RESUMO
OBJECTIVE: As there are no studies about the use of ecstasy in Brazil, our aim was to identify the effects and patterns of use of this substance among users in the city of São Paulo. METHODS: Subjects were recruited through the snowball technique. Fifty-two subjects of both genders who had been using ecstasy frequently and recently were interviewed. The instrument was a self-reported and anonymous questionnaire. RESULTS: The sample's mean age was 24 years, mostly composed by single, college graduated middle-class subjects. Among the interviewed users, 61.6 percent used ecstasy at least once per week and 50 percent of them took one pill per episode of use and 46 percent more than one. Drug taking was usually performed in company of several people (63 percent) in contexts related to night leisure, such as rave parties (78.8 percent), dancing clubs (69.2 percent) and parties (53.8 percent). Ecstasy pills were mainly purchased from friends or acquaintances in order to favor a dancing mood in those places. Most subjects used ecstasy associated to other psychoactive drugs (93.3 percent), mainly Cannabis, followed by tobacco and LSD. The effects attributed to ecstasy were mainly positive. DISCUSSION: The use of ecstasy in São Paulo has had a recreational pattern quite similar to those described in previous studies. The assessment of the use of ecstasy as positive also agrees with the findings of the literature
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Alucinógenos , PsicotrópicosRESUMO
This review focuses on 3,4-methylenedioxymethamphetamine, an illegal drug known as "ecstasy." Ecstasy was introduced in Brazil in 1994. Data are lacking on the epidemiology and usage pattern of the drug in Brazil. However, there is evidence that until now the use of ecstasy has been limited to middle-class or upper-middle-class youth, so that most people, including health care professionals, are unfamiliar with the drug. However, ecstasy may be becoming more popular in Brazil, following a pattern seen in North America and Europe. Possibly contributing to the drug's popularity is the fact that ecstasy is sold as a pill and is thus extremely easy to use. Ecstasy has a reputation for not being physically dangerous; however, there are many reports of adverse reactions associated with the drug. In addition, it is known that not all pills sold as ecstasy actually contain methylenedioxymethamphetamine. Since there is no quality control for the pills' contents, users never know exactly what they are taking. Thus, although users may perceive the effects of the drug as mostly positive, ecstasy is potentially dangerous. Primary and secondary interventions are needed to prevent the use of ecstasy and the occurrence of adverse reactions. To be effective, these measures must take into consideration the characteristics of the user population and the usage patterns. It is also essential to prepare health professionals for emergency medical interventions in cases of intoxication and complications resulting from the use of ecstasy
A presente revisão enfoca a 3-4 metilenodioximetanfetamina, droga ilegal conhecida como "êxtase". O êxtase foi introduzido no Brasil em 1994. Embora faltem dados sobre a epidemiologia e sobre os padrões de uso do êxtase no Brasil, há indicações de que o consumo seja, até o momento, restrito a jovens da classe alta ou média alta e desconhecido para a maioria da população, inclusive para profissionais da saúde. Contudo, é possível que ocorra uma popularização dessa droga no Brasil, seguindo a tendência norte-americana e europeia. A facilidade de consumo do êxtase em forma de pílulas pode ser um fator importante para sua popularização. O êxtase tem reputação de não apresentar perigo físico; contudo, há inúmeros relatos de reações adversas e mortes relacionadas à sua ingestão. Além disso, sabe-se que nem todos os comprimidos consumidos como êxtase necessariamente contém metilenodioximetanfetamina. Diante da ausência de controle farmacêutico, nenhum consumidor sabe exatamente o que está ingerindo. Assim, embora os efeitos do êxtase sejam percebidos como predominantemente positivos pelos usuários, a droga é potencialmente perigosa. Por essa razão, são necessárias intervenções de caráter primário e secundário para prevenir o uso de êxtase e a ocorrência de reações adversas. Para serem efetivas, tais ações devem levar em conta as características da população consumidora e seu padrão de consumo. Também é fundamental a capacitação de profissionais de saúde para intervenções médicas de emergência em casos de intoxicação e complicações resultantes do uso da droga.
Assuntos
N-Metil-3,4-Metilenodioxianfetamina/efeitos adversos , N-Metil-3,4-Metilenodioxianfetamina/história , BrasilRESUMO
Analisa o conteúdo de comentários feitos em um questionário aplicado, em estudo anterior, a 1069 universitários da cidade de Säo Paulo sobre uso de drogas psicoativas em geral, e da maconha em particular. Divide os textos de cada comentário em segmentos, conforme conteúdo; classifica esses segmentos em categorias e sub-categorias para tabulaçäo e análise. Os estudantes que fizeram comentários correspondem a 40//dos que já haviam experimentado maconha pelo menos uma vez na vida (usuários) e a 23//dos que nunca haviam utilizado a droga. Detecta 3 categorias de conteúdo: versando sobre o problema das drogas (60//dos comentários), a pesquisa em si (35//) e comentários irrelevantes (5//). Conclui que as diferenças encontradas entre a imagem da droga para usuários e näo-usuários da maconha representam um contínuo entre extremos de opiniöes, idéias e imagens que o tema suscita e que se originam de informaçöes veiculadas pela família, escola, meios de comunicaçäo e especialistas, interagindo com a experiência pessoal. A aceitaçäo manifesta da pesquisa aumenta sua confiabilidade e provavelmente reflete o fato de ter sido tomada como instrumento de prevençäo e näo repressäo. Discute como o teor dos comentários pode oferecer subsídios a trabalhos de prevençäo.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Drogas Ilícitas , BrasilRESUMO
Em pesquisa anterior, uma amostra de 1069 universitarios da cidade de Sao Paulo respondeu a um questionario sobre uso de drogas psicoativas em geral e da maconha em particular. Desses, a expressiva parcela de um terco fez, ao final, comentarios voluntarios. O objetivo do presente trabalho foi analisar o conteudo desses comentarios, na suposicao de que eles representaram a opiniao dos estudantes mais ativos e preocupados com o tema levantado pelo questionario. O texto de cada comentario foi dividido em segmentos conforme conteudo; esses segmentos foram classificados em categorias e sub-categorias, e em seguida tabulados e analisados quantitativa e qualitativamente. Os estudantes que se dispuseram a fazer comentarios corresponderam a 40 por cento dos que ja haviam experimentado maconha pelo menos uma vez na vida ('usuarios') e a 23 por cento dos que nunca haviam utilizado a droga. Foram detectadas tres categorias de conteudo, versando sobre o problema das drogas (60 por cento dos comentarios), a pesquisa em si (35 por cento) e comentarios irrelevantes (5 por cento). Os comentarios sobre drogas foram originarios predominantemente de 'usuarios', constando de depoimentos pessoais, propondo causas, apontando aspectos favoraveis ou desfavoraveis do uso de drogas, sugerindo solucoes. A quantidade de comentarios relativos a pesquisa foi surpreendente, e partiu principalmente de nao-usuarios. Os comentarios favoraveis a sua forma e conteudo superaram amplamente os desfavoraveis; foram feitas sugestoes e foi solicitada a divulgacao dos resultados. Concluiu-se que as diferencas encontradas entre a imagem da droga para o usuario e para o nao-usuario da maconha representam um continuo entre extremos de opinioes, ideias e imagens que o tema 'droga' suscita, e que se originam de informacoes veiculadas pela familia, escola, meios de comunicacao e especialistas, interagindo com a experiencia pessoal. A aceitacao manifesta da pesquisa aumenta sua confiabilidade e provavelmente reflete o fato de ter sido tomada como instrumento de prevencao e nao repressao. Discute-se como o teor dos comentarios pode oferecer subsidios a trabalhos de prevencao.