RESUMO
Os autores relatam o caso de paciente do sexo masculino portador de lúpus eritematoso sistêmico, que apresentou quadro de febre, dor torácica, dispnéia, taquicardia e alterações das provas de função hepática, evoluindo com derrame pericárdico e restrição diastólica ao estudo ecocardiográfico. A propedêutica mostrou tratar-se de pericardite por Staphylococcus aureus e, instituído o tratamento com antibióticos, houve excelente resposta clínica e laboratorial. A pericardite do lúpus eritematoso sistêmico é a manifestação cardíaca mais comum desta doença, com incidência de 6 a 55 por cento. O acometimento infeccioso do pericárdio, bacteriano ou fúngico, tem sido descrito, mas sua ocorrência no lúpus eritematoso é rara, porém grave, sendo que mais de 50 por cento dos casos se apresentam com tamponamento cardíaco. A pericardiocentese propedêutica deve ser realizada em todos os casos em que haja suspeita de processo infeccioso, ausência de resposta a altas doses de corticóide sistêmico e em pacientes com sinais de tamponamento cardíaco