RESUMO
Os autores apresentam a experiência adquirida com parte dos pacientes submetidos às derivaçoes ventricular, peritoneal e atrial, desde o início do Serviço de Neurocirurgia, em 1983. A técnica operatória, apesar de simples, tem ainda muitas controvérsias, em virtude do número elevado de revisoes que os sistemas de inúmeras procedências necessitam, levando ao aparecimento de complicaçoes, algumas vezes graves. Com estas ressalvas, a mortalidade foi de 14,28 por cento, comparável a outras séries. O primeiro shunt peritoneal é creditado a Ferguson, em 1898. Foi feito com agulha de prata, comunicando o espaço subaracnóide com o peritônio, através do corpo vertebral de L5. Este e outros métodos utilizados em tempos mais remotos falharam e novas tentativas somente foram feitas e publicadas 25 anos após. Quando a válvula Spitz Holter e os cateteres flexíveis começaram a ser usados, a cirurgia do shunting começou a ficar mais popular. Desde entao vem-se notando que as complicaçoes com a DVA usada na época nao eram tao infreqüentes. A partir de 1967, Ames & Murgathi chamaram a atençao para a possibilidade de utilizar a cavidade peritoneal para o desvio ventricular. Trabalhos mais recentes têm mostrado que tanto a DVA quanto a DVP sao eficientes para o tratamento dos hidrocéfalos, existindo significantes vantagens para o sistema peritoneal quando se leva em conta a gravidade das complicaçoes com a DVA.