RESUMO
La quête de soi est le thème crucial du chapitre 4 de Jeu et réalité de Winnicott. A partir dun cas clinique, que nous appellerons la dame au rêve de lavion fracassant Winnicott se risque avec sa patiente dans les fonds fragiles de la découverte de lêtre, dêtre soi, déprouver soi même, de séprouver soi-même. Lespace partagé entre patiente et thérapeute permet de faire une nouvelle expérience. Dans cet espace transitionnel la non-intégration de lêtre pourrait apparaître et trouver la chance de se déployer en créativité. Lautre (le thérapeute) essayera de garantir louverture, le réfléchissement et la possibilité de vivre une expérience nouvelle. Maints phénoménologues ont développés des variantes de ces thèmes: limage de soi et limpossibilité davoir une image de soi chez Binswanger (Délire); limpossibilité dêtre soi et aller de soi chez Blankenburg (La perte de lévidence naturelle dans la schizophrénie simple). Le psychiatre japonais Kimura Bin montre que le psychotique peut être tourmenté par une réflexion pathologique qui, à linstant même dêtre, se produit à la place de cet être même. Cest une réflexion aliénée qui vient à la place du réfléchissement offert par lautre. Cest cet autre qui peut favoriser (et est nécessaire à) lémergence du soi. Avec la notion dAïda (lEntre), Kimura nous entraîne dans la philosophie et la culture japonaise. Nous analyserons la parenté dAïda avec lespace transitionnel. De même nous essayerons avec les notions dintériorité et dextériorité, (phénomènes du champ daction) de Erwin Straus (Du sens des sens). Finalement, nous admirons lapproche de Winnicott qui permet de métamorphoser la phénoménologie en un cadre vivant où le réfléchissement aide et cède la place à la découverte de la possibilité et/ou de limpossibilité dêtre (Loparic), et dans les cas heureux de partager la joie de sa possibilité.
A busca de si mesmo é o tema crucial do capítulo 4 de O Brincar e a Realidade, de Winnicott. A partir de um caso clínico, que chamaremos a dama do sonho do desastre de avião Winnicott se arrisca com sua paciente nas profundezas da descoberta do ser, do ser si mesmo, do sentir si mesmo, do sentir-se si mesmo. O espaço compartilhado entre paciente e terapeuta permite fazer uma nova experiência. Neste espaço transicional a não-integração do ser poderia aparecer e ter a oportunidade de se desdobrar em criatividade. O outro (o terapeuta) tentará garantir a abertura, a reflexão e a possibilidade de viver uma experiência nova. Inúmeros fenomenólogos desenvolveram variações destes temas: a imagem de si e a impossibilidade de ter uma imagem de si em Binswanger (Delírio); a impossibilidade de ser si mesmo e sair de si em Blankenburg (A perda da evidência natural na esquizofrenia simples). O psiquiatra japonês Kimura Bin mostra que o psicótico pode ser atormentado por um pensamento patológico que, no mesmo momento de ser, se produz ao invés (no lugar de) deste próprio ser. é um pensamento alienado que surge no lugar do pensamento oferecido pelo outro. é este outro que pode facilitar (e isto é necessário) o surgimento do si mesmo. Com a noção de Aïda (o Entre), Kimura nos arrasta para a filosofia e para a cultura japonesa. Analisaremos o parentesco de Aïda com o espaço transicional. Faremos o mesmo com as noções de interioridade e de exterioridade (fenômenos do campo de ação) de Erwin Straus> (Du sens des sens - O sentido dos sentidos). Finalmente, louvaremos a abordagem de Winnicott que permite metamorfosear a fenomenologia em um conjunto vivo onde o pensamento (a reflexão) ajuda e permite o descobrimento da possibilidade e/ou a impossibilidade de ser (Loparic), e... nos casos exitosos... partilhar a alegria de sua possibilidade.
The search for the self is the crucial theme in chapter 4 of Winnicotts Playing and reality . Starting from a clinical case study that we will call the woman with the dream of the crashed airplane, Winnicott risks along with the patient the fragile depths of the discovery of being, of being oneself, of sensing oneself, of experiencing the sense of self. The space shared between patient and therapist permits a new experience. In this transitional space the non-integration of the being can appear and find a chance to develop itself creatively. The other (the therapist) will try to guarantee the overture, the reflection and the possibility to live a new experience. Many phenomenologists have developed variations on these themes: the image of the self and the impossibility of having a self-image by Binswanger (Delusion); the impossibility of being oneself and being in spontaneity by Blankenburg (the loss of natural evidence in schizophrenia simplex). The Japanese psychiatrist, Kimura Bin shows how the psychotic patient can be tormented by a pathological self reflection which replaces self-being, the sense of self. Its an alienated reflection that replaces a reflection offered by the other. It is the other who can promote (and who is necessary for) the emergence of the self. With the notion of Aïda (Between), Kimura introduces us to Japanese philosophy and culture. We will study the affinity between Aïda and the transitional space. Also will we study the notions of interiority and exteriority (phenomena of field action) by Erwin Straus (Vom Sinn der Sinne) . Finally, we praise the approach of Winnicott who permits the metamorphosis of phenomenology in a vivid framework where reflection helps and gives place to the discovery of the possibility or impossibility of the being (Loparic) of the subject and, in the happy case.. to share the joy of this possibility.