RESUMO
Objetivo: Discutir o processo de implantação de três Programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (PRM-MFC) em uma capital da Região Sudeste do Brasil na perspectiva da interface dos programas com a organização do sistema de saúde local. Método: Trata-se de um relato de experiência oriundo das vivências dos supervisores dos programas e da equipe técnica do município responsável pela gestão da integração ensino-serviço. Foi produzida uma narrativa significativa aos atores do processo em momento presencial coletivo. Uma matriz SWOT foi elaborada para elencar os fatores que influenciam a implementação dos PRM-MFC na rede de serviços. Resultados: Há três PRM-MFC em atividade no município, todos em estágio inicial de implementação, totalizando nove vagas de R1. Os residentes são beneficiados por uma rede de serviços bem estruturada, diversificada e informatizada, incluindo preceptores sensibilizados e um forte apoio multiprofissional. Contudo, há questões que dificultam esse processo, como a incipiente política de valorização da preceptoria, as insuficiências do modelo de atenção primária existente para a formação médica, as dificuldades na gestão compartilhada do processo e a pouca legitimidade da RM perante a comunidade e os trabalhadores do serviço. Conclusão: Há íntima relação entre o desenvolvimento da rede local de saúde, em particular da APS, com a qualidade do PRM. Assim, é fundamental ter em vista não apenas as questões pedagógicas, mas também todo um conjunto de dispositivos de gestão compartilhada e qualificação da rede de serviços.(AU)
Objective: Discuss the implementation process of three Medical Residency Programs in Family and Community Medicine (PRM-MFC) in a capital city of the Southeast Region of Brazil, in the perspective of the interface of the programs with the organization of the local health system. Method: This is an experience report from the experiences of the program supervisors and the technical team of the municipality responsible for integration of teaching-service. A significant narrative to the actors of the process was produced in a collective presencial moment. A SWOT matrix was developed to list the factors that influence the implementation of PRM-MFC in the health service network. Results: There are three PRM-MFC in activity in the municipality, all in the initial stage of implementation, totaling nine vacancies of R1. Residents are benefited by a well-structured, diversified and computerized service network, including sensitized preceptors and strong multi-professional support. However, there are issues that complicate this process, such as the incipient preceptory valorization policy, the insufficiencies of the existing primary care model for medical training, the difficulties in the shared management of the process, and the lack of legitimacy of RM before the community and service workers. Conclusion: There is an intimate relationship between the development of the local health care network, in particular APS, with the quality of the PRM. Thus, it is essential to look not only at pedagogical issues, but also at the whole set of shared management devices and qualification of the service network.(AU)
Objetivo: Discutir el proceso de implantación de tres Programas de Residencia Médica en Medicina de Familia y Comunidad (PRM-MFC) en una capital de la Región Sudeste de Brasil en la perspectiva de la interfaz de los programas con la organización del sistema de salud local. Método: Se trata de un relato de experiencia oriundo de las vivencias de los supervisores de los programas y del equipo técnico del municipio responsable por la gestión de la integración enseñanza-servicio. Se produjo una narrativa significativa a los actores del proceso en un momento presencial colectivo. Una matriz SWOT fue diseñada para definir los factores que influencian la implementación de los PRM-MFC en la red de servicios. Resultados: Hay tres PRM-MFC en actividad en el municipio, todos en etapa inicial de implementación, totalizando nueve vacantes de R1. Los residentes se benefician de una red de servicios bien estructurada, diversificada e informatizada, incluidos los preceptores sensibilizados y un fuerte apoyo multiprofesional. Sin embargo, hay cuestiones que dificultan este proceso, como la incipiente política de valorización del acompañamiento y orientación del preceptor, las insuficiencias del modelo de atención primaria existente para la formación médica, las dificultades en la gestión compartida del proceso y la poca legitimidad de la RM ante la comunidad y los trabajadores del servicio. Conclusión: Hay una relación íntima entre el desarrollo de la red local de salud, en particular de la APS, con la calidad del PRM. Así, es fundamental tener en cuenta no sólo las cuestiones pedagógicas, sino también todo un conjunto de dispositivos de gestión compartida y calificación de la red de servicios.(AU)