RESUMO
O potencial da filtração lenta como opção tecnológica para o tratamento de água nos países em desenvolvimento e sua capacidade de remoção de contaminantes, sobretudo patogênicos, são reconhecidos. Contudo, ainda permanece incompleto o conhecimento acerca dos mecanismos que predominantemente atuam na remoção dos microrganismos. Objetivando avançar nessa compreensão, desenvolveu-se uma investigação experimental, em unidades piloto, em filtros lentos de areia com escoamento descendente e ascendente, operados com água sintética e duas taxas de filtração (3 e 6m /m2.d). A retenção dos microrganismos indicadores foi avaliada em cinco camadas, com 0,15 m de espessura cada, em dois momentos da carreira. A maturidade biológica do leito filtrante foi menos favorecida pela taxa mais alta de filtração e pelo fluxo ascendente. Os 0,45 m iniciais do leito filtrante foram importantes na remoção de microrganismos sob as condições estudadas, mas a remoção não se restringiu a estas camadas, tendo sido observada para todos os indicadores retenção nas camadas de 0,45-0,60 m e de 0,60-0,75 m. A schmutzdecke parece desempenhar papel efetivo na remoção de indicadores microbiológicos apenas quando bem desenvolvida. Há uma indicação de que a camada suporte exerce algum papel na retenção de sólidos e microrganismos no fluxo ascendente.
Assuntos
Técnicas Microbiológicas , Filtração Lenta , Purificação da Água , Filtros de AreiaRESUMO
Embora a presença de protozoários em águas para consumo humano revele-se como um importante problema de SaúdePública em diversos países, o conhecimento sobre esses riscos, no Brasil, ainda é escasso. Em vista dessa lacuna, apresentam-se,neste trabalho, informações que ajudam a compor e explicar a circulação no ambiente e a importância epidemiológica de oocistos de Cryptosporidium e de cistos de Giardia. A metodologia do trabalho incluiu: uma varredura da presença dos (oo)cistos em diferentes mananciais de abastecimento, em amostras de esgotos sanitários, em fezes de animais e humanas; a pesquisa da sua presença em hortaliças; a avaliação da eficiência de instalações de tratamento de água em escala-piloto e em escala real na remoção desses microrganismos; e a sua presença em águas de consumo após filtração. Foram identificadas: elevadas concentrações dos protozoários em mananciais abastecedores; a sua presença na água filtrada de estações de tratamento existentes e em efluentes de filtros lentos (ensaios em escala-piloto), em que pese a boa eficiência do processo na remoção; uma elevada densidade nos esgotos sanitários e em fezes de animais contaminados; além de uma considerável prevalência nas fezes de um contingente populacional urbano estudado. O estudo traz evidências do expressivo risco à saúde humana representado pelos protozoários no ambiente e reúne inéditas informações para subsidiar avaliações de riscos à saúde, sobretudo na perspectiva de validação das premissas adotadas pela Portaria Nº 518/2004, sobre potabilidade da água