RESUMO
O diagnóstico diferencial entre as diversas formas de hipertensão na gravidez requer elaborado exercício clínico e, ainda que auxiliado por inúmeros recursos propedêuticos, a margem de erro supera os 30 por cento. Em conseqüência, as estatísticas relativas às repercussões fetais de cada forma específica de hipertensão estão sujeitas à mesma imprecisão. Pré-eclâmpsia é a forma mais grave de hipertensão na gestação, a despeito de recentes avanços na compreensão de sua fisiopatologia. Em contraste com o presumido papel passivo do produto conceptual no contexto clínico da pré-eclâmpsia, o exame da condição fetal em pacientes com pré-eclâmpsia, bem como as potenciais repercussões cardiovasculares na vida adulta, sugerem uma participação autônoma do feto no contexto fisiopatológico da pré-eclâmpsia.