RESUMO

Este artigo pretende avançar na sustentação teórica sobre a prática psicanalítica clínico-política, campo epistemológico ético e político que leva em conta as especificidades dos sujeitos e as vicissitudes de seus processos em contextos de exclusão e violência. A partir da experiência com imigrantes, formula as bases de um trabalho centrado na clínica do traumático mais do que na clínica do sintoma e focaliza as particularidades da escuta psicanalítica nesses contextos, assim como as intervenções coletivas.

Este artículo pretende avanzar en la sustentación teórica sobre la práctica psicoanalítica clínico-política, campo epistemológico ético y político que tiene en cuenta las especificidades de los sujetos y las vicisitudes de sus procesos en los contextos de exclusión y violencia. A partir de la experiencia con inmigrantes formula las bases de un trabajo centrado en la clínica de lo traumático, antes que en la clínica del síntoma, enfocando el tema en la escucha psicoanalítica en esos contextos, así como en las intervenciones colectivas.

Cet article vise à contribuer à l'étayage théorique de la pratique psychanalytique politico-clinique, domaine épistémologique moral et politique qui prend en compte les spécificités des sujets et les vicissitudes de leurs procédures dans des contextesd'exclusion et de violence. À partir de l'expérience avec des immigrés, nous formulons les bases d'un travail centré sur la clinique du traumatique plutôt que sur celle du symptôme et nous concentrons sur les particularités de l'écoute psychanalytique dans ces contextes, ainsi que sur les interventions collectives.

This article is meant as a contribution to the theoretical underpinnings of clinical and political psychoanalytic practice. This ethical, political and epistemological field that addresses the specificities of subjects and the difficulties related to their processes in contexts of violence and exclusion are discussed. Based on experience with immigrants, migrants and refugees, the text describes the bases of work centered on the clinic of traumatic events, rather than on symptoms, and focuses especially on the particularities of psychoanalytic listening within these contexts. Collective interventions are also discussed.

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Este artigo pretende avançar na sustentação teórica sobre a prática psicanalítica clínico-política, campo epistemológico ético e político que leva em conta as especificidades dos sujeitos e as vicissitudes de seus processos em contextos de exclusão e violência. A partir da experiência com imigrantes, formula as bases de um trabalho centrado na clínica do traumático mais do que na clínica do sintoma e focaliza as particularidades da escuta psicanalítica nesses contextos, assim como as intervenções coletivas(AU)

Este artículo pretende avanzar en la sustentación teórica sobre la práctica psicoanalítica clínico-política, campo epistemológico ético y político que tiene en cuenta las especificidades de los sujetos y las vicisitudes de sus procesos en los contextos de exclusión y violencia. A partir de la experiencia con inmigrantes formula las bases de un trabajo centrado en la clínica de lo traumático, antes que en la clínica del síntoma, enfocando el tema en la escucha psicoanalítica en esos contextos, así como en las intervenciones colectivas(AU)

Cet article vise à contribuer à l'étayage théorique de la pratique psychanalytique politico-clinique, domaine épistémologique moral et politique qui prend en compte les spécificités des sujets et les vicissitudes de leurs procédures dans des contextesd'exclusion et de violence. À partir de l'expérience avec des immigrés, nous formulons les bases d'un travail centré sur la clinique du traumatique plutôt que sur celle du symptôme et nous concentrons sur les particularités de l'écoute psychanalytique dans ces contextes, ainsi que sur les interventions collectives(AU)

This article is meant as a contribution to the theoretical underpinnings of clinical and political psychoanalytic practice. This ethical, political and epistemological field that addresses the specificities of subjects and the difficulties related to their processes in contexts of violence and exclusion are discussed. Based on experience with immigrants, migrants and refugees, the text describes the bases of work centered on the clinic of traumatic events, rather than on symptoms, and focuses especially on the particularities of psychoanalytic listening within these contexts. Collective interventions are also discussed(AU)

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O artigo aborda as experiências de atendimento realizadas por psicanalistas e psicólogos ligados à Universidade de São Paulo (USP) e à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) a imigrantes, migrantes e refugiados abrigados na Casa do Migrante, em São Paulo. Ressalta os esforços desses profissionais em estabelecer vínculos com pessoas em situações de vulnerabilidade geradas por processos de deslocamento, encontrando-se algumas delas em condições radicais de estrangeiridade por não constituírem laços com pessoas, lugares e instituições por onde transitam(AU)

RESUMO

Procura-se demonstrar como os discursos a que são expostos os sujeitos do capitalismo avançado indicam um modo de laço que empurra o sujeito violentamente ao gozo, seja sob a forma de consumo e lucro, seja sob a forma de sofrimento. Sua estratégia é propor aos sujeitos uma realidade posta (imposta), que os abstém dos dilemas éticos, o que gera, para além do mal-estar, violências. Ressituar o sujeito e a ética como elementos indissociáveis aponta para uma política de resistência à instrumentalização social do gozo(AU)

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Procura-se demonstrar como os discursos a que são expostos os sujeitos do capitalismo avançado indicam um modo de laço que empurra o sujeito violentamente ao gozo, seja sob a forma de consumo e lucro, seja sob a forma de sofrimento. Sua estratégia é propor aos sujeitos uma realidade posta (imposta), que os abstém dos dilemas éticos, o que gera, para além do mal-estar, violências. Ressituar o sujeito e a ética como elementos indissociáveis aponta para uma política de resistência à instrumentalização social do gozo.

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Freud já dizia que 'sem especulação e teorização metapsicológica – quase dis¬se 'fantasiar' –, não daremos outro passo à frente.' (Análise terminável e interminável, 1937). E suas proposições metapsicológicas definiram o arcabouço estrutural da teoria psicanalítica.Porém, mais do que considerar essas proposições e conceitos como uma teoria completa e acabada, ele convidou os pesquisadores psicanalíticos a oferece¬rem suas contribuições à continuidade da construção desse edifício teórico. É isso que ficou estabelecido em sua proposta de se considerar essas proposições metapsicológicas como 'andaimes intelectuais', a serem 'modificados, cor¬rigidos e mais precisamente determina¬dos à medida que uma maior experiência for acumulada e filtrada'. (Freud, Esboço de Psicanálise, 1940)O presente livro reúne um conjunto de artigos que têm como objetivo oferecer novas contribuições a alguns desses te¬mas fundamentais da metapsicologia, considerados relevantes e significativos para o esclarecimento e a reflexão sobre a clínica psicanalítica. Em sua maioria, são textos apresentados no Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-¬Graduação em Psicologia (ANPEPP), pe¬los grupos de pesquisa em Psicanálise.A qualidade das contribuições é ava¬lizada pela experiência clínica e em pes¬quisa dos autores, a maioria dos quais integra os quadros docentes de cursos de pós-graduação em Psicanálise de respeitadas instituições universitárias brasileiras: PUC-RJ, PUC-SP, UFRJ, UNB, USP e USP-Ribeirão Preto.

Psicanalistas e pesquisadores em Psicanálise, a maioria dos quais integrantes dos cursos de pós-graduação em Psicanálise das principais uni¬versidades brasileiras, foram convidados a participar do projeto deste livro. O objetivo é oferecer novas contribuições metapsicológicas para a reflexão sobre a clínica psicanalítica. Cinco partes compõem a obra: Sonhos, Realidade, Teoria da Prática Clínica, Psicopatologia e Formação em Psicanálise.A responsabilidade pela realização do projeto ficou a cargo do Grupo de Pesquisa Psicanálise e Sociedade, do Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil (CNPq), ao qual se vinculam o Núcleo de Pesquisa Psicanálise e Sociedade (PUC-SP) e o laboratório Psicanálise e Sociedade (USP).

RESUMO

Num momento de isolamento e opressão político-social, grupos de imigrantes japoneses, nos anos pós-guerra, constituíram organizações radicais e lançaram-se em ações terroristas. Inconformados com as posições de cidadãos sem pátria e mergulhados num profundo sentimento de desamparo, esses imigrantes rejeitaram a derrota do seu país na Segunda Guerra Mundial, mergulhando numa luta fratricida, que abalou a colônia nipônica radicada no Brasil. Aceitar a rendição do Japão significava reconhecer a derrota do seu imperador e romper os laços que ainda os mantinham ligados à terra natal, o que os levaria a vagar à deriva, numa nau sem rumo. Daí o apelo à violência. O episódio foi mantido em silêncio durante várias décadas, pois constituía-se em 'páginas negras' e 'vergonha' para a comunidade nipo-brasileira que, a partir de então, mudou os rumos de sua história, acelerando a integração na sociedade brasileira. Historiadores e sociólogos resgataram esse episódio trazendo à tona os fatos e as idéias que propiciaram, no Brasil das décadas de 30 e 40, uma exaltação ao racismo e à segregação que favoreceram a explosão da violência dos imigrantes nipônicos. A Psicanálise, nesse caso, valendo-se também dos estudos sociopolíticos, mostra-se de grande valia para desvendar a lógica interna que conduziu tais imigrantes a essa atuação radical (AU)

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Num momento de isolamento e opressão político-social, grupos de imigrantes japoneses, nos anos pós-guerra, constituíram organizações radicais e lançaram-se em ações terroristas. Inconformados com as posições de cidadãos sem pátria e mergulhados num profundo sentimento de desamparo, esses imigrantes rejeitaram a derrota do seu país na Segunda Guerra Mundial, mergulhando numa luta fratricida, que abalou a colônia nipônica radicada no Brasil. Aceitar a rendição do Japão significava reconhecer a derrota do seu imperador e romper os laços que ainda os mantinham ligados à terra natal, o que os levaria a vagar à deriva, numa nau sem rumo. Daí o apelo à violência. O episódio foi mantido em silêncio durante várias décadas, pois constituía-se em "páginas negras" e "vergonha" para a comunidade nipo-brasileira que, a partir de então, mudou os rumos de sua história, acelerando a integração na sociedade brasileira. Historiadores e sociólogos resgataram esse episódio trazendo à tona os fatos e as idéias que propiciaram, no Brasil das décadas de 30 e 40, uma exaltação ao racismo e à segregação que favoreceram a explosão da violência dos imigrantes nipônicos. A Psicanálise, nesse caso, valendo-se também dos estudos sociopolíticos, mostra-se de grande valia para desvendar a lógica interna que conduziu tais imigrantes a essa atuação radical.

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