RESUMO
O presente trabalho investigou a ocorrência de anomalias cromossômicas numéricas em lesões dabexiga que possam auxiliar no diagnóstico precoce. A técnica de Hibridação in situ Fluorescente(FISH) foi aplicada para identificar tais anomalias nos cromossomos 7, 9 e 17 em núcleos interfásicosde 14 amostras de tumores da bexiga frescos (13 carcinomas de células transicionais, TCC, e 1carcinoma anaplásico indiferenciado, UAC), e 5 amostras derivadas de pacientes com TCC (2cistites crônicas e 3 biopsias de urotélio macroscopicamente normais). As anomalias mais freqüentesnos tumores malignos da bexiga foram trissomia/tetrassomia 7 (6/14=43 por cento), trissomia/tetrassomia17 (7/14=50 por cento) e monossomia 9 (4/14=29 por cento). As duas amostras de cistites crônicas apresentarammonossomia 9, uma das amostras de urotélio macroscopicamente normal exibiu resultado semelhante(polissomia 7, 9 e 17) ao do tecido tumoral correspondente. Dois carcinomas, um grau IV invasivo(TCC13) e um primário invasivo (UAC14), exibiram trissomia e tetrassomia 7, 9 e 17 sugerindoa ocorrência de poliploidia. Tais resultados reforçam o envolvimento dos cromossomos 7, 9 e 17 nacarcinogênese urotelial. As alterações dos cromossomos 7 e 9 estão relacionadas com os processo deiniciação e do cromossomo 17 com progressão e recorrência tumoral. Os resultados também suportama hipótese de que as cistites crônicas e o urotélio normal de pacientes com carcinoma de bexigapodem conter anormalidades cromossômicas importantes, que podem predizer risco para progressãoe recorrência tumoral. Assim, a técnica de FISH pode ser uma ferramenta útil para o diagnósticoprecoce, em pacientes com risco de desenvolver a doença e acompanhamento em casos de recorrênciae metástases.