RESUMO
Estudo longitudinal com o objetivo de caractizar a interferência da dor nas atividades e necessidades básicas da puérpera nos dez primeiros dias de pós-parto. O estudo foi realizado no período de abril a maio de 2000 com 100 puérperas que tiveram parto vaginal, internadas no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, na cidade de São Paulo. No décimo dia de pós-parto, queixaram-se de dor, 93 por cento das mulheres. Dores perineais e nas mamas foram apontadas como as que mais interferiram na realização dos cuidados com o recém-nascido e nas necessidades básicas da puérpera.
Assuntos
Humanos , Feminino , Dor , Gestantes/psicologia , Período Pós-Parto , Mama , Parto Normal , Períneo , Saúde da MulherRESUMO
O puerpério caracteriza-se por uma série de mudanças nas estruturas envolvidas no processo de reprodução e a dor pode estar presente como resultado de transformações fisiológicas pertinentes a esta fase ou de intercorrências obstétricas e de procedimentos. Este é um estudo descritivo exploratório que visa conhecer as dores do puerpério e seus reflexos nas atividades diárias da mulher com a finalidade de subsidiar o aprimoramento da assistência à puérpera. Teve como objetivos: analisar a dor referida pelas puérperas quanto à freqüência, localização e intensidade; verificar a utilização de terapias farmacológicas e a interferência da dor nas atividades diárias da mulher nos dez primeiros dias após o parto. O estudo investigou 100 puérperas do setor de Alojamento Conjunto do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, entre abril e maio de 2000. A coleta de dados foi realizada pela análise dos prontuários, de exame físico e de três entrevistas realizadas entre 20 e 24 horas, 56 e 60 horas e no décimo dia após o parto e do preenchimento de um diário de dor pela própria puérpera em seu domicílio. Este estudo constatou elevada prevalência de dor entre as puérperas de parto vaginal. Verificou-se que mais de 93% das puérperas referiram algum tipo de dor nos dez primeiros dias após o parto, e do total de dores relatadas, a dor perineal, a abdominal (tipo cólica uterina) e a mamilar foram as mais freqüentes. As médias de intensidade das dores situam-se entre 4,1 e 5,5 no período de 20 a 24 horas, entre 3,7 a 7,0 de 56 a 60 horas e entre 2,9 a 6,5 no décimo dia após o parto, demonstrando dor de intensidade moderada. Houve maior freqüência de prescrições de medicamentos em regime misto (antiinflamatório de horário e analgésico se necessário) durante a internação hospitalar; o analgésico se necessário teve baixo índice de administração (4,7%). ...
Assuntos
Feminino , Gravidez , Humanos , Alojamento Conjunto , Analgesia Obstétrica , Cuidados de Enfermagem , Dor/prevenção & controle , Enfermagem Obstétrica , Parto Normal , PrevalênciaRESUMO
O puerpério caracteriza-se por uma série de mudanças nas estruturas envolvidas no processo de reprodução, e a dor pode estar presente como resultado de transformações fisiológicas pertinentes a esta fase ou de intercorrências obstétricas e de procedimentos. Este é um estudo descritivo exploratório que visa conhecer as dores do puerpério e seus reflexos nas atividades diárias da mulher com a finalidade de subsidiar o aprimoramento da assistência à puérpera. Teve como objetivos: analisar a dor referida pelas puérperas quanto à freqüência, localização e intensidade; verificar a utilização de terapias farmacológicas e a interferência da dor nas atividades diárias da mulher nos dez primeiros dias após o parto. O estudo investigou 100 puérperas do setor de Alojamento Conjunto do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, entre abril e maio de 2000. A coleta de dados foi realizada pela análise dos prontuários, de exame físico e de três entrevistas realizadas entre 20 e 24 horas, 56 e 60 horas e no décimo dia após o parto e do preenchimento de um diário de dor pela própria puérpera em seu domicílio. Este estudo constatou elevada prevalência de dor entre as puérperas de parto vaginal. Verificou-se que mais de 93% das puérperas referiram algum tipo de dor nos dez primeiros dias após o parto, e do total de dores relatadas, a dor perineal, a abdominal (tipo cólica uterina) e a mamilar foram as mais freqüentes. As médias de intensidade das dores situam-se entre 4,1 e 5,5 no período de 20 a 24 horas, entre 3,7 a 7,0 de 56 a 60 horas e entre 2,9 a 6,5 no décimo dia após o parto, demonstrando dor de intensidade moderada. Houve maior freqüência de prescrições de medicamentos em regime misto (antiinflamatório de horário e analgésico se necessário) durante a internação hospitalar; o analgésico se necessário teve baixo índice de administração (4,6%). Medidas não farmacológicas foram pouco utilizadas no alívio da dor e ) 92,0% das puérperas não tiveram prescrições médicas de analgésicos por ocasião da alta. A dor perineal foi apontada pelas puérperas como aquela que mais interferiu na realização de suas atividades diárias. Tratar a dor é um indicativo de qualidade assistencial, assim como a prevenção da morbidade puerperal, portanto a prevenção, avaliação e o tratamento da sensação dolorosa devem ser alvo dos profissionais dos serviços de saúde.
The puerperium is characterized by several organic changes that occurre during the reproduction process. The pain may be present due to physiologic impact related to this phase, or to obstetric and procedural intercurrences. This is a descriptive research study, which aims at the understanding of the postpartum pains and their reflexes on womans's daily activities in order to improve their assistence during the postpartum period. The objectives are: to analyse the referred pain felt by woman during the puerperium by frequency, location and intensity, to verify the utilization of drug therapies and to analyse the pain interference with women's daily activities during the ten first day after childbirth. The study researched 100 women who had recently given birth in the rooming-in of São Paulo's University Hospital during the months of April and May 2000. The study is based on analysis of medical records, three series interviews made between 20 and 24 hours, 56 and 60 hours and on the 10th day after birth and pain diaries filled out by the women themselves after leaving the Hospital, undergoing at home the postpartum phase. It was verified high pain prevalence among women after vaginal delivery. The study noted that more than 93% of the women referred to some type of pain during the first ten days after delivery. From all types, perineal pain, abnominal pain (afterpains) and nipple pain were more frequent. The average scores of pain intensity were from 4,1 to 5,5 between 20 and 24 hours, 3,7 to 7,0 between 56 and 60 hours and 2,9 to 6,5 the tenth day after childbirth, revealing moderated pain intensity. There was a greater number of drugs prescriptions on a combined basis (anti-inflammatory and rescue analgesic), with a low incidence of individual administration of rescue analgesic (4,7%). Non drug measures were not very utilized and 92% of the women who had given birth did not receive any analgesic prescription when discharge from hospital. The perineal pain was more frequently appointed to be one that mostly interfered with daily activities. Pain treatment indicates good health assistance, as well as the prevention of puerperal morbidity. Therefore, pain prevention, evaluation and treatment should be a fully integrated postpartum task for professionals and health services.