It also contributes to think about the issues that cross school communities, such as the challenge of constructing relationships based in respect and cooperation among members and the creation of socialization and educational devices that contemplate alternative ways to deal with conflict.
Assuntos
Criança , Adolescente , Educação , Instituições Acadêmicas , Psicologia , Violência , Psicologia EducacionalRESUMO
Este artigo discute o tema violências e escola, com base em pesquisa de levantamento realizada em 13 escolas públicas estaduais de Chapecó (SC), por meio da aplicação de questionário a 693 estudantes do ensino fundamental e médio, 147 professores e 123 famílias. São apresentadas as percepções dos participantes quanto à existência de agressões verbais, ameaças, agressões físicas, assédio sexual, danificação do patrimônio escolar, uso e tráfico de drogas, furtos e presença de aluno armado. A presença das práticas violentas no espaço escolar foi investigada nas relações entre alunos, alunos e professores, alunos e funcionários e professores/funcionários e familiares. Os dados analisados destacam a presença significativa de agressão verbal, ameaças, agressões físicas leves e furtos, entre alunos; danificação e furto de materiais e equipamentos da escola e apontam a existência menos frequente de agressões verbais e ameaças entre alunos e professores. Os resultados da pesquisa possibilitam identificar a necessidade de realização de pesquisas complementares para investigar singularidades presentes em cada escola, no que diz respeito às violências mapeadas. Podem ser utilizados, ainda, como dispositivos de intervenção do psicólogo na escola, para mobilizar os diferentes atores e contribuir para a reflexão de questões que atravessam a comunidade escolar, como o desafio de construir relações de respeito e cooperação entre os seus membros e de criar dispositivos de socialização e educação que contemplem outros modos de lidar com o conflito.
This article discusses the issue of violence and school, based on a survey research made in 13 public state schools in Chapecó (SC). A questionnaire was and 693 students of basic and high levels, 147 teachers and 123 families answered it. Perceptions about the occurrence of verbal aggression, threats, physical aggression, sexual harassment, destruction of school items, use and traffic of drugs, thefts and presence of armed students are shown in this study. The occurrence of violent practices at school was investigated in relations between students and also between students and teachers, students and employees and teachers/employees and student family members. The analysed data indicate a significant occurrence of verbal aggression, threats, light physical aggression and thefts among students, damage and theft of school materials and equipment. The data also show a smaller frequency of verbal aggressions and threats between students and teachers. The results of the research allow identifying the need to make additional studies in order to investigate the singularities of each school in what concerns to mapped ways of violence. That information may also be used as intervention devices by the school psychologist to mobilize different actors. It also contributes to think about the issues that cross school communities, such as the challenge of constructing relationships based in respect and cooperation among members and the creation of socialization and educational devices that contemplate alternative ways to deal with conflict.