RESUMO
Dor é um sintoma relativamente comum das doenças bucais. Porém, pouco se sabe sobre sua prevalência ou impacto na vida das pessoas, principalmente em se tratando de crianças. Realizou-se um estudo transversal para determinar a prevalência e as características da dor de dente em escolares, relacionando-a a aspectos concernentes ao atendimento odontológico e à saúde geral. Selecionou-se, aleatoriamente, em escolas públicas e particulares de Belo Horizonte, 601 crianças de oito e nove anos que, após autorização formal dos pais, submeteram-se à entrevista. Uma das caracteríticas da dor, sua gravidade, foi medida por um instrumento adequado à faixa etária de estudo (escala de faces). A prevalência global de dor de dente (alguma vez na vida) foi de 45,9% (276/601), sendo que 15,6% (94/601) manifestaram-se no último mês. A gravidade da dor foi classificada como muito leve a leve por 42,1% (116/601) das crianças, como moderada por 18,5% (51/601) e intensa a muito intensa por 39,4% (109/276) delas. Quase 35% das crianças foram acordadas pela dor de dente e 63,8% deixaram de realizar alguma tarefa habitual em função dela. Conclui-se que dor de dente é um problema significativo para crianças em Belo Horizonte e, por isso, deve ser levada em conta nos levantamentos do estado de saúde bucal.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Criança , Odontopediatria , Prevalência , Odontalgia , Estudos Transversais , Assistência Odontológica para Crianças , Índice de Gravidade de DoençaRESUMO
Sob a ótica da promoção de saúde, a relação entre saúde bucal e qualidade de vida tem sido motivo de atenção dos profissionais da Odontologia, principalmente pela relevância da dor de dente e dos impactos físico e psicossocial que ela acarreta na vida das pessoas. O objetivo deste esudo foi avaliar a influência do estilo de vida sobre a prevalência de dor de dente, analisando os variáveis hábitos de higiene bucal e acesso aos serviços odontológicos. Participaram 62 crianças (1 a 6 anos) do Centro Educacional Caminhos para o Futuro, Belo Horizonte/MG. Foi enviado um questionário aos responsáveis, com retorno de 81% (n=50), bem como um termo de consentimento livre e esclarecido. Utilizaram-se os testes estatísticos para comparação de proporções e X² (p<0,05). A taxa de dor de dente encontrada na amostra (20%) apresentou associação com a realização da escovação e uso de dentifrício pelas crianças (p<0,001). Já com a freqüência de escovações/dia e uso de fio dental não houve associação (p>0,05). A prevalência de dor de dente foi menor entre as crianças que já haviam ido ao Cirurgião-dentista alguma vez (p<0,001), entre as que realizaram consulta odontológica no último ano (p<0,025) e entre aquelas cujas mães receberam orientação profissional sobre higiene bucal (p<0,001). Ficou claro que os cuidados de higiene bucal, bem como o acesso aos serviços odontológicos, repercutiram em uma baixa prevalência de dor de dente nas crianças estudadas, demonstrando que o estilo de vida pode influenciar a qualidade de vida.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pré-Escolar , Criança , Cárie Dentária/diagnóstico , Higiene Bucal/métodos , Odontalgia , Cárie Dentária/prevenção & controle , Assistência Odontológica , Hábitos , Qualidade de VidaRESUMO
PURPOSE: Pain is a frequent symptom of oral disease. It is difficult to measure, however, due to its subjectivity, especially among children. The purpose of this study was to verify the utility and applicability of a visual analogue scale of faces (VASOF), adapted for 8- to 9-year-olds, to measure the severity of toothaches. METHODS: A cross-sectional study was undertaken, which included 601 boys and girls randomly selected from state and private schools in the city of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. They were interviewed and clinically examined, and a VASOF was applied. RESULTS: The VASOF's application revealed a high percentage of intense/very intense pain in the sample (39%). The presence of this pain intensity was accompanied by a high incidence of children who cried, were awakened by the pain, and were unable to carry out habitual tasks. Furthermore, this severe pain was strongly associated with less-privileged economic groups and the presence of oral pathology (P< or =.05). The scale was well understood by children, independent of gender or economic group. CONCLUSIONS: A VASOF was found to be capable of measuring toothache severity experienced by school-age children.
Assuntos
Medição da Dor/métodos , Odontalgia/classificação , Atividades Cotidianas , Criança , Estudos Transversais , Choro/fisiologia , Feminino , Humanos , Entrevistas como Assunto , Masculino , Doenças da Boca/classificação , Índice de Gravidade de Doença , Transtornos do Sono-Vigília/fisiopatologia , Classe Social , Odontalgia/fisiopatologiaRESUMO
Através deste trabalho, buscou-se conhecer a visão de diversos profissionais da área de saúde que atendem crianças (ortodontistas, odontopediatras, fonoaudiólogos, psicólogos e pediatras) e suas abordagens preventivas e terapêuticas em relação ao tema. As informações foram obtidas através de um questionário enviado para profissionais das especialidades acima citadas. Procurou-se relacionar hábitos bucais com amamentação natural e artificial, desenvolvimento psicoemocional, deformidades dentofaciais e orientações preventivas realizadas pelos profissionais, que foram unânimes em afirmar ser o aleitamento materno a principal forma de prevenir a aquisição do hábito deletério. Constatou-se que, apesar de se depararem com a mesma problemática, pouca interação existe entre as especialidades, comprometendo, dessa maneira, o sucesso na prevenção e terapêutica de tais hábitos.
Assuntos
Aleitamento Materno , Sucção de Dedo , Hábitos , Prática Profissional , Comportamento de Sucção , Resolução de Problemas , Inquéritos e Questionários , Condutas Terapêuticas HomeopáticasRESUMO
Através deste estudo, buscou-se ressaltar a relação das doenças periodontais agressivas em crianças e adolescentes, com fatores ambientais e comportamentais, enfatizando a distribuição de tais doenças dentro das famílias de indivíduos afetados. Foram levantadas suas principais características e abordados os aspectos genéticos, imunológicos, comportamentais, ambientais, sociais e microbiológicos, relacionados aos padrões de doença. A partir da revisão de literatura, constatou-se a necessidade da abordagem do indivíduo de risco na infância, meta a ser considerada pela Odontopediatria, e de futuras pesquisas visando esclarecer questões de como os fatores comportamentais, socioeconômicos e culturais familiares estão diretamente associados ao desenvolvimento e progressão da doença periodontal. Tais pesquisas se justificam pelo fato de que medidas preventivas podem ser instituídas para afetar e modificar o comportamento e o ambiente dos indivíduos mais suscetíveis, reduzindo, assim, o risco à doença