RESUMO
Pacientes em estado crítico apresentam hipermetabolismo e catabolismo acelerado, acarretando em rápido estado de desnutrição. O suporte nutricional, para uma parcela da comunidade científica, nestes casos de terminalidade, beneficia o paciente, pois diminui a resposta catabólica, amplia o sistema imunológico, contribui para o melhor desempenho funcional do sistema digestório e reduz complicações decorrentes da imobilização. No entanto, há uma parte crescente do meio científico, expressa principalmente pelos paliativistas, que interroga os reais benefícios do suporte nutricional nesses pacientes. Esses profissionais da saúde advogam que o desconforto e as complicações oriundas da terapia nutricional superam os seus beneficios que são controversos, pois não há estudos que comprovem o aumento da sobrevida e, principalmente, a melhora da qualidade de vida dos pacientes fora das possibilidades de cura. Por não haver evidências científicas para a decisão de alimentar ou não o paciente e por existir influência cultural importante no que tange à alimentação, a decisão de nutrir até a morte o paciente deve ser multiprofissional e ter o consentimento por escrito da família se o paciente não tiver condições de decidir. Caso o paciente opte por não receber nutrição, sua decisão deve ser respeitada e acatada pelos profissionais da saúde e por seus familiares, pois acima de qualquer evidência científica está a autonomia do paciente assim como os princípios de não-maleficência e beneficência.