RESUMO
Entre janeiro de 1984 e dezembro de 1994 foram operados 560 pacientes com ferida abdominal penetrante por projétil de arma de fogo (PAF) no Serviço de Emergência (SE) do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF). Destes, 59 (10,53 por cento) apresentaram lesão esplênica (LE). Sete pacientes faleceram durante o ato cirúrgico. Dos 52 casos estudados, 94 por cento eram do sexo masculino e 86,5 por cento estavam na faixa etária compreendida entre 13 e 40 anos. A incisão utilizada foi a laparotomia mediana na totalidade dos pacientes. As lesões associadas intra-abdominais mais freqüentes foram no estômago em 25 casos (48,1 por cento), no diagragma em 19 casos (36,5 por cento) e no fígado em 14 (26,9 por cento). A lesão isolada do baço foi encontrada em sete casos (13,4 por cento). Em 48,1 por cento dos casos as lesões foram classificadas como graus II e III da escala de gravidade da Organ Injury Scaling (OIS) (13). A esplenectomia total (ET) foi realizada em 28 pacientes (53,8 por cento) e a cirurgia conservadora em 24 (46,1 por cento) O abscesso subfrênico foi a complicação pós-operatória mais encontrada, em três casos (6,67 por cento). Dois pacientes faleceram, sendo um por pancreatite e hemorragia pós-sutura das lesões esplênicas (SLE) e o outro por síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA). O tempo de permanência hospitalar variou entre cinco e 58 dias. A média de transfusão sangüínea foi de 4,6 unidades para pacientes co LE associada com outas lesões abdominais e de 0,9 unidade para pacientes com lesão isolada de baço.