RESUMEN
Abstract This essay situates the history of "the relationship" as a therapeutic technology within the broader context of changing social relations in the twentieth-century United States. More specifically, it outlines the emergence and subsequent diffusion of practices that aim to cultivate a social bond between therapist and patient that may serve as a psychotherapeutic tool. The article highlights the transformations of this technology as its institutional and epistemic foundations became challenged. Initially conceived as an "artificial" social relation designed to help with "personal adjustment," the therapeutic relationship was soon also deployed by non-experts and became a model for more healthful social relations. More recently, it has been fashioned as collaborative and combined with a range of other methods.
Resumo O artigo identifica a história da "relação terapêutica" como uma tecnologia inserida em um contexto mais amplo de relações sociais marcadas por mudanças nos EUA do século XX. Mais especificamente, sintetiza o surgimento e a subsequente difusão de práticas voltadas para o cultivo do vínculo social entre terapeuta e paciente que podem servir como ferramenta psicoterapêutica. O artigo destaca as transformações dessa tecnologia à medida que passam a ser contestados os alicerces institucionais e epistemológicos da psicoterapia. Em princípio concebida como uma relação social "artificial", criada para colaborar com o "ajuste pessoal", a relação terapêutica não tardou a ser aplicada também por não especialistas e se tornou um modelo para relações sociais mais saudáveis. Nos últimos tempos, passou a figurar como prática colaborativa e a ser associada a uma série de outros métodos.
Asunto(s)
Relaciones Médico-Paciente , Psicoterapia/historia , Ajuste Social , Tecnología Culturalmente Apropiada , Relaciones Interpersonales , Brasil , Historia del Siglo XXRESUMEN
Resumo O artigo retrata a história inédita do Boletim da Clínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo , publicado entre 1962 e 1971. Trata-se da primeira publicação científica da Clínica Psiquiátrica, substituída pela Revista de Psiquiatria Clínica , existente até os dias de hoje. O Boletim é uma valiosa fonte de pesquisa histórica, que retrata uma década da psiquiatria brasileira. Seu conteúdo é composto por trabalhos variados: testes de medicação, discussões teóricas, notícias da época e questões institucionais da formação da psiquiatria e de áreas correlatas como a psicologia e a psicanálise. A chegada das medicações, a busca pela padronização dos diagnósticos e textos ensaísticos são parte desse conteúdo.
Abstract This article describes the Boletim da Clínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, which was published from 1962 to 1971. This was the first scientific publication of the Psychiatric Clinic, and was replaced by the Revista de Psiquiatria Clínica, which still exists today. The Boletim is a valuable source for historical research, spanning a decade of Brazilian psychiatry, and contains a variety of content: medication trials, theoretical discussions, current events, and institutional issues related to the development of psychiatry and related areas such as psychology and psychoanalysis, as well as the arrival of medications and the search for standardized diagnoses.
Asunto(s)
Psiquiatría , Psicoanálisis , Psicoterapia , Brasil , Instituciones de Atención AmbulatoriaRESUMEN
O artigo apresentado tem como objetivo o estudo histórico do uso da hipnose, compreendida como prática clínica, na Clínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre os anos de 1930-1970. A transição da psiquiatria paulista nesse período, quando se deu a mudança das atividades do Hospital do Juqueri para a Faculdade de Medicina-USP, apoiou-se decisivamente no poder simbólico do discurso psiquiátrico, que tomou o axioma "ser científico" como filtro valorativo para apreciar ou depreciar determinadas práticas. Exemplarmente, a hipnose permaneceu imune ao crivo "científico" desses mesmos psiquiatras, que a adotavam como prática clínica sem submetê-la ao mesmo escrutínio aplicado a outras práticas, especialmente a psicoterapia psicanalítica. Por meio de documentos produzidos na época analisada, busca-se identificar o teor desses discursos psiquiátricos, imbuídos de sua dimensão considerada científica, redundando como estratégia de manutenção ou não de certas práticas, como foi o da hipnose.
The objective of this study was to analyze the history of the use of hypnosis, as a clinical practice, in the Psychiatric Clinic of the School of Medicine, at the University of São Paulo (USP), between 1930 and 1970. There was a transition in psychiatry in São Paulo in this period, when the activities of the Juqueri Hospital were transferred to the School of Medicine at USP. This was decisively supported on the symbolic power of the psychiatric speech, which took over the axiom "scientific being" as an evaluative filter to appreciate or depreciate certain practices. Hypnosis remained immune to the "scientific" sieve of the same psychiatrists who adopted it as a clinical practice without submitting it to the same scrutiny applied to other practices, especially psychotherapy and psychoanalysis. By means of documents produced in the analyzed period, the authors aimed at identifying the thrust of these psychiatric speeches, pervaded with their so-called scientific dimension, which culminated in a strategy to either keep or not keep certain practices, such as hypnosis.
El objetivo del artículo presentado es el estudio histórico del uso de la hipnosis, entendida como práctica clínica, en la Clínica Psiquiátrica de la Facultad de Medicina de la Universidad de São Paulo entre los años de 1930-1970. La transición de la psiquiatría de São Paulo en ese período cuando hubo el cambio de las actividades del hospital de Juqueri para la Facultad de Medicina-USP, se apoyó decisivamente en el poder simbólico del discurso psiquiátrico que asumió el axioma de "ser científico" como filtro de valor para apreciar o despreciar determinadas prácticas. Ejemplarmente, la hipnosis permaneció inmune al filtro "científico" de esos mismos psiquiatras que la adoptaban como práctica clínica sin someterla al mismo escrutinio aplicado a otras prácticas, especialmente a la psicoterapia psicoanalítica. Por medio de documentos producidos en la época analizada se busca identificar el tenor de esos discursos psiquiátricos, imbuidos de su dimensión considerada científica, resultando como estrategia de mantenimiento o no de determinadas prácticas, como fue la hipnosis.
Asunto(s)
Humanos , Psiquiatría/historia , Psicoterapia/métodos , Hipnosis/historia , UniversidadesRESUMEN
Este artigo tem o objetivo de apresentar o trabalho intitulado a emergência danova psicoterapia na era de ouro estadunidense: uma história inspirada nas arqueologiasde Michel Foucault. Vencedor do premio da Academia Paulista de Psicologia, triênio2010/2012, este trabalho, oriundo de tese de doutoramento, foi defendido na Universidadede Brasília (UnB) em fevereiro de 2010. Tendo como questão central a história daspsicoterapias e sua relação com a psicologia científica, o trabalho se destacou pelo usode materiais originais e pela extensa pesquisa documental. A história construída teveinfluência metodológica das arqueologias de Michel Foucault. Mais do que uma históriasobre os tratamentos mentais, este trabalho descreveu um acontecimento chamado demercado das psicoterapias, onde um amplo campo de psicoterapias surgiu em torno dapsicologia científica estadunidense criando um novo enunciado para estas práticas. Esteacontecimento, subsequente a Segunda Guerra Mundial, se insere em um momentohistórico que ficou conhecido como era de ouro estadunidense. A principal mudançaproduzida pelo mercado ocorreu no status do psicólogo clínico, que deixou de ser vistocomo um cientista passando a condição de profissional liberal, como psicoterapeuta.Essa transformação foi responsável pela popularização das psicoterapias pelo mundoocidental, promovida pela expansão do campo de trabalho dos psicólogos clínicos(AU)
This article aims to present the work entitled the emergence of the newpsychotherapy in the American golden age: a story inspired by the archaeologies ofMichel Foucault. Theses award winner of the São Paulo Academy of Psychology, 2010/2012 triennium, this work, coming from a doctoral research, was defended at the Universityof Brasilia (UNB) in February 2010. Having as central issue the history of psychotherapyand its relationship to scientific psychology, the work is highlighted by the use of originalmaterials and the extensive documentary research. This story had the methodologicalinfluence of Michel Foucault archaeologies. More than a story about the mental treatments,this paper describes an event called market psychotherapy, where a wide range ofpsychotherapies has emerged around the U.S. scientific psychology, creating a newstatement for these practices. This event, following the Second World War, is inserted ina historical moment that was known as the American golden age. The main changeproduced by the market occurred in the status of the clinical psychologist, who was nolonger seen as a scientist and became an independent professional, the psychotherapist.This transformation was responsible for the popularity of psychotherapy in the Westernworld, promoted by the expansion of the field work of clinical psychologists(AU)