RESUMO
OBJETIVO: Comparar as medidas da pressão intra-ocular (PIO) obtidas com o tonômetro de aplanação de Goldmann (TAG) e o tonômetro de contorno dinâmico (TCD) e correlacioná-las com a espessura central da córnea (ECC). MÉTODOS: Estudo transversal, com os pacientes divididos em dois grupos: glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) e olhos normais (ON). As medidas da PIO foram obtidas em todos os pacientes com o TAG e o TCD. Um examinador realizou as tonometrias com o TAG e outro examinador com o TCD. A ECC foi obtida pelo paquímetro ultrassônico. Os resultados foram avaliados através do teste Z para amostras independentes, teste t de Student para amostras relacionadas, teste de correlação linear de Pearson e gráfico de Bland-Altman. RESULTADOS: Foram incluídos 134 olhos de 71 pacientes. O grupo GPAA foi constituído por 85 olhos de 45 pacientes e o grupo ON por 49 olhos de 26 indivíduos com olhos normais. Não houve diferença significativa da ECC entre os dois grupos em ambos os olhos (p= 0,54 OD; p= 0,71 OE). As tonometrias realizadas com o TCD foram maiores nos dois grupos (GPAA: p< 0,01; ON: p= 0,01). Houve correlação significativa entre as tonometrias do TAG e do TCD nos dois grupos separados ou em conjunto (p< 0,001). Não houve correlação significativa entre o TAG ou o TCD e a ECC, exceto no olho direito dos dois grupos em conjunto (p= 0,03; r² = 0,07). O gráfico de Bland-Altman mostrou pouca concordância entre os dois procedimentos. CONCLUSÃO: Nenhum dos métodos mostrou boa correlação com a ECC. Houve pouca concordância entre os dois métodos, sendo maiores, as tonometrias obtidas com o TCD. As medidas realizadas no TCD parecem ser menos influenciadas pelos valores da ECC do que as medidas realizadas no TAG.
PURPOSE: To compare intraocular pressure (IOP) readings of Goldmann applanation tonometry (GAT) and dynamic contour tonometry (DCT), and to correlate central corneal thickness (CCT) with these readings. METHODS: This transversal study included patients in two groups: open-angle glaucoma (OAG) and normal eyes (NE). IOP measurements were obtained in all patients using GAT and DCT. The same examiner made all GAT measurements. Another examiner, who was masked to the GAT readings, made DCT measurements. CCT was determined by ultrasound pachimetry. RESULTS: The study included 134 eyes of 71 subjects. The groups were composed of 85 eyes from 45 patients with OAG and 49 eyes from 26 subjects with NE. There was no statically significant difference between CCT in the two groups (p = 0,54, right eye; p = 0,71, left eye). DCT readings consistently were higher than GAT measurements in the two groups (OAG: p < 0,001; NE: p = 0,01). There was good correlation between GAT and DCT in both groups (p < 0,001). Neither GAT nor DCT showed a significant correlation with CCT, except in the separate analysis of all right eyes (p = 0,03; r² = 0,07). Bland-Altman graphs showed disagreement between GAT and DCT. CONCLUSION: Measurements with both GAT and DCT were not correlated with CCT. The agreement between GAT and DCT were not good. The IOP measurements by GAT were lower when compared with DCT. DCT readings seem to be less dependent on CCT than TAG readings.
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a influência do peso corporal e do índice de massa corporal (IMC) nos picos e na flutuação da pressão intra-ocular (PIO) no teste de sobrecarga hídrica (TSH) em pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA), glaucoma de pressão normal (GPN) e olhos normais (ON). MÉTODOS: Estudo transversal em que foram avaliados 32 olhos de 32 pacientes com GPAA, 30 olhos de 30 pacientes com GPN e 20 olhos de 20 ON. Nenhum dos pacientes glaucomatosos havia iniciado o tratamento da doença. O TSH foi realizado às 17h, sendo avaliada a correlação entre o peso corporal e o IMC e os picos e a flutuação da PIO durante o TSH. Os resultados foram analisados através dos testes de Anova-fator único com teste de Bonferroni e correlação linear de Pearson. Foi considerado significativo valor de p menor que 0,05. RESULTADOS: Não houve diferença significativa na idade (p=0,13), no peso corporal (p=0,13) e no IMC (p=0,83) entre os três grupos. Foi encontrada correlação estatisticamente significativa no grupo GPAA entre o peso corporal e a flutuação da PIO no TSH (p=0,02; r=-0,42) e entre o IMC e a flutuação da PIO no TSH (p=0,02; r=-0,41). Não houve correlação significativa entre o peso corporal e o IMC e os picos de PIO nos três grupos e entre o peso corporal e o IMC e a flutuação da PIO nos grupos GPN e ON.. CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo sugerem que o peso corporal e o IMC devem ser considerados ao se avaliar os resultados do TSH em portadores de GPAA e que pacientes portadores de GPAA com maior IMC e maior peso corporal podem apresentar menor flutuação da PIO no TSH.
PURPOSE: To evaluate the influence of the body weight and body mass index (BMI) on the intraocular pressure (IOP) peaks and fluctuation in the water-drinking test (WDT) in primary open angle (POAG) and normal tension glaucoma (NTG) patients, as well as normal eyes (NE). METHODS: Thirty-two eyes of 32 POAG patients, 30 eyes of 30 NTG patients and 20 eyes of 20 normal patients were evaluated in this transversal study. None of the patients were using antiglaucomatous drugs at the beginning of the study. The WDT was performed at 5:00 pm for further correlation between body weight, BMI and intraocular pressure peaks and fluctuation. Analysis of variance, Bonferroni test and Pearson correlation coefficient were used for statistical analysis. Inherent to the methods used, p-values below 0,05 were considered to ensure statistical relevance. RESULTS: There was no statically significant difference between age (p=0,13), body weight (p=0,13) and BMI (0,83) in the three groups studied. There was significant correlation between body weight and IOP fluctuations (p=0,02; r=-0,42) and between BMI and IOP fluctuations (p=0,02; r=-0,41) in POAG patients. Body weight and BMI were not significantly associated with IOP peaks in the three groups. There was no statistically significant correlation between body weight, BMI and IOP fluctuations in NTG patients and in NE. CONCLUSION: The results suggest that knowledge of body weight and BMI is advisable before interpreting the WDT outcomes in POAG patients. POAG patients with higher body weight and BMI may present lower fluctuation in the WDT.
RESUMO
PURPOSE: To evaluate and correlate the peaks and the fluctuation of intraocular pressure seen in the association of the ambulatory intraocular pressure curve with the water-drinking test versus the peaks and the fluctuation seen in the daily intraocular pressure curve. METHODS: The sample was as follows: 77 eyes belonging to 77 patients who were divided into three groups composed of 31 eyes belonging to 31 patients with primary open-angle glaucoma, 26 eyes belonging to 26 patients with normal tension glaucoma and 20 normal eyes belonging to 20 individuals. RESULTS: A significant correlation could be observed between the pressure peaks collected from the daily intraocular pressure curve and the pressure peaks seen in the ambulatory intraocular pressure curve, on the water-drinking test, as well as in the association of the ambulatory intraocular pressure curve with the water-drinking test. The procedure which showed the highest rate of correlation between the pressure peaks and the peaks of the daily intraocular pressure curve was the ambulatory intraocular pressure curve (r2= 0.81). However, no statistically significant difference was found between the pressure peaks and the correlation coefficients observed in the other methods. The correlation between the fluctuation of intraocular pressure obtained in the association of the ambulatory intraocular pressure curve with the water-drinking test and the fluctuation of the pressure seen in the daily intraocular pressure curve showed a slight association (r2= 0.21). CONCLUSIONS: The association between ambulatory intraocular pressure curve and water-drinking test was not efficient to estimate peaks and the fluctuation of daily intraocular pressure curve. The ambulatory intraocular pressure curve and the water-drinking test must be analyzed separately. When predicting the peak and the fluctuation of the daily intraocular pressure curve, the ambulatory intraocular pressure curve was the most efficient procedure.
Assuntos
Técnicas de Diagnóstico Oftalmológico , Ingestão de Líquidos , Glaucoma de Ângulo Aberto/diagnóstico , Pressão Intraocular/fisiologia , Água , Adulto , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Progressão da Doença , Feminino , Glaucoma de Ângulo Aberto/fisiopatologia , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Reprodutibilidade dos Testes , Fatores de Tempo , Tonometria OcularRESUMO
OBJETIVO: Avaliar e correlacionar os picos e a flutuação da pressão intra-ocular verificados na associação da curva ambulatorial com o teste de sobrecarga hídrica com os picos e a flutuação verificados na curva diária de pressão intra-ocular. MÉTODOS: A amostra foi constituída de 77 olhos de 77 pacientes divididos em três grupos compostos por 31 olhos de 31 pacientes portadores de glaucoma primário de ângulo aberto, 26 olhos de 26 pacientes com glaucoma de pressão normal e 20 olhos normais de 20 indivíduos. RESULTADOS: Houve correlação significativa entre os picos de pressão obtidos na curva diária de pressão intra-ocular e os picos de pressão verificados na curva ambulatorial, no teste de sobrecarga hídrica e na associação da curva ambulatorial com o teste de sobrecarga hídrica. O procedimento em que os picos de pressão apresentaram maior correlação com os picos da curva diária de pressão intra-ocular foi a curva ambulatorial (r²= 0,81), embora não tenha havido diferença estatisticamente significativa com os coeficientes de correlação verificados nos outros métodos. A correlação entre a flutuação da pressão intra-ocular obtida na associação da curva ambulatorial com o teste de sobrecarga hídrica e a flutuação da pressão verificada na curva diária de pressão intra-ocular apresentou uma fraca associação (r²= 0,21). CONCLUSÃO: A associação da curva ambulatorial com o teste de sobrecarga hídrica não se mostrou eficaz para predizer os picos e a flutuação da curva diária de pressão intra-ocular. A curva ambulatorial e o teste de sobrecarga hídrica, devem ser analisados separadamente. O procedimento mais eficaz em prever o pico e a flutuação da pressão da curva diária de pressão intra-ocular foi a curva ambulatorial.
PURPOSE: To evaluate and correlate the peaks and the fluctuation of intraocular pressure seen in the association of the ambulatory intraocular pressure curve with the water-drinking test versus the peaks and the fluctuation seen in the daily intraocular pressure curve. METHODS: The sample was as follows: 77 eyes belonging to 77 patients who were divided into three groups composed of 31 eyes belonging to 31 patients with primary open-angle glaucoma, 26 eyes belonging to 26 patients with normal tension glaucoma and 20 normal eyes belonging to 20 individuals. RESULTS: A significant correlation could be observed between the pressure peaks collected from the daily intraocular pressure curve and the pressure peaks seen in the ambulatory intraocular pressure curve, on the water-drinking test, as well as in the association of the ambulatory intraocular pressure curve with the water-drinking test. The procedure which showed the highest rate of correlation between the pressure peaks and the peaks of the daily intraocular pressure curve was the ambulatory intraocular pressure curve (r²= 0.81). However, no statistically significant difference was found between the pressure peaks and the correlation coefficients observed in the other methods. The correlation between the fluctuation of intraocular pressure obtained in the association of the ambulatory intraocular pressure curve with the water-drinking test and the fluctuation of the pressure seen in the daily intraocular pressure curve showed a slight association (r²= 0.21). CONCLUSIONS: The association between ambulatory intraocular pressure curve and water-drinking test was not efficient to estimate peaks and the fluctuation of daily intraocular pressure curve. The ambulatory intraocular pressure curve and the water-drinking test must be analyzed separately. When predicting the peak and the fluctuation of the daily intraocular pressure curve, the ambulatory intraocular pressure curve was the most...
Assuntos
Adulto , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Técnicas de Diagnóstico Oftalmológico , Ingestão de Líquidos , Glaucoma de Ângulo Aberto/diagnóstico , Pressão Intraocular/fisiologia , Água , Progressão da Doença , Glaucoma de Ângulo Aberto/fisiopatologia , Reprodutibilidade dos Testes , Fatores de Tempo , Tonometria OcularRESUMO
PURPOSE: To assess whether central corneal thickness is related to glaucomatous visual field loss severity among patients with office-controlled intraocular pressure in the normal range. METHODS: This transversal study included 85 eyes of 85 patients with treated primary open-angle glaucoma and documented intraocular pressure below 19 mmHg. The patients were divided into three groups according to Anderson criteria of field abnormality. The groups were composed of 30 eyes with mild defect, 28 eyes with moderate defect and 27 eyes with severe defect. Intraocular pressure and central cornea thickness were compared and evaluated between the three groups. RESULTS: Central corneal thickness was statistically thinner in the severe group (mean= 513 +/- 26 microm) compared with the mild defect group (mean= 535 +/- 35 microm) and the moderate group (mean= 533 +/- 30 microm) (p = 0.0182). There was no statistically significant difference between intraocular pressures in the three groups (p = 0.0851). The severe group showed a statistically higher age and number of medications than the other groups. CONCLUSIONS: The central corneal thickness measurement is desirable when establishing target intraocular pressure of patients with open-angle glaucoma. Central corneal thickness is a clinical factor in determining glaucoma severity. Patients with severe field loss showed lower corneal thickness compared with patients with mild and moderate visual field loss.
Assuntos
Córnea/patologia , Glaucoma de Ângulo Aberto/complicações , Transtornos da Visão/etiologia , Campos Visuais , Idoso , Estudos Transversais , Feminino , Humanos , Pressão Intraocular , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Índice de Gravidade de Doença , Tonometria Ocular , Testes de Campo VisualRESUMO
OBJETIVO: Avaliar se a espessura central da córnea pode influenciar na gravidade de defeitos de campo visual no glaucoma em pacientes com pressão intra-ocular controlada ambulatorialmente. MÉTODOS: Estudo transversal de 85 olhos de 85 pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto em tratamento e com níveis pressóricos inferiores a 19 mmHg. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com os critérios de gravidade de defeito de campo visual de Anderson. Os grupos eram compostos de 30 olhos com defeito leve de campo visual, 28 olhos com defeito moderado e 27 olhos com defeito grave. Foram avaliadas e comparadas a pressão intra-ocular e a espessura central da córnea entre os três grupos. RESULTADOS: A espessura central da córnea foi significativamente menor no grupo grave (média de 513 ± 26 µm) comparado aos grupos leve (média de 535 ± 35 µm) e moderado (média de 533 ± 30 µm) (p = 0,0182). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as pressões intra-oculares dos três grupos (p = 0,0851). O grupo grave apresentou média de idade e número de medicações estatisticamente maior quando comparado aos outros grupos. CONCLUSÃO: Os nossos resultados sugerem relação entre a espessura corneana e a gravidade do glaucoma e que a medida da espessura central da córnea deve ser levada em consideração na estimativa da pressão-alvo no tratamento do glaucoma. Os pacientes com defeito grave de campo visual apresentaram córneas mais finas que os pacientes com defeito leve ou moderado.