RESUMO
Foram examinadas para pesquisa de Campylobacter, 102 amostras de fezes de cäes de ambulatório com diarréia (0 - 12 meses de idade) e 102 amostras de cäes errantes sem diarréia (com idade indeterminada). No grupo com diarréia, o Campylobacter foi isolado em 46 por cento dos animais, notando-se tendência nos cäes de até cinco meses de idade estarem amis acometidos pelo microorganismo (72 por cento) e de 6 por cento nos com apenas uma semana de vida. As 47 estirpes isoladas dos cäes com diarréia foram classificadas como sendo: C. jejuni biotipo1 (49 por cento); C. jejuni biotipo2 (11 por cento); C. jejuni/coli (19 por cento); C. cli (8.5 por cento), NARTC - grupo (8.5 por cento) e C. sputorum (4 por cento). No grupo sem diarréia a incidência foi de 28 por cento sendo as 27 estirpes isoladas classificadas como: C. jejuni biotipo1 (34 por cento) e biotipo2 (28 por cento); C. jejuni/coli (24 por cento) e C. coli (14 por cento). Nas provas bioquímicas, o teste de tolerância a 1 por cento de glicina falhou em 45 por cento das estirpes classificadas fenotipicamente como C. jejuni e três estirpes näo reduziram o selenito de sódio. Duas estirpes do NARTC-grupo, mostraram ainda reaçöes fenotípicas cruzadas com C. jejuni e C. coli e duas de C. jejuni também cresceram a 25ºC. As 76 estirpes isoladas foram sensíveis à gentamicina, à nitrofurantoína e à neomicina e resistentes à oxacilina e à penicilina. Para as 16 drogas restantes testadas a resistência bacteriana variou entre 8 por cento e 73 por cento das amostras. A presença de Campylobacter nos cäes pode evidenciar o risco de infecçäo ao homem, sendo por esse fato a campilobacteriose também freqüentemente citada como importante zoonose.