RESUMO
Este artigo levanta questões sobre uma prática de psicanálise em extensão. Descreve a construção do dispositivo clínico Tá na Roda que visa tornar o grupo um entorno maleável capaz de acolher, conter e quem sabe ajudar a metabolizar experiências de sofrimento. A partir de Green, salientamos como a prática clínica em instituições se dá, necessariamente, imersa num entrelaçamento de enquadres e transferências. Na parte final, através da descrição da dinâmica de um atendimento singular nos aproximamos da riqueza e dos desafios característicos deste tipo de trabalho.(AU)
This article raises questions from a psychoanalysis practice in extension. It describes the construction of the clinical device Tá na Roda that aims at making the group a malleable environment ableto welcoming, containing and perhaps helping to metabolize experiences of suffering. After Green, we understand how practice in instiutions is necessarily immersed in an interweaving of transferences and framing up. In the final part, through the description of the dynamics of a series of meetings, we approach the wealth of processes and challenges characteristic of this kind of work.(AU)
Assuntos
Humanos , PsicanáliseRESUMO
Neste trabalho partimos da ideia de que a abordagem psicanalítica dos estados fronteiriços, ligados a impasses no processo de separação, se apoia em uma dupla extensão que, por sua vez, é precedida pelas dificuldades impostas de saída pelas crianças à técnica psicanalítica. Discorremos sobre o estabelecimento da temática de nossa pesquisa, assim como sobre os critérios de inclusão dos casos atendidos em seu contexto. Analisamos certas particularidades da instituição em que a pesquisa está inserida e certas características do funcionamento do espaço onde os atendimentos têm lugar, buscando refletir sobre alguns atravessamentos da nossa prática clínica pelos aspectos enfocados. Em tal análise, questões relativas ao enquadre assumem relevo e nos encaminham ao exame daquilo que René Roussillon propõe a respeito do processo de simbolização e do jogo do enquadre analítico.(AU)
In this paper we depart from the idea that the psychoanalytical approach of borderline states, articulated to issues in the separation process, leans itself on a double extension that, in turn, is preceded by the difficulties imposed from the start by children on psychoanalytical technique. We talk about the establishment of our researchs thematic as well as about the inclusion criteria of the cases consulted in the researchs context. We analyze certain particularities of the institution in which the research is inserted and certain functioning features of the space where the consultations occur, seeking to reflect about some effects on our clinical practice by the focused aspects. In this analysis, questions regarding the setting stand out and lead us to the exam of René Roussillons propositions about the symbolization process and the analytical settings play.(AU)
En este trabajo partimos de la idea de que el abordaje psicoanalítico de los estados fronterizos, ligados a impasses en el proceso de separación, se apoya en una dupla extensión, y que ésta, a su vez, es precedida por las dificultades impuestas de antemano por los niños a la técnica psicoanalítica. Discurrimos sobre el establecimiento de la temática de nuestra investigación, como también sobre los criterios de inclusión de los casos atendidos en su contexto. Analizamos ciertas particularidades de la institución en la cual la investigación se encuentra inserta y ciertas características del funcionamiento del espacio en el cual se realizan las consultas, buscando reflexionar sobre algunos cruzamientos de nuestra práctica clínica por los aspectos enfocados. Cuestiones relativas al encuadre ganan importancia en este análisis y nos encaminan al examen de lo que René Roussillon propone a respecto del proceso de simbolización y del juego del encuadre analítico.(AU)
RESUMO
O texto destaca a importância de, no manejo clínico, se considerar o efeito da experiência das interpretações. Experiência que decorre da própria situação analítica que se estabelece como uma zona de interface e transicionalidade entre os dois parceiros acolhidos no setting analítico. O tema é ilustrado com o relato de uma sessão de uma paciente e tem como referência a Teoria sobre o Pensar de Bion (A theory of thinking), a noção de Eu-pele concebida por Didier Anzieu e a metapsicologia da clínica que essas teorias implicam
This paper emphazises the importance of considering how the patient experiences, resulting from interpretations, depends on the analytic situation. Taking Bion´s Theory of Thinking and Anzieu`s notion of Ego-skin as references, it illustrates the interactions held in analytical setting and theirs effects on a patient by the description of a session
Assuntos
Humanos , Psicanálise , Interpretação PsicanalíticaRESUMO
Neste ensaio sobre agorafobia busca-se colher, no campo psicanalítico, alguns subsídios que permitam pensar a relação entre espaço e angústia como terreno onde pode se desenvolver um quadro agorafóbico. Parte-se do princípio de que a construção do espaço, enquanto estruturacognitiva, é solidária ao processo de constituição do Eu e à possibilidade de abstração simbólica. Referido a autores como Francis Tustin, Didier Anzieu e Geneviève Haag, o texto resgata e desenvolve, por um lado, a idéia do aparelho psíquico como um espaço psíquico, e do próprio Eu como um invólucroque deve se constituir continente e protetor do mundo psíquico. E por outro lado, situa os primórdios do processo de constituição do Eu, isto é, das experiências vividas em nível corporal ao nascimento psíquico, como um terreno indispensável para uma cpmpreensão mais afinada da agorafobia(AU)
Gathering some information in the psychoanalytic field, this essay on agoraphobia is an attempt that allows us to think about the relationship between space and anguish as a field where you can develop an agoraphobic diagnostic. It is taken for granted that the space construction, as a cognitive structure, supports the process of construction of the Self and the possibiliity of a symbolic abstraction. Referring to authors as Francis Tustin, Didier Anzieu and Genevieve Haag, the text brings up and develops, on one hand, the idea of the psychic mechanism as a psychic space and the Self as a cover that shall become continent and protector of the psychic world. On the other hand, it places the very beginning of the Self-constitution process, i.e. the body level experience lived at the psychic birth, as an essential field to a more tuned up comprehension of agoraphobia(AU)