RESUMO
Objetivo: Medir a prevalência e avaliar fatores de risco para anemia. Métodos: Estudo transversal de base populacional, realizado em área urbana do Município de Criciúma (SC), Sul do Brasil. A populaçäo estudada foi constituída de uma amostra probabilística de 476 crianças menores de 3 anos. Para investigaçäo da associaçäo entre anemia e os fatores de risco. A coleta foi feita através de questionário pré-codificado, aplicado às mäes ou responsáveis pela criança, sendo a dosagem de hemoglobina feita com sangue periférico e a leitura imediata em hemoglobinômetro portátil. Resultados: A prevalência de anemia encontrada na amostra foi de 60,4 por cento pelo critério Brault-Dubuc e de 54 por cento pelo critério da OMS. A prevalência de anemia aumenta com a idade até os 18 meses, diminuindo após essa faixa etária, sendo menos prevalente com o aumento da escolaridade do pai e da renda familiar total. Entretanto, mesmo entre os 25 por cento com maior renda foi constatado que mais de 40 por cento das crianças estäo anêmicas. Na análise multivariada hierarquizada, permaneceram significativas apenas as variáveis de idade da criança, renda familiar e aglomeraçäo. Näo se mostram como fatores de risco para a anemia os antecedentes de saúde reprodutiva, a utilizaçäo dos serviços de saúde, peso ao nascer, aleitamento materno, antropometria e morbidade. Conclusöes: O estudo evidencia a força da desigualdade social na anemia, sendo que o risco que ela representa para a saúde e desenvolvimento intelectual das crianças exige açöes imediatas
Assuntos
Pré-Escolar , Humanos , Fatores de Risco , Anemia/epidemiologia , Prevalência , Estudos Transversais , Estudos de Amostragem , Fatores Etários , Fatores Socioeconômicos , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
Com o objetivo de descrever as principais características sócio-econômicas, biológicas e demográficas das crianças e famílias que participam ou participaram da Pastoral da Criança em relação à população urbana do Município de Criciúma-SC , realizou-se um estudo transversal de base populacional, com uma amostra probabilística de 2.208 crianças menores de três anos. Verificou-se que 16,7 por cento das mães estudadas afirmaram ter participado alguma vez da Pastoral; destas, 4,8 por cento ainda o fazem, havendo as restantes abandonado o acompanhamento. Crianças com mais de 12 meses, negras, com dois ou mais irmãos mais velhos, tiveram maior freqüência de participação. Os principais fatores familiares associados à participação foram idade materna acima dos 25 anos, o fato de a mãe não trabalhar fora de casa, renda per capita baixa, menor escolaridade dos pais, tempo de moradia no bairro superior a quatro anos e morte de filho menor de cinco anos. A migração, a falta de tempo e a interrupção das atividades pela Pastoral foram os principais motivos alegados para o abandono. Concluiu-se que a Pastoral deveria priorizar os mais pobres dos pobres e adotar medidas para reduzir a taxa de abandono
Assuntos
Criança , Pré-Escolar , Humanos , Adulto , Lactente , Feminino , Recém-Nascido , Adolescente , Cuidado da Criança , Assistência Religiosa/organização & administração , População Urbana , População Negra , Brasil , Cuidado da Criança/métodos , Cuidado da Criança/organização & administração , Criança Abandonada , Estudos Transversais , Escolaridade , População Branca , Avaliação de Programas e Projetos de Saúde , Religião , Classe Social , Fatores Socioeconômicos , Saúde da População UrbanaRESUMO
Milhares de crianças menores de 5 anos ainda morren em todo o mundo devido a doenças preveníveis. As intervençoes comunitárias que enfatizam cuidados primários de saúde e nutriçao têm sido apontadas como uma das soluçoes para superar este problema. O presente trabalho descreve um estudo transversal, de base populacional, cujo objetivo foi avaliar se crianças e maes acompanhadas pela Pastoral da Criança, entidade ligada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e que atua junto a comunidades carentes, apresentam melhores indicadores de saúde e conhecimento sobre as açoes básicas de sobrevivência infantil do que as crianças e maes nao acompanhadas. O estudo foi desenvolvido em 1996 na área urbana do município de Criciúma, estado de Santa Catarina, Brasil, com uma amostra probabilística de 2 208 crianças menores de 3 anos. A análise ajustada para possíveis fatores de confusao demonstrou que a Pastoral esteve significativamente associada ao conhecimento materno quanto a conduta alimentar durante a diarréia, a idade ideal para o aleitamento materno exclusivo, a contra-indicaçao do leite em pó, a interpretaçao da curva de crescimento e quanto ao esquema vacinal. A participaçao na Pastoral esteve positivamente associada a maior duraçao total do aleitamento materno, a introduçao tardia da mamadeira, ao maior número de pesagens no trimestre imediatamente anterior a pesquisa e a posse de colher-medida para reidrataçao oral. Nao houve associaçao significativa entre a vinculaçao a Pastoral e a duraçao do aleitamento materno exclusivo ou predominante nem o manejo da diarréia. A avaliaçao mostrou aspectos positivos da atuaçao da Pastoral, assim com áreas em que maiores investimentos sao necessários. A Pastoral e outras entidades do mesmo tipo devem priorizar ainda mais a educaçao da maes quanto aos cuidados com a criança. Estas entidades devem tentar recrutar as maes ainda durante a gestaçao quando o impacto das açoes de educaçao é potencialmente maior
Thousands of children younger than 5 years of age still die all over the world as a result of preventable diseases. Community intervention measures emphasizing primary health and nutritional care have been identified as one of the solutions to this problem. This article describes a population-based cross-sectional study of the Pastoral da Criança, a Roman Catholic health support group in Brazil. The study assesses whether mothers and children assisted by the Pastoral present better health indicators and have a better knowledge of basic child survival actions than non-assisted mothers and children. The study was carried out in 1996 in an urban area of the municipality of Criciúma, in the state of Santa Catarina, in southern Brazil. The sample was composed of 2 208 children under 3 years of age. The adjusted analysis taking into consideration possible confounding factors showed that the presence of the Pastoral was significantly associated with maternal knowledge of appropriate feeding measures during diarrheal episodes, optimal duration of exclusive breast-feeding, implications of feeding powdered milk to infants, correct interpretation of the infant growth curve, and knowledge of the proper vaccination schedule for infants. Participation in the Pastoral was positively associated with longer total breast-feeding duration, later introduction of bottle-feeding, higher frequency of growth monitoring visits in the quarter before the study, and availability in the home of measuring spoons for oral rehydration. No significant association was found between participation in the Pastoral and duration of predominant or exclusive breast-feeding, or correct diarrhea management. The results showed Pastoral actions have a positive effect and also revealed areas in which greater investments are needed. It is recommended that the Pastoral, as well as other similar institutions, give priority to educating mothers on child care and to recruiting mothers early in pregnancy, when the impact of these actions is potentially greater
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pré-Escolar , Assistência Religiosa , Estudos Transversais , Educação em Saúde , Nutrição do Lactente/educação , Prevenção Primária , Promoção da Saúde , BrasilRESUMO
Em 1982, todos os nascimentos ocorridos na cidade de Pelotaas, RS - Brasil, foram estudados e essas crianças foram acompanhadas prospectivamente durante os primeiros anos de vida. Em 1993, repetiu-se o estudo com metodologia similar, com a finalidade de avaliar as eventuais mudanças no nível de saúde materno-infantil, ocorridas durante esses onze anos. Todas as cinco maternidades da cidade foram visitadas diariamente e os 5.304 nascimentos ocorridos foram incluídos no estudo. As crianças foram pesadas e medidas, sendo sua idade gestacional avaliada através do método de Dubowitz. As mäes foram examinadas e entrevistadas sobre um grande número de fatores de risco. A mortalidade dessas crianças foi monitorizada por visitas regulares a hospitais, cemitérios e registros de óbito, e todas as internaçöes hospitalares foram acompanhadas. Dois estudos aninhados de casos e controles foram realizados para investigar fatores de risco para mortalidade e hospitalizaçöes. Uma amostra sistemática de 655 crianças foram examinadas em casa com um e três meses de idade, e essas mesmas crianças, acrescidas de outras 805 (que incluíram todos os recém-nascidos de baixo peso) foram também acompanhadas aos seis e doze meses de idade. O desenvolvimento psicomotor dessas amostras foi também avaliado. As perdas de acompanhamento aos doze meses foram de apenas 6,6 por cento. Em relaçäo aos dados de 1982, a pesquisa de 1993 mostrou reduçäo de cerca de 30 por cento na mortalidade perinatal e de quase 50 por cento na mortalidade infantil, assim como aumento de um mês na duraçäo mediana da amamentaçäo. Por outro lado, näo houve qualquer alteraçäo nas prevalências de baixo peso ao nascer e de déficit de comprimento/idade aos doze meses. O artigo a que se refere este resumo descreve a metodologia do estudo, ao qual se segue uma série de outras publicaçöes
Assuntos
Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Humanos , Feminino , Pesquisa , Estudos Longitudinais , Saúde Materno-Infantil , Desenvolvimento Infantil , Mortalidade Infantil , Seguimentos , Morbidade , Crescimento , Assistência Perinatal , Criança HospitalizadaRESUMO
Avalia as mudanças na duraçäo da amamentaçäo na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, entre os anos de 1982 e 1993. Foram avaliados todos os nascimentos hospitalares ocorridos em ambos os anos, e amostras sistemáticas dessas crianças foram visitadas com cerca de 12 meses de idade. Observou-se um aumento na duraçäo mediana da amamentaçäo de 3,1 meses em 1982 para 4,0 meses em 1993. Este aumento suporta um possível impacto das campanhas nacionais ocorridas durante a década. Em ambas as coortes, houve interaçäo entre a renda familiar e os percentuais de crianças amamentadas em diferentes idades. Nos primeiros meses, estes percentuais foram superiores nas famílias de maior renda, mas, a partir de nove meses, a amamentaçäo foi mais frequente no grupo de baixa renda. Crianças com baixo peso ao nascer apresentaram duraçoes mais curtas de amamentaçäo. Apesar ds progressos observados, a duraçäo do aleitamento permanece bastante inferior ao recomendado internacionalmente, salientando a necessidade de campanhas futuras que priorizem crianças com baixo peso ao nascer e pertencentes às famílias de baixa renda.
Assuntos
Lactente , Humanos , Aleitamento Materno , Comportamento Alimentar , Nutrição do Lactente , EpidemiologiaRESUMO
Prvalências de déficits antropométricos e de obesidade foram medidas em duas coortes de nascimento de base populacional na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 1982 e 1993, quando as crianças tinham cerca de um ano de idade. Identificados todos os nascimentos hospitalares em cada ano, cerca de 20 por cento das crianças foram visitadas e submetidas a exame antropométrico, totalizando 1449 crianças em 1982 e 1359 crianças em 1993. Houve 20 por cento de perdas em 1982 e 7 por cento em 1993. Em onze anos, a prevalência de déficit de peso/idade (<-2desvios-padräo da referência NCHS) caiu de 5,4 por cento para 3,8 por cento, a de peso/comprimento reduziu-se de 1,3 por cento para 0,8 por cento, enquanto que a de comprimento/idade aumentou discretamente (5,3 por cento para 6,1 por cento). A obesidade cresceu de 4 por cento para 6,7 por cento. Em 1993 houve um ganho ponderal médio maior, aos 12 meses, do que em 1982, já que o peso ao nascer permaneceu inalterado. Crianças de mais baixa renda apresentam prevalências de cerca de 10 por cento de déficits de peso/idade e comprimento/idade, enquanto que nas categorias de renda superior estes déficits säo de 3 por cento ou menos. Os progressos em alguns indicadores, portanto, näo lograram eliminar diferenças sociais. Por outro lado, a obesidade apresentou uma tendência crescente com o nível de renda familiar.