RESUMO
Desde meados do século XX, numerosos discursos e práticas, dentro e fora das disciplinas científicas e filosóficas, têm apresentado o desenvolvimento da noção de ser humano como um sujeito cerebral. O cérebro é concebido como a única parte do corpo que devemos possuir, e que deve ser nossa, para que sejamos nós mesmos. Já que a personalidade é a qualidade ou condição para ser considerado um indivíduo, a cerebralidade é, dessa forma, a qualidade ou condição de ser um cérebro. Esta propriedade define o sujeito cerebral. A antropologia da cerebralidade pode parecer uma conseqüência natural do progresso das neurociências mas procede de desenvolvimentos das filosofias da matéria e da identidade pessoal do século XVII. As neurociências confirmam e reforçam esta perspectiva. O autor delineia a narrativa histórica relacionada ao desenvolvimento do sujeito cerebral assim como alguns temas contemporâneos que surgem a partir das neurociências.(AU)
Desde los medios del siglo XX, numerosos discursos y prácticas, adentro y afuera de las disciplinas científicas y filosóficas, han demostrado lo desarrollo de la noción de ser humano como un 'sujeto cerebral'. El cerebro es concebido como la única parte del cuerpo que debemos poseer y que debe ser nuestra para que seamos nosotros mismos. Como la personalidad es la cualidad o condición para ser considerado un indivíduo, la 'cerebralidad' es así la cualidad o condición de ser un cerebro. Esta propiedad define el sujeto cerebral. La antropología de la 'cerebralidad' puede parecer una consecuencia natural del progreso de las neurociencias pero procede de los desarrollos de las filosofias de la materia y de la identidad personal del siglo XVII. Las neurociencias conferman y fortalecen esta perspectiva. El autor delinea la narrativa histórica relativa a lo desarrollo de lo sujeto cerebral así como unos temas de las neurociencias.(AU)
Since the middle of the 20th century, numerous discourses and practices, both within and outside scientific and philosophical disciplines, have manifested the development of the notion of the human being as a cerebral subject. The brain appears to be the only organ of the body that we need, and that has to be exclusively ours, in order for each individual to be himself or herself. Since personhood is the quality or condition of being an individual person, brainhood is thus the quality or condition of being a brain. This property defines the cerebral subject. The anthropology of brainhood may seem a natural consequence of progress in the neurosciences. However, it is rooted in 17th-century developments in the philosophies of matter and personal identity. The neurosciences confirm and reinforce this perspective. The author outlines the historical narrative concerning the development of the cerebral subject as well as some contemporary issues arising from the neurosciences.(AU)