RESUMO
Os recém-nascidos prematuros frequentemente passam por longos períodos internados em unidades de terapia intensiva neonatal. Nesses pacientes, a dor, resultado das intervenções intrusivas é motivo de preocupação das equipes multidisciplinares. OBJETIVO: Identificar a melhor intervenção para alívio da dor durante a aspiração de vias aéreas superiores, comparando posicionamento no ninho com contenção em cueiro. MÉTODO: Foi realizado um estudodo tipo Antes e Depois em recém-nascidos prematuros com menos de 32 semanas de idade gestacional ao nascimento e que necessitassem de aspiração de vias aéreas na primeira semana de vida. No Grupo Antes, os pacientes foram posicionados no ninho, e no Grupo Depois, permaneciam contidos com cueiro. O desenho do estudo permitiu que os pacientes fossem controles deles mesmos e participassem do estudo mais de uma vez, conforme a necessidade de aspiração. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. RESULTADOS: Participaram 22 recém-nascidos prematuros que foram submetidos a 100 procedimentos de aspiração do trato respiratório. Conforme análise estatística dependente constatou-se que os indivíduos que haviam pontuado dor no momento em que estavam posicionados no ninho, passaram a não pontuar quando contidos, pela Neonatal Infant Pain Scale (p=0,001) e Premature Infant Pain Profile (p=0,01). Observou-se uma menor variação da frequência cardíaca no grupo contenção. CONCLUSÃO: A dor está presente na aspiração de secreções das vias aéreas. A frequência cardíaca variou percentualmente menos no grupo contenção. Os pacientes posicionados em contenção passaram a não pontuar escore positivo para dor.
Premature newborns have survived long periods of time in neonatal intensive care units. In these patients, the pain, the result of intrusive interventions, is a concern of multidisciplinary teams. OBJECTIVE: To identify the best intervention for pain relief during the suction of the upper airway, nest positioning with containment in swaddling. METHODS: The Before and After type of study was conducted in preterm infants with less than 32 weeks at birth, who required aspiration of the airways in the first week of life. In the Before Group, patients were placed in the nest, and in the After Group, they remained contained in swaddling. The design of the studio allows patients to have their own controls and participate in the study more than once, according to the need for suction. The study was approved by the Human Research Ethics Committee. RESULTS: 22 premature newborns participated who were submitted to 100 procedures for suction of the upper airway. According to the dependent statistical analysis, it will be found that the individuals who usually score the pain at the time they place themselves in the score, when they are contained, by the Neonatal Pain Scale (p=0.001) and the Profile of Premature Infant Pain (p=0.01). Less variation in heart rate was observed in patients in the containment group. CONCLUSION: The pain is present in the suction of the upper airway. Heart rate varies in a smaller percentage in the containment group. The patients of containment did not obtain a positive pain score.
Assuntos
Neonatologia , Dor , Unidades de Terapia Intensiva NeonatalRESUMO
INTRODUÇÃO: Atendimento fisioterapêutico a neonatos prematuros é rotina nas unidades de terapia intensiva neonatais. O questionamento se o manuseio em prematuros extremos e moderados provoca dor é norteador deste estudo. OBJETIVO: Avaliar a presença de dor em recém-nascidos prematuros após a realização de manobras fisioterapêuticas. MÉTODO: Estudo observacional realizado em recém-nascidos prematuros extremos e moderados durante a primeira semana de vida, com necessidade clínica de fisioterapia respiratória. Os recém-nascidos recebiam as manobras posicionados no ninho feito com cueiros dobrados. Imediatamente após as manobras de desobstrução pulmonar e antes da aspiração das vias aéreas foram aplicadas as escalas Neonatal Infant Pain Scale (NIPS) e Premature Infant Pain Profile (PIPP) e anotados os dados vitais. Trabalho aprovado pelo comitê de ética da instituição sob o número 706.623. RESULTADOS: Foram avaliados 50 atendimentos fisioterapêuticos em 22 recém-nascidos na primeira semana de vida. Estavam em ventilação mecânica invasiva 18 (36%), em Continuous Positive Airway Pressure (CPAP) 24 (48%), Cateter nasal 6 (12%) e sem suporte de oxigênio 2 (4%). Os mesmos mantiveram os dados vitais dentro dos limites de normalidade e somente dois prematuros cursaram com escore positivo para dor. CONCLUSÃO: Manobras de fisioterapia respiratória são suaves para não causarem dor. Porém é importante estar sempre atento aos sinais e oferecer atendimento humanizado ao prematuro para minimizar efeitos nocivos do internamento.
INTRODUCTION: Physiotherapeutic care for preterm infants is routine in neonatal intensive care units and the question ofwhether the management in extreme and moderate preterm infants causes pain is the guideline of this study. OBJECTIVE: To evaluate the presence of pain in preterm newborns after physiotherapeutic maneuvers. METHODS: Observational study made in extreme and moderate premature newborns during the first week of life, with clinical need of respiratory physiotherapy. The newborns received maneuvers while positioned in nests made with folded cloths. Immediately after pulmonary unobstruction maneuver and before the suction of airways, pain was measured through the scales Neonatal Infant Pain Scale (NIPS) e Premature Infant Pain Profile (PIPP) and vital signs were recorded Study approved by the university's ethics committee under the registration number 706.623. RESULTS: 50 physiotherapeutic appointments were evaluated in 22 newborns in the first week of life. From the data collected, 18 (36%) were in mecanic ventilation, 24 (48%) in Continuous Positive Airway Pressure, 6 (12%) in nasal catheter and 2 (4%) without oxygen support. The newborns kept the vital data within normal limits and only two preterm infants had a positive pain score. CONCLUSION: Maneuvers are gentle in order to not cause pain. Either way, it is important to always be alert for signs and offer humanized care to the premature, so that the harmful effects of hospitalization are minimized.
Assuntos
Modalidades de Fisioterapia , Recém-Nascido Prematuro , Unidades de Terapia Intensiva NeonatalRESUMO
BACKGROUND: Abnormalities in sexual and reproductive functions are common in women with end-stage liver disease and may be reversible after liver transplantation. AIM: Evaluate sexual and reproductive function in female recipients of liver transplantation at the Federal University of Parana, Curitiba, PR, Brazil. PATIENTS AND METHODS: Between September 1991 and December 2001 94 women underwent liver transplantation at "Hospital de Clinicas" of the Federal University of Parana. Twenty-eight female recipients (mean age 44.17 +/- 13.60 years old) fulfilled the following inclusion criteria: age > or = 16 years at liver transplant, post-transplant survival > or = 6 months, be alive and in regular follow-up at our Institution during the period of the study, and agreed to participate of the study. Medical records were reviewed and all subjects were answered by a questionnaire covering the following issues: timing and pattern of menstruation before and after transplant, sexual activity and contraceptive practices before and after transplant, pregnancy after transplant, frequency of cervical cytology and occurrence of gynecological malignant neoplasia after transplant, and aspects of sexuality domain after liver transplantation. RESULTS: The median post-transplant follow-up was 36.5 months (range, 6 to 110 months) and the main indication for liver transplantation was hepatitis C (25%). All patients had normal liver function tests. Excluding six patients who underwent hysterectomy or were in postmenopausal period, 13 of 22 women (59.1%) reported amenorrhea in the year before transplantation. After liver transplantation, 19 of 22 patients (86.4%) promptly recovered menstrual function, after a median period of 1 month (range, 1 to 7 months). Normalization of menstrual function occurred in all women with age 45 or younger. About 71.4% of 28 women were sexually active after transplantation and 70% indicated satisfaction with their relationship. Four successful pregnancies (one gemelar) occurred in three patients and five healthy live-born infants have been delivered, all full term. Most of the patients had cervical cytology at least annually in the post-transplant period. One case of endometrial carcinoma was diagnosed in a 64 year old woman, three years after transplantation and was successfully treated by panhysterectomy. CONCLUSIONS: Most of female liver transplant recipients of child-bearing age recover menstrual function a few months after transplantation and successful pregnancy may occur. As libido and fertility return promptly after liver transplantation, patients should be counseled on safe contraception practices. Most of liver transplant recipients are sexually active and feel satisfied about their relationship. There is a good compliance of patients regarding screening for cervical neoplasm.
Assuntos
Transplante de Fígado , Comportamento Reprodutivo/fisiologia , Comportamento Sexual/fisiologia , Adolescente , Adulto , Estudos Transversais , Feminino , Hepatite C/cirurgia , Hepatite Autoimune/cirurgia , Humanos , Cirrose Hepática/cirurgia , Ciclo Menstrual/fisiologia , Pessoa de Meia-Idade , GravidezRESUMO
RACIONAL: Anormalidades na função sexual e reprodutiva são comuns em pacientes com hepatopatia crônica avançada e podem ser revertidas após transplante hepático bem-sucedido. OBJETIVO: Avaliar aspectos da função sexual e reprodutiva em mulheres submetidas a transplante de fígado no Serviço de Transplante Hepático do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. PACIENTES E MÉTODOS: Entre setembro de 1991 e dezembro de 2001, 94 mulheres foram submetidas a transplante hepático. Vinte e oito delas (idade média 44,17 ± 13,60 anos) preencheram os seguintes critérios de inclusão: idade > 16 anos na época do transplante, sobrevida pós-transplante > 6 meses, estar em acompanhamento regular no Serviço na época do estudo e concordância em participar do mesmo. Os prontuários médicos foram revisados e as pacientes responderam a um questionário abordando padrão dos ciclos menstruais no pré e pós-transplante, gravidez no pós-transplante, métodos contraceptivos no pré e pós-transplante, freqüência de realização de citologia oncótica cervical no pré e pós-transplante, ocorrência de neoplasia ginecológica pós-transplante, além de questionário específico para o domínio da sexualidade no período pós-transplante. RESULTADOS: A mediana do tempo de seguimento pós-transplante das 28 pacientes foi de 36,5 meses (6-110 meses) e a principal indicação para o transplante foi cirrose associada à hepatite C (25 por cento). Todas as pacientes apresentavam função normal do enxerto. Excluindo-se 6 pacientes em menopausa (natural ou cirúrgica), 13 das 22 pacientes (59,1 por cento) com potencial de menstruar apresentavam amenorréia no ano anterior ao transplante. Dezenove dessas 22 pacientes (86,4 por cento) reassumiram os ciclos menstruais após o transplante, com mediana de 1 mês pós-transplante (1 a 7 meses). Todas as pacientes com idade inferior a 45 anos voltaram a menstruar após o transplante. Quatro gestações bem-sucedidas ocorreram em três pacientes, sendo uma gestação gemelar. Cerca de 70 por cento das transplantadas realizavam exame de citologia oncótica cervical pelo menos uma vez ao ano. Um caso de carcinoma adenoescamoso de endométrio foi identificado em uma paciente de 64 anos, 36 meses após o transplante, tratado cirurgicamente com sucesso. Cerca de 71,4 por cento das pacientes referiram vida sexual ativa pós-transplante, sendo que 70 por cento delas consideravam-na satisfatória. CONCLUSÕES: Após transplante hepático bem-sucedido, a maioria das...