RESUMO
Descreve-se a evoluçäo da mortalidade infantil no Brasil na década de 80. Diante da elevada proporçäo de óbitos näo registrados no país, a caracterizaçäo do risco de morrer entre as crianças menores de um ano de idade é realizada por um conjunto de indicadores de saúde elaborados com base na distribuiçäo por causa de morte e por componente etário. Por meio de uma análise estatística por componentes principais, desenvolve-se um índice sintetizador que permite expressar quantitativamente as diferentes situaçöes de saúde nas unidades federadas. Através desta escala de valores, dividindo-se o território nacional em três grandes grupos, demonstra-se que a parte mais pobre persiste com padräo similar ao da India. Adicionalmente, a análise da mortalidade neonatal nos estados mais desenvolvidos mostra reduçäo pouco expressiva nos coeficientes na primeira semana de vida, demonstrando-se que o padräo observado, mesmo nos estados em situaçäo privilegiada em relaçäo aos demais, sequer se aproxima do que ocorre no mundo desenvolvido. De maneira geral, o confronto com a experiência internacional leva a constatar que o declínio da mortalidade infantil na década de 80 foi pobre, ficando evidente que o rumo a ser seguido envolve intervençöes específicas sobre ambos os componentes, e o neonatal e o tardio.