RESUMO
O analista não pode propor aos legisladores nenhuma 'ecografia' da psique à qual pudessem recorrer para elucidar qual desejo inconsciente responde à demanda por um filho dirigida à sociedade pelo viés dos detentores do saber nem qual desejo decide a resposta a ser dada. Somente sua extrema vigilância pode preservar a esperança de que esta ampliação do campo dos possíveis que compreende o projeto da ciência não consiga tornar impossível um funcionamento psíquico que somente poderia se preservar apelando a defesas que ainda somos capazes de qualificar de psicopatológicas e que se tornariam, para aqueles que nos seguirão, a prova da boa adaptação do sujeito à sua realidade futura. Este é o risco maior que ameaça todo campo social e seus ocupantes (AU)
RESUMO
A autora analisa as condições que permitem que a entrada na adolescência acompanhe o acesso a uma ordem temporal que preserva o sujeito desta confusão de tempo própria da psicose. Isso só é possível se o Eu, no curso mesmo de sua infância, pôde constituir esse fundo de memória no qual certos elementos, momentos, balizas de sua própria história libidinal vão se preservar. Mas esse fundo de memória deverá depender desse capital fantasmático do qual o Eu deve poder dispor livremente a fim de que seu acervo de lembranças fique dotado desse poder emocional, sem o qual todo encontro novo será despossuído de todo poder de gozo e sofrimento (AU)
RESUMO
A autora estuda os limites das modificações que o sistema psíquico e sua atividade de representação podem impor à realidade, e quais são as relações entre o não-modificável, o irrepresentável e o não-dizível (AU)
RESUMO
Partindo do pressuposto de que toda historia significante se constroi a partir do nascimento de um corpo - corpo este que devera ser investido libidinalmente - a autora discute os movimentos constitutivos da psique e sua relacao com o corpo. A enfase e dada ao postulado do auto-engendramento que diz que enquanto o espaco psiquico e o espaco somatico estao indissociaveis, a psique imputara a atividade das zonas sensoriais o poder de engendrar suas experiencias. A autora parte daquilo que o corpo torna visivel nos registros da emocao e do sofrimento somatico, para compreender seu papel na construcao do 'corpo latente', que e o seu duplo psiquico. A 'aquisicao' do corpo pelo Eu (Je) e seguida passo a passo no texto. A 'historizacao' da vida somatica so pode ser feita por um biografo: o Eu. Este Eu (Je) deve, entretanto, ser capaz de reconhecer como seus os eventos que marcaram significativamente sua vida. Para que o biografo e biografia existam e necessario que psique e corpo passem a se relacionar como polos separados, marcando assim a passagem do corpo sensorial ao corpo relacional. O Eu (Je) so pode ocupar um corpo que possua uma historia. A primeira versao desta historia e elaborada pela psique que acolhe este corpo. Nesta historia estara contido um 'Eu (Je) antecipado', referente a imagem do corpo da crianca que a mae antecipa, permitindo assim que a crianca seja inserida num sistema de parentesco. Contudo, a situacao pode complicar-se quando a imagem criada pela mae nao corresponde ao corpo com o qual a crianca vem ao mundo. Os conflitos insuportaveis e os lutos irrealizaveis gerados por essa situacao sao ampla e longamente debatidos: a psicose, o autismo, as manifestacoes psicossomaticas, as somatizacoes polimorfas. No final do texto sao analisadas, de forma pormenorizada, as consequencias da nao ancoragem do representante psiquico que a mae traz do corpo do infans na realidade do corpo com o qual a crianca nasce.
Assuntos
Psicanálise , História , Emoções , Psicanálise , História , EmoçõesRESUMO
Examinando o destino da angustia e sua relacao com a identificacao nas varias modalidades de organizacao psiquica, esta conferencia ilumina de modo original as diferencas e semelhancas entre elas.