RESUMO
A maioria dos pacientes com câncer avançado apresenta dor, sendo seu controle fundamental para se conseguir melhor qualidade de vida. Foram estudados 20 pacientes adultos portadores de neoplasias malígnas de várias localizaçöes, com dor de fraca a moderada entensidade, sem tratamento antineoplásico atual, durante o período de duas semanas. Foram administrados o complexo beta-ciclodexitrina piroxicam ou a dipirona (em associaçäo), em sistema de observaçäo cruzada, com sete dias para cada droga, com o objetivo de comparar seus efeitos nalgésicos. Também foi analisada a toxicidade. Foram observados quatro desaparecimentos completos da dor em ambos os grupos; diminuiçäo importante da dor ocorreu em oito dos 20 pacientes com beta-ciclodexitrina piroxicam. Maior intensidade de analgesia foi observada no grupo com beta-ciclodexitrina piroxicam, quando da análise das observaçöes cruzadas. Conclui-se que a beta-ciclodexitrina piroxicam é droga útil na analgesia de dores de origem oncológica de fraca e moderada intensidades, e com facilidade de aderência do paciente pela dose única diária
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Ciclodextrinas/administração & dosagem , Ciclodextrinas/uso terapêutico , Dipirona/administração & dosagem , Dipirona/uso terapêutico , Combinação de Medicamentos , Neoplasias , Dor/tratamento farmacológico , Piroxicam/administração & dosagem , Piroxicam/uso terapêutico , Neoplasias da Mama , Neoplasias Esofágicas , Neoplasias de Cabeça e Pescoço , Neoplasias Pulmonares , Neoplasias RetaisRESUMO
Miltefosine ou hexadecilfosfocolina (HPC, HePC, MIL) é um derivado fosfolipídico (da classe das alquilfosfocolinas), cuja estrutura lembra aquela dos fosfolípides naturais, e, portanto, acumulam as propriedades biológicas nas membranas celulares. Essa talvez seja a base da ação citostática da droga. De qualquer modo, não expressa o mecanismo inibidor do DNA ou de suas conseqüências imediatas. A concentração ideal obtida a partir dos estudos fase I foi de 6(por cento) de MIL. Embora possa ser utilizada oralmente, esta formação não tem se revelado efetiva. A grande indicação do MIL é seu uso tópico para o tratamento sintomático das lesões cutâneas do câncer de mama. Portanto, um dos objetivos mais importantes de seu uso é a qualidade de vida. O MIL induz respostas objetivas em cerca de 30(por cento) dos casos de metástases cutâneas de câncer de mama, isolada ou associadamente à terapia sistêmica. O índice de respostas aumenta para os caos de lesões nodulares pequenas, pouco profundas e nas linfangites carcinomatosas até 40(por cento) de respostas nesses casos. Não são observados efeitos importantes, sendo os locais os únicos mais sérios. Pele seca, eritema, prurido, dor local, são os mais observados entre 60(por cento) e 80(por cento), mas, menos de 6(por cento) dos pacientes abandonam o tratamento pela intensidade dos efeitos sentidos. Entre outras indicações ainda não aprovadas, em fase de pesquisa, está o tratamento tópico dos linfomas cutâneos e dos tumores cutâneos, especialmente as metástoses cutâneas dos melanomas malígnos
Assuntos
Antineoplásicos , Neoplasias da Mama , Preparações FarmacêuticasRESUMO
Os autores apresentam os resultados de um estudo sobre a capacidade do médico em compreender os mecanismos de adaptaçäo do doente oncológico ao diagnóstico, no Estado de Säo Paulo (Brasil), através da aplicaçäo de um questionário modificado e adaptado do "Cancer attitude survey", de Blanchard e col.(3), a 50 médicos (quatro oncologistas e 46 näo oncologistas de formaçäo). Mais de 50% dos médicos tendem a esconder o diagnóstico de seus pacientes, apriorizando que o conhecimento da real situaçäo de seu doente pioraria a evoluçäo do quadro clínico. Por outras análises, determinam que essa posiçäo deva ser conseqüente ao desconhecimento e à incompreensäo, por parte dos médisoc, dos mecanismos de adaptaçäo do paciente, em especial os oncológicos, ao seu diagnóstico. Observaram, ainda, uma forma preconceituosa que têm os médicos de abordar o "câncer" e o "canceroso". De modo geral, os resultados demonstram que muitos médicos näo säo capazers de estruturar conceitos básicos e firmes para uma relaçäo médico-paciente oncológico mais madura. Entendem que todos estes achados concordam com aqueles realizados em outros países ocidentais há certo tempo e que, aparentemente, hoje lutam por extinguir tais atitudes negativas do meio médico e leigo. Finalmente, propöem a utilizaçäo de princípios de uma Medicina Humanística, centrada no respeito aos valores humanos e humanísticos da relaçäo médico-paciente
Assuntos
Humanos , Relações Médico-Paciente , Adaptação Psicológica , Atitude Frente a Saúde , Neoplasias/diagnóstico , Brasil , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
Foram estudados prospectivamente 29 pacientes, que foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos de tratamentos: tratamento C-hidrocortisona (500mg) intravenosa, ou dexametasona (20mg) intravenosa; e tratamento P-cetoprofeno intramuscular (3 x 50mg). Ambos os tratamentos eram associados com metoclopramida intravenosa (20mg). Todos os pacientes receberam esquemas quimioterápicos sem o envolvimento de cisplatinum. Näo se conseguiu observar diferenças entre os dois tratamentos profiláticos para as náuseas, vômitos, anorexia, artralgias/mialgias, sonolência, insônia, e, semiquantitativamente, para todos os sintomas da síndrome da toxicidade precoce (STP). Conclui-se que o cetoprofeno é täo útil quanto o corticosteróide para a profilaxia da STP induzida por quimioterápicos näo "potente emetizantes", e que os resultados obtidos corroboram ainda mais para o modelo patogênico teórico proposto, e que envolve a mediaçäo de prostaglandinas e leucotrienos na gênese dos sintomas da STP
Assuntos
Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Humanos , Masculino , Feminino , Protocolos de Quimioterapia Combinada Antineoplásica/efeitos adversos , Hidrocortisona/uso terapêutico , Cetoprofeno/uso terapêutico , Neoplasias/tratamento farmacológicoRESUMO
Foram estudados 27 pacientes portadores de diversas neoplasias malignas em tratamento ambulatorial, com diversos esquemas quimioterápicos incluindo cisplatinum, e que apresentaram grande intensidade de síndrome da toxicidade precoce (STP) com esquemas profiláticos anteriores. Foi sugerido o emprego de sedaçäo com diazepan (5mg i.v.) e prometazina (50mg i.m.) associadas à metoclopramida e dexametasona, i.v., e em doses menores que as mais habitualmente empregadas (60mg e 40mg, respectivamente). Após as devidas análises concluiu-se que o esquema profilático estudado apresentou uma toxicidade muito baixa e nítido efeito profilático para diversos sintomas da STP, e näo apenas para as náuseas e vômitos, aplicabilidade em nível ambulatorial e aceitabilidade pelos pacientes
Assuntos
Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Humanos , Masculino , Feminino , Corticosteroides/uso terapêutico , Protocolos de Quimioterapia Combinada Antineoplásica/efeitos adversos , Diazepam/uso terapêutico , Neoplasias/tratamento farmacológico , Quimioterapia Combinada , Metoclopramida/uso terapêutico , Prometazina/uso terapêuticoRESUMO
Com a finalidade de observar os efeitos terapêuticos de antiprostaglandínicos sobre a síndrome da toxicidade precoce induzida pela quimioterapia antineoplásica (STP), foi realizado um estudo em 30 pacientes cancerosos distribuídos aleatoriamente em 3 grupos de tratamento, em estudo cego-unilateral, que receberam intravenosamente: hidrocortisona - 400mg; indoprofen - 400mg e placebo. Todos os pacientes receberam quimioterápicos que säo potentes emetizantes. Foram avaliados 25 pacientes e todos se submeteram aos 3 tratamentos. Após adequadas análises estatísticas e raciocínios pertinentes, concluiu-se que: a) indoprofen é droga que deve merecer maior estudo no controle de STP, já que reduziu significativamente a incidência e intensidade das artralgias e/ou mialgias; b) a hidrocortisona reduziu nitidamente a intensidade e incidência das náuseas; c) nenhuma das drogas reduziu a incidência ou a severidade dos vômitos
Assuntos
Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Humanos , Masculino , Feminino , Antagonistas de Prostaglandina/administração & dosagem , Hidrocortisona/administração & dosagem , Indoprofen/administração & dosagem , Antineoplásicos/efeitos adversos , Protocolos de Quimioterapia Combinada Antineoplásica/efeitos adversos , Indoprofen/farmacologia , Ensaios Clínicos como AssuntoRESUMO
Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise retrospectiva da anatomopatologia do câncer gástrico, comparando estes dados com os da liteatura. Foram estudadas as peças cirúrgicas encaminhadas ao Serviço de Anatomia Patológica nos últimos 10 anos. Foram analisadas peças avaliáveis quanto ao sexo, a cor e a idade dos pacientes; a localizaçäo, a extensäo tumoral, os gânglios linfáticos, o acometimento das estruturas anatômicas do estômago, o tamanho do tumor e a presença de lesöes gástricas concomitantes. Foram realizadas diversas correlaçöes entre esses parâmetros. Após adequadas análises pertinentes, sistematizou-se um procedimento cirúrgico radical para o câncer gástrico
Assuntos
Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Humanos , Masculino , Feminino , Neoplasias Gástricas/patologia , Biópsia , Neoplasias Gástricas/cirurgiaRESUMO
Conceitua-se a síndrome da toxicidade precoce (STP) induzida pela quimioterapia antineoplásica (QT) como o conjunto de manifestaçöes que se inicia até 24 horas após a aplicaçäo parenteral de QT, com duraçäo variável de poucas horas até cerca de 3 dias, cada sintoma variando no tempo, e na intensidade dependente de cada droga e do indivíduo que a recebe. Duas säo as componentes desta STP: uma tóxica (com patogenia teórica de envolvimento de prostaglandinas e leucotrienos) e uma psico-social, com patogenia diversa, independente, no tempo, da componente tóxica, mas, interrelacionadas. A seguir, desenvolvem-se os aspectos da componente psíquica: náuseas e/ou vômitos antecipatórios, estados reacionais psíquicos (ERP) e aspectos psicológicos da anorexia da STP. Demonstra-se que há uma correlaçäo positiva entre a ansiedade ou depressäo e a intensidade da STP, e que o conhecimento do diagnóstico, o conteúdo de medos do paciente e a cooperaçäo do doente para com a QT, näo interferem nem com a intensidade da STP, nem com a gravidade da ansiedade