RESUMO
Atualmente, acredita-se que a ventilação mecânica prolongada promova alterações no músculo diafragma e que essas alterações são dependentes do tempo de permanência no aparelho. Alguns estudos em ratos demonstram que 48 horas de ventilação mecânica diminuem até 60% a força de contração do músculo diafragma. Atualmente, a eletroestimulação diafragmática vem demonstrando resultados satisfatórios na função diafragmática tornando-se uma opção na reabilitação, no recrutamento muscular e na melhora da ventilação pulmonar. Estudos comprovaram que a atrofia muscular diafragmática é maior em pacientes sob VM prolongada que não foram submetidos à eletroestimulação, sendo indicada para todos os pacientes em VM prolongada, pois ela mostrou-se capaz de recrutar fibras, melhorando seu condicionamento. O objetivo do trabalho foi analisar a eficácia da eletroestimulação diafragmática na manutenção e ganho de força muscular em pacientes submetidos à ventilação mecânica prolongada. Foram estudados 14 pacientes, distribuídos em dois grupos (grupo-controle e grupo estimulado). O protocolo teve duração de sete dias e ambos os grupos foram acompanhados diariamente, sendo analisado, entre outros dados, a pressão inspiratória (PI). Ao término do protocolo, verificamos que o grupo-controle apresentou diminuição estatisticamente significativa da força do músculo diafragma, enquanto o grupo estimulado apresentou ganho de força muscular diafragmática. Após análise dos resultados pudemos concluir que a ventilação mecânica prolongada leva a uma diminuição significativa da força muscular diafragmática elétrica transcutânea, essa perda tende a diminuir. Sendo assim propomos uma intervenção precoce, a fim de diminuir os efeitos deletérios da ventilação mecânica sobre o músculo diafragma e melhorar a função respiratória.