RESUMO
Existe a possibilidade de apreensão de uma inesperada Antropologia Filosófica decorrente da Analítica Existencial do Dasein empreendida por Martin Heidegger em Ser e Tempo - ainda que não tenha sido esta sua intenção filosófica. Os posicionamentos explicitados nas conferências de Zöllikon, em diálogo com sua ontologia fundamental, inequivocamente constitui imprescindível reflexão para fundamento e desenvolvimento das ciências humanas em geral, e da Psicologia e Psicopatologia fenomenológica em particular. Essa tarefa a ser constituída através de pesquisas científicas e filosóficas, em paralelo, representa missão imprescindível ao balizamento da práxis das ciências humanas que aí reivindicam fundamentos epistemológicos, de modo a proporcionar-lhes o advento de novas produções científicas, e elementos para uma práxis inspirada nos preceitos fenomenológico-existenciais, segundo suas concepções de intersubjetividades e alteridades expressas cooriginariamente, em histórias, tempos e espaços vividos. O diálogo entre ciências e filosofia, em grande medida, impõe a necessidade de distinção precisa entre o que se coloca como objeto dessa duas diferentes fontes de produção de saberes, permanecida na instância de uma instigação mútua, como condição de possibilidade para desenvolvimento e fundamentação de ambas.(AU)