RESUMO
A cefaléia pós-punçäo inadvertida da dura-máter com agulha de peridural é extremamente freqüente e de difícil e controvertido tratamento, sendo de suma importância a prevençäo de seu aparecimento. Entre as medidas profiláticas destaca-se a hidrataçäo, que objetiva uma maior produçäo liquórica. Uma vez que soluçöes salinas isotônicas acarretam a retençäo de água, o uso de soluçöes hipertônicas provocaria hiper-hidrataçäo. Tal fato levaria a uma maior formaçäo de líquido cérebro-espinhal com restabelecimento do equilíbrio hidrodinâmico liquórico que evitaria o aparecimento da cefaléia. Foram estudados 17 casos de perfuraçäo inadvertida da dura-máter com agulha de Tuohy calibre 15 ou 18, em pacientes ASA I ou II, sendo 10 mulheres e sete homens, com idades entre 19 e 65 anos, aos quais foi administrado por via venosa, um litro de soluçäo salina a 1,5%, diariamente, no pós-operatório imediato e nos três dias subseqüentes. Näo foi feita qualquer recomendaçäo, a näo ser o decúbito dorsal sem travesseiro por 24 horas às pacientes obstétricas, por razäo de rotina do serviço. As cirurgias distribuíram-se entre obstétricas (4), anorretais (6), ortopédicas (2), herniorrafias (2), urológicas endoscópicas (2) e apendicectomia (1). Nos primeiros nove pacientes foram tomadas, diariamente, as seguintes medidas: pressäo arterial, pulso, diurese de 24 horas, densidade urinária, sódio, potássio e cloro plasmáticos, hematimetria, hematócrito e hemoglobinemia. Näo houve alteraçäo em qualquer dos parâmetros estudados que inviabilizassem o método. Dois dos 17 pacientes (11,76%) apresentaram cefaléia pós-punçäo dural lombar típica, ambos do sexo feminino. Uma paciente com 23 anos submetida a cesariana, que sofreu perfuraçäo com agulha 18, ...