RESUMO
Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes vítimas de queimaduras químicas, que necessitaram de internação no período de 10 anos. Local: Disciplina de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da universidade de São Paulo. Método: Foram avaliados, retrospectivamente, 20 pacientes (total de 33 olhos) com diagnóstico de queimadura química e que necessitaram de internação na Clínica Oftalmológica no período de 10 anos (1984 a 1994). Estes pacientes foram divididos segundo idade, sexo, raça e ocupação. Foram pesquisados dados referentes ao tipo de agente (álcalis, ácidos e outras substâncias); local do trauma (trabalho, residência, lazer, etc); tempo até lavagem ocular; local de ocorrência da lavagem ocular; lesão ocular inicial; e seqüelas. A classificação das lesões iniciais foi realizada levando-se em consideração a classificação de Thoft. Resultados: Dos 33 olhos estudados, 14 (42,4 por cento) foram classificados como Grau IV, 16 (48,5 por cento) como Grau III, 2 (6 por cento) como Grau II e 1 (3,1 por cento) como Grau I. Dezesseis olhos (treze pacientes) evoluíram com algum tipo de seqüela, sendo que 10 (62,5 por cento) evoluíram com leucomas corneanos associados à vascularização, 3 (18,75 por cento) com ulcerações não infecciosas, 2 (12,5 por cento) com evisceração espontânea e 1 (6,25 por cento) com o desenvolvimento de simbléfaro. Conclusão: Neste trabalho foram discutidos os principais fatores de risco responsáveis pela severidade e prognóstico das queimaduras químicas.