RESUMO
Objetivo. Diversas tecnologias de tratamento de resíduos infectantes necessitam descaracterizar previamente os resíduos infectantes, através de trituração, apresentando fontes potenciais de formação de bioarerossóis, com risco à saúde pública e do trabalhador. Considerando-se esses aspectos, este trabalho avalia, por meio de um estudo de caso descritivo, em uma Unidade de Tratamento de Resíduos, a microbiota presente no ar e no ambiente de armazenamento e início da trituração dos resíduos não tratados e do sistema de filtragem de ar. Métodos. Foram realizados 07 campanhas de amostragem de ar, totalizando 90 coletas. Utilizou-se um amostrador de ar tipo impactador. Foram amostrados volumes de 311,3 litros de ar, durante 11 minutos, por amostra. Utilizaram-se os meios de cultura PCA e TSA para contagem em placa Baird Parker, McConkey e Azida Blood Agar como meios seletivos. Para a identificação das espécies de bactérias adotou-se testes bioquímicos, através de galerias API. Resultados. No ambiente de armazenamento dos resíduos não tratados as contagens variam de 6 a >786 UFC/m3 (PCA) e 0 a 584 UFC/m3 (TSA), com a presença de espécies de interesse em saúde pública. Registraram-se 14 gêneros e 18 espécies de bactérias, algumas patogênicas ou oportunistas, como as dos gêneros Staphylococcus, Pasteurella, Pseudomonas. Não houve crescimento de bactérias nas amostras do sistema de filtragem. Conclusão. As áreas isoladas e estanques, associadas à sistemas de filtragem de ar de ambientes potencialmente contaminados são importantes mecanismos de controle preventivo da poluição e o monitoramento da qualidade microbiológica do ar contribui para o controle e evolução dessas tecnologias