RESUMO
Este trabalho analisa a importância do conceito de vulnerabilidade em bioética e seu alcance na relação com a autonomia do sujeito. Insere a questão no contexto sociocultural contemporâneo, no qual predomina a dificuldade em dialogar com a vulnerabilidade. Assume a presença da vulnerabilidade em todos os processos humanos, como substantiva ao homem, recorrendo ainda a textos atuais para estabelecer seu significado antropológico e seu emprego nas reflexões relacionadas com a investigação. Sustenta que a consciência da vulnerabilidade é importante para alimentar a razão crítica, apontando como necessário que a vulnerabilidade seja pensada dialeticamente, como um outro braço da autonomia, enquanto capacidade de decisão e proteção. Ao estabelecer a diferença entre vulnerável e suscetível, enquadra o processo de envelhecimento, transversal ao ser humano, admitindo uma inovadora abordagem na prática clínica.