RESUMEN
Esta tese objetiva apresentar a frequência das uveítes em dois serviços de referência em Belo Horizonte, e sua distribuiçäo segundo a faixa etária, o sexo, o critério anatômico, o aspecto clínico, a lateralidade e a etiologia. Trata-se de uma pesquisa observacional transversal que consistiu no estudo de 5144 prontuários: 2751 prontuários do Serviço de Uveítes do Hospital Säo Geraldo (Departamento de Oftalmologia-Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG), serviço público, e 2393 prontuários da clínica do Dr. Fernando Oréfice, serviço privado, entre 1970 e 1993. Foram selecionados os prontuários que preenchiam os critérios de inclusäo: 1887 no serviço público (68,6 por cento) e 1430 no serviço privado (59,8 por cento). Foi elaborado um protocolo individual contendo dados necessários ao estudo, segundo o programa para epidemiologia em microcomputadores Epi Info. Na análise estatística foram utilizados distribuiçäo de freqência simples e testes näo-paramétricos. No serviço público a uveíte ocorreu em pacientes com idade entre 2 meses e 92 anos (média 31,3 anos, DP 15,5, mediana 29,0). Näo houve diferença significativa quanto ao sexo: masculino, 49,1 por cento, feminino, 50,9 por cento. Em 1505 pacientes (79,8 por cento) estabeleceu-se um diagnóstico específico baseado na história clínica, achados físicos e estudos complementares: 1110 casos (58,8 por cento) envolveram primariamente o segmento posterior, 497 (26,3 por cento) o segmento anterior, 183 (9,7 por cento) ocorreram como uveíte difusa e 97 (5,1 por cento) envolveram o segmento intermediário. As uveítes näo-granulomatosas (1740 - 92,5 por cento) e as unilaterais (1263 - 67,9 por cento) foram as mais frequentes. Dentre as uveítes anteriores, as inespecíficas foram as mais frequentes (166 - 33,4 por cento), seguidas por ciclite heterocrômica de Fuchs (98 - 19,7 por cento), EAA (81 - 16,3 por cento), ARJ (30 - 6,0 por cento) e herpes simples (21 - 4,2 por cento)..