RESUMO
Apresentam-se dados primários e secundários da Doença de Chagas no Nordeste do Brasil, com prioridade para o vetor, a transmissäo e o controle. Assinalam-se 27 espécies vetoras, com importância basicamente para Triatoma infestans, Panstrongylus megistus, Triatoma brasiliensis e Triatoma pseudomaculata. As duas primeiras foram mais domiciliadas, causaram mais impacto médico-social e têm sido eliminadas mediante continuado controle químico. As duas últimas säo nativas, ubiqüistas e mais peridomésticas, de difícil controle e menor impacto, remanescendo como grande desafio operacional. Há diversidade nos padröes de transmissäo e da doença na regiäo, explicáveis por diferentes situaçöes ecológicas e sociais, possivelmente envolvendo diferentes cepas de Trypanosoma cruzi. A doença de Chagas é importante no Nordeste, embora com menor morbi-mortalidade aparente que no Sudeste e em Goiás. Há uma tendência à diminuiçäo da transmissäo e impacto da doença na regiäo, mas preocupa a progressiva desativaçäo regional da Fundaçäo Nacional de Saúde, sem a correspondente absorçäo de suas atividades pelos Estados e municípios.