RESUMO
A mulher sofre a influência do metabolismo oxidativo ao longo de toda a vida reprodutiva. Baixas concentrações de espécies reativas de oxigênio têm importância na modulação de inúmeros processos fisiológicos do trato reprodutivo feminino, como a maturação oocitária, a atresia folicular, a função do corpo lúteo, a interação gamética, a fertilização, o desenvolvimento e a implantação embrionária, bem como o declínio da fertilidade relacionado à idade. Quando há um desequilíbrio entre os agentes pró-oxidantes e os mecanismos antioxidantes de defesa do organismo pode ocorrer o estresse oxidativo, que tem sido envolvido na etiopatogênese da endometriose e de outras doenças do trato reprodutivo feminino. Alguns relatos suportam a influência deletéria do estresse oxidativo tanto em nível de fertilidade natural, como após a realização de técnicas de reprodução assistida. Portanto, o objetivo desta revisão é sintetizar a influência dos radicais livres e dos diferentes antioxidantes na fisiologia dos processos reprodutivos femininos e destacar o seu potencial papel na etiopatogênese de importantes causas de infertilidade feminina, com destaque na síndrome dos ovários policísticos, endometriose e disfunções tubárias.