RESUMO
ATP-bioluminescence assay was used to evaluate the cleaning and sanitizing procedures of stainless steel milk contact surfaces. Surfaces of a raw milk transportation tank, a raw milk cooling storage tank, an equalization pasteurizing tank, a pasteurized milk storage tank and a pasteurized milk packaging tank, as well as a milk centrifuge were evaluated. The Relative Light Unit (RLU) using a commercial luminometer and mesophilic aerobic counts (CFU.cm-2) on surfaces were determined. There were no significant differences (p>0.05) in RLU on the assessed surfaces before and after the cleaning and sanitizing procedures. Also, there were no significant differences (p>0.05) in CFU.cm-2 on the surfaces before the cleaning and sanitizing procedures, whereas different bacterial numbers were found on surfaces after the hygiene procedures. The surfaces of the milk centrifuge, raw milk cooling tank and milk packaging tank showed the largest mesophilic aerobic numbers after the hygiene, reaching 2.21, 2.18, and 1.21 log10, respectively. The results demonstrated that there is no agreement among the techniques for classification of hygienic conditions of the evaluated surfaces, showing a non-direct relation between RLU and CFU.cm-2. The ATP-bioluminescence method showed that 100% of the surfaces were under inadequate hygiene conditions, while the plate count method detected only 50%, based on the APHA's recommendation, and 33%, based on the WHO's recommendation. High variations in RLU measurements were observed, suggesting the need for more than only one surface analysis. The ATP-bioluminescence is not a direct replacement for microbiological testing, but provides complementary information and should be used as part of an integrated strategy.
A técnica do ATP-bioluminescência avaliou os procedimentos de higienização de superfícies em aço inoxidável dos tanques de transporte de leite cru, de estocagem de leite cru resfriado, de equilíbrio de um pasteurizador, de estocagem de leite pasteurizado e para embalagem de leite pasteurizado e, ainda, a superfície interna de uma centrífuga de leite quanto à determinação de Unidades Relativas de Luz (URL) e da contagem de mesófilos aeróbios (UFC.cm-2). Não houve diferença significativa (p>0.05) na medida de URL nas superfícies antes e depois do procedimento de higienização. Também, não houve diferença significativa (p>0.05) no número de UFC.cm-2 nas superfícies antes da higienização. No entanto, contagens bacterianas diferentes foram constatadas após este procedimento. As superfícies da centrífuga e dos tanques de leite resfriado e para embalagem de leite apresentaram as maiores contagens após a higienização, atingindo 2,21, 2,18, e 1,21 log10, respectivamente. Os resultados mostram que não há concordância entre os métodos na classificação das condições higiênicas das superfícies, indicando que não há relação direta entre RLU e UFC.cm-2. A técnica do ATP-bioluminescência indicou que 100% das superfícies estavam em condições higiênicas inadequadas, enquanto a contagem bacteriana indicou apenas 50% de acordo com as recomendações da APHA e 33% de acordo com OMS. Variações elevadas nas medidas de URL sugerem a necessidade de se realizar mais de uma análise na mesma superfície. A técnica do ATP-bioluminescência não deve simplesmente substituir os testes microbiológicos mas ser usada para se obter informações complementares para avaliar as condições higiênicas das superfícies para o processamento de leite.
RESUMO
The microbiological air quality at processing areas in a dairy plant was evaluated by using a one-stage air sampler, based on Andersen principles (impaction technique) and by culture settling plate technique, also known as sedimentation technique. Among these areas, milk reception, packaging, and pasteurization rooms were included. Rooms where cheese, yogurt, butter and "doce de leite"(Latin American typical treat made of concentrated milk and sugar) are made were also evaluated. For all processing areas, the numbers of mesophilic aerobic bacteria and yeast and molds recovered by air sampler were higher than 90 CFU·m-3 - the maximum value recommended by American Public Health Association (APHA). In four of the six processing areas, the microbial numbers were higher than APHA's standard (30 CFU.cm-2.week-1) according to culture settling plate technique. The results showed a difference (p 0.05) for the Staphylococcus aureus numbers (from 1.0 to 4.3 UFC·m-3) at processing areas. The numbers of microorganisms recovered by impaction technique were about 2 to 10 times higher than by sedimentation technique. The microorganism group determined at processing areas depended mainly on the technique. By the air sampler technique, it was observed the predominance of yeasts and molds and by sedimentation technique, of mesophilic aerobic bacteria. The increase of temperature at processing areas did not seem to affect the numbers of airborne microorganisms. On the other hand, the increase of air humidity showed a relation with the increase of microorganism numbers. The impaction technique should be chosen since it is better to recover airborne microorganisms, including pathogens.
Foi avaliada a microbiota do ar dos ambientes de recepção, embalagem e pasteurização de leite, produção de queijos, de iogurte e de doce de leite e manteiga em uma indústria de laticínios pelas técnicas de sedimentação e de impressão em ágar utilizando um amostrador de ar de um estágio baseado no princípio de Andersen. As contagens de microrganismos mesófilos aeróbios e de fungos filamentosos e leveduras pela técnica impressão em ágar ultrapassaram 90UFC·m-3 de ar, valor máximo recomendado pela APHA. Pela técnica de sedimentação, as contagens microbianas do ar de quatro ambientes também ultrapassaram 30UFC·cm-2·semana-1, conforme recomendação da APHA. Os ambientes diferiram (p 0,05) apenas para os números de Staphylococcus aureus. ( 1,0 a 4,3 UFC.m-3). As contagens microbianas por impressão em ágar foram de 2 a 10 vezes maiores que as obtidas por sedimentação, evidenciando a maior capacidade da impressão em ágar em determinar microrganismos do ar, inclusive patógenos. Quanto à distribuição da microbiota do ar, houve a predominância de fungos filamentosos e leveduras pela técnica de sedimentação em ágar e de mesófilos aeróbios pela de impressão em ágar. O aumento da temperatura ambiente, ao contrário do aumento da umidade relativa do ar, não contribuiu para maiores contagens microbianas no ar.