RESUMO
OBJETIVO: A apendicite aguda é a doença cirúrgica não-obstétrica mais comum da gravidez e pode ocorrer em qualquer idade gestacional. O seu diagnóstico freqüentemente é tardio, o que pode acarretar alto índice de perfuração e complicações. O presente estudo visa apresentar os resultados da videolaparoscopia no tratamento da apendicite aguda na gravidez. MÉTODO: São analisados retrospectivamente quatro casos de pacientes com suspeita de apendicite aguda avaliadas em serviço de cirurgia de urgência e submetidas à cirurgia videolaparoscópica no segundo trimestre da gestação. RESULTADOS: A videolaparoscopia confirmou o diagnóstico de apendicite aguda em três casos e o outro tratava-se de cisto ovariano roto. Todas foram tratadas pelo método laparoscópico, sem necessidade de conversão, e receberam alta hospitalar em cerca de 72 horas. Não houve complicações pós-operatórias. As pacientes foram acompanhadas no restante da gestação, e os partos ocorreram na data prevista, sem complicações maternas ou para os recém-nascidos. CONCLUSÃO: A apendicectomia laparoscópica na gravidez revelou-se um procedimento seguro, que possibilita uma recuperação pós-operatória mais rápida e sem evidências de que interfira com o curso da gestação. Entretanto, estudos com maior número de casos são necessários para estabelecer o seu real valor.
BACKGROUND: Acute appendicitis is the main abdominal non-obstetric surgical pathology during pregnancy. It may occur at any maternal age and in any gestational period. It is frequently diagnosed lately, leading to a high index of perforation and complications. The aim of the study was to evaluate the feasibility of videolaparoscopic appendectomy. METHOD: Four pregnant patients, all in the second trimester, who were attended at the Emergency Unit at Hospital Mãe de Deus with clinical suspicion of acute appendicitis, were submitted to videolaparoscopic exploration and were retrospectively evaluated. RESULTS: Laparoscopy confirmed acute appendicitis in 3 cases and the other was a ruptured hemorrhagic ovarian cyst. All patients were treated laparoscopicaly, and no conversion was needed. There were no post-operative complications and all four were discharged within 48 hours. The patients were followed and the deliveries were carried out in a proper form, without maternal or newborn complications. CONCLUSIONS: In this study, laparoscopic appendectomy was a safe procedure. It allowed a fast recovery and there were no apparent interference with gestacional course. However more studies with a great number of cases are necessary, in order to establish its real value.