RESUMO
A cocaína possui uma açao neuropsicofarmacológica que depende, primariamente, de açao estimuladora global sobre os sistemas monoaminérgicos, basicamente com aumento da liberaçao de noradrenalina, serotonina e de dopamina pré-sinápticas e bloqueio concomitante da sua recaptaçao. Atualmente, vem sendo uma das substâncias de uso ilícito mais freqüentemente envolvida em complicaçoes clínicas decorrentes do abuso de drogas, perdendo apenas para o etanol. Tais complicaçoes estao, na sua maioria, associadas ao efeito simpatomimético e, em muitos casos, sao de curta duraçao. Na esfera neurológica podemos observar cefaléias, convulsoes, acidentes vasculares cerebrais e medulares, além de desordens do movimento, que incluem tremor, distonia, coreoatetose e tics. Comprometimento neuromuscular com rabdomiólise também é descrito. Manifestaçoes de caráter focal podem indicar comprometimento estrutural encefálico e sempre devem demandar investigaçao detalhada.