RESUMO
presente estudo objetivou conhecer os limites e possibilidades referentes às orientações realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde ACS sobre a utilização de medicamentos pelas famílias atendidas pelas Estratégias de Saúde da Família ESF. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritivo-exploratória e de campo. Aplicou-se entrevista semiestruturada com15 ACS de oito unidades da Estratégia de Saúde da Família de um município do extremo sul de Santa Catarina. Os dados foram analisados pela categorização de dados. Os maiores problemas relatados pelas ACS na utilização das medicações pelas famílias foram relacionados a: armazenamento de medicação; automedicação; horário e quantidades incorretas;interação e reação adversa dos medicamentos; dificuldade de entendimento e adesão das famílias às orientações; e uso associado de plantas medicinais com medicações de uso contínuo. Sugere-se a partir dos resultados da pesquisa a capacitação das ACS para o uso racional de medicamentos, sendo que essa atividade poderá ser desenvolvida pelos farmacêuticos dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família NASF. A assistência farmacêutica na ESF pressupõe uma mediação entre o saber das ACS e o saber das famílias assistidas, o que implica a escuta atenta, diálogo mútuo, identificando as necessidades dos familiares e busca da formação de vínculos com a comunidade e o uso racional de medicamentos.
The present study aims to know the limits and possibilities on the instructions given by Community Health Agents ACSon the use of drugs by families assisted by the Family Health Strategy ESF. This is a qualitative, descriptive, exploratoryand field work. We applied half-structured interviews with 15 ACS from eight units of the Family Health Strategy in a cityin the southern end of Santa Catarina. Data were analysed and classified in categories. The major problems reported by ACS in the use of medications by families were related to: storage of medication; self-medication; schedule and incorrec amounts; interaction and adverse reaction of medicines; families having difficulties understanding instructions and adhesion to treatment; and the use of plant based drugs with continuous use medicine. It is suggested from the results of the research that ACS be trained for the rational use of medicines by families, and this activity may be developed by pharmacists from Family Health Support Nuclei NASF. Pharmaceutical care in FHS requires mediation between ACS knowledge and the knowledge of families assisted, which implies attentive listening, a real dialogue, identifying the needs of families and making efforts to create bonds with the community, and the rational use of medicines.