RESUMO
Foram analisados prospectivamente 42 pacientes(34 mulheres e 8 homens), com idade média de 49 anos e 5 meses, portadores de pancreatite aguda de etiologia biliar, submetidos a colecistectomia pelo menos dez dias após o início do quadro de pancreatite. Á cirurgia, havia microcálculos ou barro biliar na vesícula em 30,95 por cento e coledocolitíase em 16,66 por cento. Näo se encontraram cálculos na vesícula em dois (4,76 por cento), mas um deles (2,38 por cento) tinha coledocolitíase, e o outro, a via biliar principal dilatada, mas sem cálculos evidenciáveis. Näo se observou maior dificuldade operatória para a realizaçäo da colecistectomia e näo houve acidentes operatórios. Como complicaçöes ocorreram três abscessos abdominais (7,14 por cento), um caso de pneumonia (2,38 por cento) e dois de acidente vascular cerebral do tipo isquêmico (4, 76 por cento). Três pacientes faleceram no pós-operatório imediato(7, 14 por cento), um por acidente vascular cerebral, em paciente sem nenhuma intercorrência ligada à cirurgia, e dois em decorrência direta da pancreatite aguda necro-hemorrágica. No acompanhamento tardio, um paciente tinha coledocolitíase, solucionada por papilotomia endoscópica. Os autores concluem que a colecistectomia na vigência de pancreatite aguda é factível, sem aumento da morbidade e da mortalidade. Situa-se ao redor do 10§ dia após o início do quadro agudo o tempo ideal para a intervençäo, e nela a colangiografia é mandatória, pela alta prevalência de coledocolitíase