RESUMEN
BACKGROUND: In the U.S., Black children have disproportionately elevated rates of pediatric morbidity compared with White children, but data are lacking for other countries. We studied the extent to which Black Haitians were at risk of pediatric morbidity in Canada. METHODS: We analyzed a retrospective cohort of 736,498 children born in Quebec between 2008 and 2020. We identified Black Haitians using the mother tongue and birth country of parents. The outcome was mortality or hospitalization for infectious diseases, allergy, cancer, and other morbidity between birth and 12 years of age. We estimated hazard ratios (HR) and 95% confidence intervals (CI) for these outcomes, comparing Haitians with non-Haitians in Cox regression models adjusted for patient characteristics. RESULTS: Compared with non-Haitians, Haitians tended to have a greater risk of pediatric mortality, especially before age 2 years (HR 1.56, 95% CI 1.00-2.45). However, Haitian children had a lower risk of hospitalization than non-Haitian children (HR 0.61, 95% CI 0.59-0.63). Haitians were less likely to be hospitalized for infectious diseases, allergies, appendicitis, cancers, fractures, dental caries, and ophthalmologic conditions. Hospitalization rates were low throughout childhood, even though Haitian children were more likely to be born preterm, develop severe neonatal morbidity, and have other adverse outcomes at birth. CONCLUSION: Haitian children have an elevated risk of neonatal morbidity and early childhood mortality, but lower risk of hospitalization compared with non-Haitians in Canada. The reasons for the disparity are unclear, but greater effort is needed to address potential gaps in healthcare among Black children.
RESUMEN
OBJETIVO: Este trabalho apresenta aspectos de uma observação participante em um Hospital Universitário do nível terciário da rede SUS localizado em Vitória, capital da região sudeste do Brasil, durante o primeiro semestre de 2023. Logo, o relato a seguir pretende provocar e incitar a discussão sobre os desafios enfrentados pela psicologia em contexto hospitalar, dentre eles o racismo estrutural impregnado nos corpos e nos gestos que se atualizam naquele estabelecimento. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência, de caráter qualitativo, vivido através do acompanhamento da dinâmica hospitalar da clínica cirúrgica e da clínica médica do referido Hospital. O percurso metodológico foi realizado por meio da análise institucional de linhagem francesa, calcada em discussões de orientações do estágio, onde os diários de campo, observações e participações no campo eram semanalmente discutidas. RESULTADOS: Destaca a produção e reafirmação do racismo estrutural no país, que se expressa tanto no trato com pacientes quanto com funcionários e estudantes. A escuta da equipe profissional do hospital é marcada, muitas vezes, por práticas assistencialistas e por processos de exclusão preconceituosos, fazendo-nos indagar: "A psicologia hospitalar tem cor?" CONCLUSÃO: O objetivo da pesquisa foi cumprido e, além disso, relatar essa experiência suscitou ao campo diversas questões como: de que forma colocar em funcionamento uma gestão hospitalar que propicie uma política de compartilhamento de atenção ao paciente entre os equipamentos da atenção?
OBJECTIVE: This work presents aspects of participant observation in a University Hospital at the tertiary level of the SUS network located in Vitória, capital of the southeast region of Brazil, during the first half of 2023. Therefore, the following report intends to provoke and incite discussion about the challenges faced by psychology in a hospital context, among them the structural racism permeated in the bodies and gestures that are updated in that establishment. METHOD: This is an experience report, of a qualitative nature, experienced through monitoring the hospital dynamics of the surgical clinic and the medical clinic of the aforementioned Hospital. The methodological path was carried out through institutional data analysis, based on discussions of internship guidelines, where field diaries, observations and participation in the internship were discussed weekly. RESULTS: Highlights the production and reaffirmation of structural racism in the country, which is expressed both in dealings with patients, employees and students. Listening to the hospital's professional team is often marked by welfare practices and prejudiced exclusion processes, making us ask: "Does hospital psychology have color?" CONCLUSION: The objective of the research was fulfilled and, in addition, reporting this experience raised several questions in the field, such as: how to put into operation hospital management that provides a policy of sharing patients between care equipment?
OBJETIVO: Este trabajo presenta aspectos de la observación participante en un Hospital Universitario del nivel terciario de la red SUS ubicado en Vitória, capital de la región sureste de Brasil durante el primer semestre de 2023. Por lo tanto, el siguiente informe pretende provocar e incitar a la discusión sobre los desafíos que enfrenta la psicología en el contexto hospitalario, entre ellos el racismo estructural permeado en los cuerpos y gestos que se actualizan en ese establecimiento. MÉTODO: Se trata de un relato de experiencia, de carácter cualitativo, vivida a través del seguimiento de la dinámica hospitalaria de la clínica quirúrgica y de la clínica médica del mencionado Hospital. El recorrido metodológico se realizó a través del análisis de datos institucionales, a partir de discusiones sobre lineamientos de pasantía, donde semanalmente se discutieron diarios de campo, observaciones y participación en la pasantía. RESULTADOS: Destaca la producción y reafirmación del racismo estructural en el país, que se expresa tanto en el trato con pacientes, empleados y estudiantes. La escucha del equipo profesional del hospital muchas veces está marcada por prácticas asistencialistas y procesos de exclusión prejuiciosos, lo que nos lleva a preguntarnos: "¿Tiene color la psicología hospitalaria?". CONCLUSIÓN: El objetivo de la investigación fue cumplido y, además, relatar esta experiencia generó varias preguntas en el campo, tales como: ¿cómo poner en funcionamiento una gestión hospitalaria que prevea una política de reparto de pacientes entre equipos de atención?
Asunto(s)
Racismo Sistemático , Psicología Médica , Población NegraRESUMEN
Resumo Objetivo Analisar a associação entre aleitamento materno exclusivo e experiência de violência obstétrica segundo raça/cor autorreferida. Métodos Este foi um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico com coleta de dados online de novembro de 2020 a fevereiro de 2021. Para análise dos dados, foi usado o software R (v. 4.0.4) e considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados A amostra foi composta por 241 mulheres que atenderam aos critérios de inclusão. A maioria delas (88,8%) sofreu violência obstétrica. Entre elas, 29,0% eram negras e 71,0% não negras. Quando responderam ao questionário, 70,1% daquelas que sofreram violência obstétrica afirmaram estar em aleitamento materno exclusivo. A associação entre violência obstétrica, aleitamento materno exclusivo e variável raça/cor não apresentou resultado estatisticamente significativo (p=0,822). Conclusão Não foi encontrada associação estatística comprovando as repercussões de violência obstétrica no processo de amamentação. Sugerimos novas pesquisas sobre o tema que considerem a ótica racial e a interseccionalidade. Sugerimos também educação continuada e permanente aos profissionais para melhorar a prática e ampliar o conhecimento adquirido entre as mulheres.
Resumen Objetivo Analizar la relación entre la lactancia materna exclusiva y la experiencia de violencia obstétrica de acuerdo con la raza/color autopercibido. Métodos Se trata de un estudio observacional, transversal, descriptivo y analítico, cuya recopilación de datos en línea se realizó de noviembre de 2020 a febrero de 2021. Para el análisis de los datos, se utilizó el software R (v. 4.0.4) y se consideró el nivel de significación de 5 % (p<0,05). Resultados La muestra estuvo compuesta por 241 mujeres que cumplieron los criterios de inclusión. La mayoría de ellas (88,8 %) sufrió violencia obstétrica, entre las cuales el 29,0 % era negra y el 71,0 % no era negra. Cuando respondieron el cuestionario, el 70,1 % de las que sufrieron violencia obstétrica afirmó estar en lactancia materna exclusiva. La relación entre violencia obstétrica, lactancia materna exclusiva y la variable raza/color no presentó resultados estadísticamente significativos (p=0,822). Conclusión No se encontró relación estadística que compruebe repercusiones de la violencia obstétrica en el proceso de lactancia. Sugerimos nuevos estudios sobre el tema que consideren la óptica racial y la interseccionalidad. También sugerimos educación continua y permanente a los profesionales para mejorar la práctica y ampliar los conocimientos adquiridos entre las mujeres.
Abstract Objective To analyze the association between exclusive breastfeeding and experience of obstetric violence according to self-reported race/color. Methods This was an observational, cross-sectional, descriptive and analytical study with online data collection from November 2020 to February 2021. For data analysis, the R software (v. 4.0.4) was used and a significance level of 5% was considered (p<0.05). Results The sample consisted of 241 women who met the inclusion criteria. Most of them (88.8%) suffered obstetric violence. Among them, 29.0% were black and 71.0% were non-black. When they answered the questionnaire, 70.1% of those who suffered obstetric violence stated that they were exclusively breastfeeding. The association between obstetric violence, exclusive breastfeeding and race/color variable did not present a statistically significant result (p=0.822). Conclusion No statistical association was found proving the repercussions of obstetric violence on the breastfeeding process. We suggested new research on the topic that considers racial perspectives and intersectionality. We also suggested continued and permanent education for professionals to improve practice and expand the knowledge acquired among women.
RESUMEN
ABSTRACT Objective This study aimed identify the prevalence and factors associated with food insecurity in families from the remaining quilombola communities in Alagoas, Brazil. Methods This is a cross-sectional study involving families residing in a random sample of 34 out of the 68 quilombola communities in Alagoas. The dependent variable was food insecurity, defined by the Brazilian Food Insecurity Scale, and its association (prevalence ratio - PR and 95% CI) with the independent variables (socioeconomic, demographic, and environmental) was assessed through multivariable analysis (Poisson regression with robust variance adjustment). Results A total of 2,485 families were evaluated, of which 67.6% were experiencing food insecurity (32.9% mild, 20.1% moderate, and 14.6% severe). Variables associated with moderate + severe forms were: improper waste disposal other than public collection; households with ≤4 rooms; using inadequate water for consumption; households with >4 residents; with residents <18 years old; low educational level of the head of the family (≤8 years); belonging to the lower economic class (D-E); and being a beneficiary of the Bolsa Família Program. Conclusion Food insecurity affects more than two-thirds of quilombola families in Alagoas, constituting an expressive public health problem. In its more severe forms (moderate+severe), it is associated with worse environmental, socioeconomic, and demographic conditions.
RESUMO Objetivo Identificar a prevalência e os fatores associados à insegurança alimentar em famílias das comunidades remanescentes de quilombos de Alagoas, Brasil. Métodos Trata-se de um estudo transversal, envolvendo as famílias residentes em amostra aleatória de 34 dentre as 68 comunidades quilombolas alagoanos. A variável dependente foi a insegurança alimentar, definida pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, e sua associação (razão de prevalência e intervalo de confiança 95%) com as variáveis independentes (socioeconômicas, demográficas e ambientais) foi verificada por análise multivariável, (regressão de Poisson com ajuste robusto da variância). Resultados Foram avaliadas 2.485 famílias, das quais 67,6% estavam em insegurança alimentar (32,9% leve, 20,1% moderada e 14,6% grave). As variáveis associadas às formas moderada e grave foram: destinação do lixo diferente de coleta pública; domicílios com ≤4 cômodos; utilização de água inadequada para consumo; domicílios com >4 moradores; com moradores <18 anos; baixa escolaridade do chefe da família (≤8 anos); pertencer à classe econômica inferior (D-E) e; ser usuário do Programa Bolsa Família. Conclusão A insegurança alimentar atinge mais de dois terços das famílias quilombolas alagoanas, configurando-se num importante problema de saúde pública. Em suas formas mais intensas (moderada e grave), associa-se a piores condições ambientais, socioeconômicas e demográficas.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Familia/etnología , Inseguridad Alimentaria , Quilombola , Brasil/epidemiología , Estudios Transversales/métodos , Minorías Étnicas y RacialesRESUMEN
ABSTRACT OBJECTIVE To analyze the incompleteness and trend of incompleteness of the race/color variable in hospitalizations due to COVID-19 whose outcome was death, in Brazil, between April 2020 and April 2022. METHODS Ecological time series study on the incompleteness of the race/color variable in hospitalizations due to COVID-19 whose outcome was death in Brazil, its macro-regions and Federative Units (FU), by joinpoint regression, calculation of Monthly Percent Change (MPC) and Average Monthly Percent Change (AMPC), based on data from the Hospital Information System of the Unified Health System (SIH/SUS). RESULTS The incompleteness of the race/color variable in COVID-19 hospitalizations with a death outcome in Brazil was 25.85%, considered poor. All regions of the country had a poor degree of incompleteness, except for the South, which was considered regular. In the period analyzed, the joinpoint analysis revealed a stable trend in the incompleteness of the race/color variable in Brazil (AMPC = 0.54; 95%CI: -0.64 to 1.74; p = 0.37) and in the Southeast (AMPC = -0.61; 95%CI: -3.36 to 2.22; p = 0.67) and North (AMPC = 3.74; 95%CI: -0.14 to 7.78; p = 0.06) regions. The South (AMPC = 5.49; 95%CI: 2.94 to 8.11; p = 0.00002) and Northeast (AMP = 2.50; 95%CI: 0.77 to 4.25; p = 0.005) regions showed an increase in the incompleteness trend, while the Midwest (AMPC = -2.91 ; 95%CI: -5.26 to -0.51; p = 0.02) showed a downward trend. CONCLUSION The proportion of poor completeness and the stable trend of incompleteness show that there was no improvement in the quality of filling in the race/color variable during the COVID-19 pandemic in Brazil, a fact that may have increased health inequalities for the black population and made it difficult to plan strategic actions for this population, considering the pandemic context. The results found reinforce the need to encourage discussion on the subject, given that the incompleteness of health information systems increases inequalities in access to health services and compromises the quality of health data.
RESUMO OBJETIVO Analisar a incompletude e a tendência da incompletude da variável raça/cor nas internações por covid-19 cujo desfecho foi óbito, no Brasil, no período entre abril de 2020 e abril de 2022. MÉTODOS Estudo ecológico de série temporal sobre a incompletude da variável raça/cor nas internações por covid-19 cujo desfecho foi óbito no Brasil, suas macrorregiões e Unidades Federativas (UF), pela regressão por joinpoint, cálculo da Monthly Percent Change (MPC) e Average Monthly Percent Change (AMPC), a partir de dados do Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). RESULTADOS A incompletude da variável raça/cor nas internações por covid-19 cujo desfecho foi óbito no Brasil foi 25,85%, considerada ruim. Todas as regiões do país tiveram grau de incompletude ruim, exceto a Região Sul, considerada regular. No período analisado, a análise jointpoint revelou tendência de estabilidade na incompletude da variável raça/cor no Brasil (AMPC = 0,54; IC95% -0,64 a 1,74; p = 0,37) e nas regiões Sudeste (AMPC = -0,61; IC95% -3,36 a 2,22; p = 0,67) e Norte (AMPC = 3,74; IC95% -0,14 a 7,78; p = 0,06). As regiões Sul (AMPC = 5,49; IC95% 2,94 a 8,11; p = 0,00002) e Nordeste (AMPC = 2,50; IC95% 0,77 a 4,25;p = 0,005) apresentaram crescimento na tendência da incompletude, enquanto a Região Centro-Oeste (AMPC = -2,91; IC95% -5,26 a -0,51; p = 0,02) teve tendência de redução. CONCLUSÃO A proporção de preenchimento ruim e a tendência de estabilidade da incompletude revelam que não houve melhoria na qualidade de preenchimento da variável raça/cor durante o período da pandemia da covid-19 no Brasil, fato que pode ter ampliado as iniquidades em saúde para população negra e dificultado o planejamento de ações estratégias para essa população, considerando o contexto pandêmico. Os resultados encontrados reforçam a necessidade de fomentar a discussão sobre o tema, tendo em vista que a incompletude dos sistemas de informação em saúde amplia desigualdades no acesso aos serviços de saúde e compromete a qualidade dos dados em saúde.
Asunto(s)
Sistemas de Información , Estudios de Series Temporales , Población Negra , Pandemias , Salud de las Minorías Étnicas , Inequidad Étnica , COVID-19RESUMEN
Resumo Este artigo propõe uma reflexão sobre o imperativo do antirracismo na saúde bucal coletiva, a qual, como núcleo e práxis, pode contribuir de forma significativa para a (re)construção de um ethos que contemple a equidade e viabilize a cidadania e a democracia. Como paradigma, assumimos o conceito "Bucalidade" e as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, pela ênfase no direito à saúde como prerrogativa do direito à vida e no combate ao racismo e a todas as formas de discriminação, em quaisquer espaços, como indutor desse ethos. Como exercício crítico, abordamos o status quo da saúde bucal coletiva e apontamos para uma perspectiva pró-equidade racial como uma escolha intencional, política e pactuada socialmente em busca da justiça social. Por fim, trazemos proposições para a implementação desse ethos por assumir o enfrentamento do racismo sistêmico no campo da saúde bucal coletiva como inadiável para a preservação da vida-boca e aprimoramento da democracia.
Abstract This article proposes a reflection on the imperative of antiracism in collective oral health, which, as a science, field, core, and praxis, contributes significantly to the reconstruction of an ethos that considers equity and enables citizenship and democracy. As a paradigm, we assumed the concept of "Buccality" and the guidelines of the National Comprehensive Health Policy for the Black Population, emphasizing the defense of the right to health as a prerogative of the right to life and the combat against racism and all forms of discrimination systematically. As a critical exercise, we discussed the status quo of collective oral health. We pointed to adopting a racial pro-equity perspective as an intentional, political choice socially agreed upon with all of society for social justice. Finally, we propose recommendations for dismantling systemic racism in collective oral health.
RESUMEN
Resumo: Este ensaio traz uma reflexão teórica sobre os desafios para alcançar as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, considerando seu lema de "não deixar ninguém para trás". Para exemplificar esses desafios, apresenta-se como pano de fundo as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), um dos principais temas da agenda da saúde global antes da pandemia de COVID-19, discutindo as dimensões políticas e econômicas que determinam sua presença e avanço global. Após um breve panorama sobre as DCNT, busca-se responder a três perguntas: em "Sem deixar ninguém para trás?", elencamos alguns temas para refletir sobre como e quem tem ficado historicamente para trás, aprofundando um pouco mais os exemplos ao adentrar em "Quem tem ficado para trás no mundo?" e "Quem tem ficado para trás no Brasil?". A partir de dados da literatura mais relevante e recente sobre o tema, apresentamos os desafios e alguns caminhos para não deixar ninguém para trás em um mundo em que o modo de produção tem historicamente vulnerabilizado alguns grupos sociais, com destaque para a população negra e a população indígena. Trazemos nas considerações finais a inspiração do ideograma Sankofa para lembrar que as respostas para o desenvolvimento sustentável que buscamos podem estar em algum lugar de nosso passado mais originário e tradicional, e que é preciso apostar na construção de novos caminhos a partir de outras epistemologias e cosmovisões presentes do outro lado da linha abissal.
Abstract: This essay provides a theoretical reflection on the challenges of meeting the Sustainable Development Goals of the 2030 Agenda, considering its motto of "leave no one behind". To exemplify these challenges, we discuss noncommunicable diseases (NCDs), one of the main issues on the global health agenda before the COVID-19 pandemic, and the political and economic dimensions that determine their presence and global spread. After a brief overview of NCDs, the text seeks to answer three questions: In "Leaving no one behind?" we list some themes to reflect on how and who has historically been left behind, delving a little deeper into the examples in "Who has been left behind in the world?" and "Who has been left behind in Brazil?". Using data from the most relevant and recent literature on the subject, we discuss the challenges and some ways to leave no one behind in a world where the mean of production has historically made some social groups vulnerable, especially black and Indigenous populations. In our final remarks, we draw inspiration from the Sankofa ideogram to remember that the answers to the sustainable development we seek may lie somewhere in our most primordial and traditional past. And that it is necessary to invest on building new paths from different worldviews and approaches to epistemology on the other side of the abyssal line.
Resumen: Este ensayo aporta una reflexión teórica acerca de los desafíos para lograr las metas de los Objetivos de Desarrollo Sostenible de la Agenda 2030, teniendo en cuenta su lema "no dejar a nadie atrás". Para ejemplificar estos desafíos, tomamos como telón de fondo las enfermedades crónicas no transmisibles (ECNT), uno de los principales temas de la agenda de salud global antes de la pandemia de COVID-19, discutiendo las dimensiones políticas y económicas que determinan su presencia y avance global. Después de un breve panorama de las ECNT, el texto busca responder tres preguntas: En "¿Sin dejar a nadie atrás?" enumeramos algunos temas para reflexionar sobre cómo y quién ha quedado históricamente atrás, profundizando un poco más los ejemplos al centrarse en "¿Quién ha quedado atrás en el mundo?" y "¿Quién ha quedado atrás en Brasil?". Con base en datos de la literatura más relevante y reciente sobre el tema, presentamos los desafíos y algunas maneras de no dejar a nadie atrás en un mundo en el que el modo de producción ha vulnerabilizado históricamente a algunos grupos sociales, con énfasis en la población negra y en la población indígena. En nuestras consideraciones finales, nos inspiramos en el ideograma de Sankofa para recordar que las respuestas al desarrollo sostenible que buscamos pueden estar en algún lugar de nuestro pasado más original y tradicional. Y es necesario apostar por la construcción de nuevos caminos basados en otras epistemologías y cosmovisiones presentes al otro lado de la línea abisal.
RESUMEN
Introduction. Multidrug-resistant/rifampicin-resistant tuberculosis (MDR/RR-TB) is difficult to control, has high morbidity and mortality, and demands priority public health intervention. In Colombia, MDR/RR-TB has been becoming more widespread annually. Before the COVID-19 pandemic, over an 8-year period, the number of cases of multidrug-resistant tuberculosis in Colombia was close to a thousand cases. Timely identification of the different risk factors for MDR/RR-TB will contribute fundamentally to the systematic management. Objective. To determine which risk factors were associated with the presentation of MDR in Colombia between 2013 and 2018. Materials and methods. A retrospective case-control study was carried out, for which the data from the routine surveillance of MDR/events in the country were used. Results. The cases of multidrug-resistant tuberculosis were mainly in young people, Afrodescendants, and males. Of the clinical conditions, comorbidities such as malnutrition, diabetes, and HIV, presence of at least one factor, such as drug dependence, taking immunosuppressive medications, belonging to the black race, afro, and living in an area of high disease burden were risk factors. Conclusion. In addition to the diagnosis and timely provision of MDR-TB treatment, it is necessary that public health programs at the local level pay special attention to patients with the identified risk factors.
Introducción. La tuberculosis multirresistente-resistente a la rifampicina (TB-MDR/RR) es difícil de controlar, tiene una alta morbilidad y mortalidad y exige una intervención prioritaria en salud pública. En Colombia, la TB-MDR/RR se ha ido extendiendo cada año. Antes de la pandemia de COVID-19, en un periodo de 8 años, el número de casos de TB-MDR/RR en Colombia se acercaba a los mil. La identificación oportuna de los diferentes factores de riesgo de TB-MDR/RR contribuirá de manera fundamental al manejo sistemático de la enfermedad. Objetivo. Determinar los factores de riesgo que se asociaron a la presentación de la TB- MDR/RR en Colombia entre 2013 y 2018. Materiales y métodos. Se realizó un estudio retrospectivo de casos y controles, para el cual se utilizaron los datos de la vigilancia rutinaria de eventos de TB MDR/RR en el país. Resultados. Los casos de TB MDR se presentaron principalmente en jóvenes, afrodescendientes y varones. De las condiciones clínicas, fueron factores de riesgo las comorbilidades como la desnutrición, la diabetes y el VIH, y la presencia de, al menos, un factor como la farmacodependencia, el consumo de medicamentos inmunosupresores, el ser de raza negra o afro y el vivir en una zona del país de alta carga de tuberculosis. Conclusiones. Además del diagnóstico y la provisión oportuna del tratamiento de la TB MDR, es necesario que los programas de salud pública a nivel local presten especial atención a los pacientes con los factores de riesgo identificados.
Asunto(s)
Tuberculosis , Estudios de Casos y Controles , Comorbilidad , Estudios Retrospectivos , Factores de Riesgo , Resistencia a Múltiples Medicamentos , Población NegraRESUMEN
Background: The 2009 Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) equation is the most used equation to estimate glomerular filtration rate (GFR), with race being a factor thereof, increasing GFR by 16% in self-identified Black persons compared with non-Black persons. However, recent publications indicate that it might overestimate GFR for Black adults outside the USA. In this meta-analysis, we assessed the accuracy, evaluated by the percentage of estimated GFR within 30% of measured GFR (P30), of the 2009 CKD-EPI equation in estimating GFR with and without the race coefficient in Black individuals outside the United States of America (USA). Methods: We searched MEDLINE and Embase from inception to 9 July 2022, with no language restriction, supplemented by manual reference searches. Studies that assessed the CKD-EPI P30 accuracy with or without the race coefficient in Black adults outside the USA with an adequate method of GFR measurement were included. Data were extracted by independent pairs of reviewers and were pooled using a random-effects model. Results: We included 11 studies, with a total of 1834 Black adults from South America, Africa and Europe. The race coefficient in the 2009 CKD-EPI equation significantly decreased P30 accuracy {61.9% [95% confidence interval (CI) 53-70%] versus 72.9% [95% CI 66.7-78.3%]; P = .03}. Conclusions: Outside the USA, the 2009 CKD-EPI equation should not be used with the race coefficient, even though the 2009 CKD-EPI equation is not sufficiently accurate either way (<75%). Thus we endorse the Kidney Disease: Improving Global Outcomes guidelines to use exogenous filtration markers when this may impact clinical conduct.
RESUMEN
Objetivou-se avaliar a qualidade dos serviços ofertados pela Atenção Primária à Saúde (APS) à população negra. Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, realizado nos serviços da APS de um município do oeste de Santa Catarina. Os participantes foram 88 usuários dos serviços que se autodeclararam negros. Para coleta de dados, aplicou-se um questionário de caracterização e o Instrumento de Avaliação da Atenção Primária, PCATool-Brasil, versão adulto reduzida, no período de junho a outubro de 2021. Os dados foram submetidos à análise descritiva e analítica. Os participantes avaliaram os atributos da APS aquém do ideal, com médias de 5,91 no Escore Geral, 6,04 no Escore Essencial e 5,01 no Escore Derivado. Apenas o Acesso de primeiro contato utilização e Longitudinalidade e a variável Grau de Afiliação atingiram médias consideradas satisfatórias. Ter algum problema de saúde apresentou relação significativa nas melhores avaliações do escore geral (6,43; p=0,004) e essencial (6,57; p=0,006), apesar de insatisfatórias. Conclui-se a necessidade de melhoria dos serviços da APS para a população negra, especialmente na ruptura das barreiras de acesso e acolhimento integral, visando à diminuição das iniquidades étnico-raciais em saúde de forma a mitigar o racismo institucional.
The objective of the study was to evaluate the quality of services offered by Primary Health Care (PHC) to the black population. This is a descriptive, cross-sectional study with a quantitative approach carried out in the PHC services of a municipality in the west of Santa Catarina. The participants were 88 service users who declared themselves black. For data collection, a characterization questionnaire and the Primary Care Assessment Tool, PCATool-Brasil, reduced adult version, were applied from June to October 2021. The data were submitted to descriptive and analytical analysis. The attributes of PHC were evaluated as less than ideal by the participants, with averages of 5.91 in the General Score, 6.04 in the Essential Score and 5.01 in the Derived Score. Only First Contact Access Use and Longitudinality and the variable Degree of Affiliation reached averages considered satisfactory. Having a health problem showed a significant relationship with the best evaluations of the general (6.43; p=0.004) and essential (6.57; p=0.006) scores, although unsatisfactory. The study led to the conclusion that there is a need to improve PHC services for the black population, especially a need to break barriers to access and comprehensive care so as to reduce ethnic-racial inequalities in health in order to mitigate institutional racism.
RESUMEN
INTRODUCTION: Endometriosis is a female disease that affects 5-10% of women of childbearing age, with predominantly pelvic manifestations. It is currently declared as a public health priority in France. Thoracic endometriosis syndrome (TES) is the most common extra-pelvic manifestation. OBJECTIVE: The objective of this study was to describe the epidemiological and clinical characteristics, and outcomes of patients with TES in Martinique. PATIENTS AND METHODS: We performed a descriptive, retrospective study including all patients managed at the University Hospital of Martinique for TES between 1 January 2004 and 31 December 2020. RESULTS: During the study period, we identified 479 cases of pneumothorax, of which 212 were women (44%). Sixty-three patients (30% of all female pneumothorax) were catamenial pneumothorax (CP) including 49 pneumothoraxes alone (78% of catamenial pneumothorax) and 14 hemopneumothorax (22% of catamenial pneumothorax). There were 71 cases of TES, including 49 pneumothoraxes (69%), 14 hemopneumothoraxes (20%) and 8 hemothorax (11%). The annual incidence of TES was 1.1 cases/100,000 inhabitants. The prevalence of TES was 1.2/1000 women aged from 15 to 45 years and the annual incidence of TES for this group was 6.9/100,000. The annual incidence of CP was 1 case/100,000 inhabitants. The average age at diagnosis was 36 ± 6 years. Eight patients (11%) had no prior diagnosis of pelvic endometriosis (PE). The mean age at pelvic endometriosis diagnosis was 29 ± 6 years. The mean time from symptom onset to diagnosis was 24 ± 50 weeks, and 53 ± 123 days from diagnosis to surgery. Thirty-two patients (47%) had prior abdominopelvic surgery. Seventeen patients (24%) presented other extra-pelvic localizations. When it came to management, 69/71 patients (97%) underwent surgery. Diaphragmatic nodules or perforations were found in 68/69 patients (98.5%). Histological confirmation was obtained in 55/65 patients who underwent resection (84.6%). Forty-four patients (62%) experienced recurrence. The mean time from the initial treatment to recurrence was 20 ± 33 months. The recurrence rate was 16/19 (84.2%) in patients who received medical therapy only, 11/17 (64.7%) in patients treated by surgery alone, and 17/31 (51.8%) in patients treated with surgery and medical therapy (p = 0.03). CONCLUSIONS: We observed a very high incidence of TES in Martinique. The factors associated with this high incidence in this specific geographical area remain to be elucidated. The frequency of recurrence was lower in patients who received both hormone therapy and surgery.
RESUMEN
Diversas barreiras podem comprometer o acesso aos serviços de saúde no Brasil, especialmente entre as mulheres negras, evidenciando a urgência em discutir esse tema à luz das iniquidades raciais e de gênero. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática com metanálise para avaliar as evidências científicas da associação entre raça/cor de pele/etnia e acesso e utilização dos serviços de saúde entre mulheres. A busca dos estudos foi realizada em cinco bases eletrônicas, incluindo literatura cinzenta, até março de 2022 e, após a extração de dados, foi realizada a avaliação da qualidade dos artigos. A metanálise estimou a medida de associação global (odds ratio) e seu intervalo de confiança de 95%. Também foi avaliado o indicador de Higgins e Thompson (I2) para classificação da heterogeneidade estatística dos dados. Foram identificados 428 registros, mas apenas três estudos atenderam aos critérios de elegibilidade. A raça/cor de pele/etnia negra esteve associada a desfechos negativos relacionados ao acesso/utilização dos serviços de saúde no Brasil (OR = 1,49; IC95%: 1,26-1,76; I2 = 24,01%). Neste estudo, verificou-se que existem iniquidades raciais no acesso/utilização dos serviços de saúde entre mulheres. No entanto, destaca-se a necessidade de mais estudos rigorosos para elucidar a influência da raça/cor/etnia e de elaboração de políticas públicas.
Several barriers can compromise access to health services in Brazil, especially among black women, highlighting the urgency of discussing this topic in the light of racial and gender inequalities. This study aimed to carry out a systematic review with meta-analysis to assess the scientific evidence on the association between race/skin color/ethnicity and access and use of health services among women. The search for studies was carried out in five electronic databases, including the gray literature, until March 2022, and, after data extraction, the quality of the articles was evaluated. The meta-analysis estimated the global association measure (odds ratio) and its 95% confidence interval. The Higgins and Thompson indicator (I2) was also evaluated to classify the statistical heterogeneity of the data. A total of 428 records were identified, but only three studies met the eligibility criteria. Black race/skin color/ethnicity was associated with negative outcomes related to access/use of health services in Brazil (OR = 1.49; 95%CI: 1.26-1.76; I2 = 24.01%). This study showed the presence of racial inequalities in the access/use of health services among women. However, it highlights the need for more rigorous studies to elucidate the influence of race/color/ethnicity and the elaboration of public policies.
Diversos obstáculos pueden dificultar el acceso a los servicios de salud en Brasil, principalmente para las mujeres negras, lo que muestra la necesidad de discutir el tema de las inequidades racial y de género. Este estudio tiene por objetivo realizar una revisión sistemática con metaanálisis para evaluar la evidencia científica de la asociación entre raza/color/etnia y el acceso y uso de los servicios de salud por las mujeres. Se realizó una búsqueda en cinco bases de datos electrónicas, incluida la literatura gris, en el periodo hasta marzo de 2022; y tras evaluados los datos, se llevó a cabo una evaluación de la calidad de los artículos. El metaanálisis estimó la asociación global (Odds Ratio) y su intervalo de confianza del 95%. También se evaluó el indicador de Higgins y Thompson (I²) para clasificar la heterogeneidad estadística de los datos. Se identificaron 428 registros, de los cuales solo tres estudios cumplieron los criterios de elegibilidad. La raza/color de piel/etnia negra se asoció con desenlaces negativos relacionados al acceso/uso de los servicios de salud en Brasil (OR = 1,49; IC 95%: 1,26-1,76; I² = 24,01%). Estos hallazgos destacan las inequidades raciales en el acceso/uso de los servicios de salud entre mujeres brasileñas. Sin embargo, se necesitan investigaciones más rigurosas sobre la influencia de la raza/color/etnia y la implementación de políticas públicas efectivas.
Asunto(s)
Población NegraRESUMEN
ABSTRACT Objective: To understand the factors interfering in the living conditions (health) of black immigrant women. Therefore, we sought to know the sociodemographic profile, the reasons that led them to immigration, the embracement provided in the country, the presence of post-immigration illness, and the type of disease. Method: Quali-quantitative, cross-sectional study, carried out between March and October 2018, in the city of São Paulo-Brazil, with 33 black immigrant women. Data were obtained through interviews, guided by a semi-structured questionnaire. The responses were analyzed using the Discourse of the Collective Subject technique. Results: Findings showed that 69% of the immigrants studied came from Angola, 45% feel discriminated against, 45.6% report post-immigration illness, with emotional issues being highlighted. Conclusion: The need to organize an internal agenda to serve similar groups is acknowledged, an essential attribution to the nation that aims to receive people, a commitment that refers to the promotion of means to embrace, aggregate, and incorporate people as citizens.
RESUMEN Objetivo: Aprehender los factores que interfieren en las condiciones de vida (salud) de las mujeres negras inmigrantes. Para ello se buscó conocer el perfil sociodemográfico, los motivos que las llevaron a la inmigración, la acogida recibida en el país, la presencia de enfermedades post-inmigración y el tipo de enfermedad. Método: Estudio cuali-cuantitativo, transversal, realizado entre marzo y octubre de 2018, en la ciudad de São Paulo-Brasil, con 33 mujeres negras inmigrantes. Los datos fueron obtenidos a través de entrevistas, guiadas por un cuestionario semiestructurado. Las respuestas fueron analizadas mediante la técnica del Discurso del Sujeto Colectivo. Resultados: Entre los hallazgos, se observó que el 69% de los inmigrantes estudiados procedían de Angola, el 45% se siente discriminado, el 45,6% relata enfermedad post-migración, destacándose cuestiones emocionales. Conclusión: Se reconoce la necesidad de organizar una agenda interna para atender a grupos similares. Atribución esencial a la nación que se propone recibir, compromiso que se refiere a la promoción de medios para acoger, agregar e incorporar a las personas como ciudadanos.
RESUMO Objetivo: Apreender os fatores que interferem nas condições de vida (saúde) de mulheres negras imigrantes. Para tanto, buscou-se conhecer o perfil sociodemográfico, os motivos que as levaram à imigração, o acolhimento recebido no país, a presença de adoecimento pós-imigração e a tipologia da doença. Método: Estudo qualiquantitativo, transversal, realizado no período entre março e outubro de 2018, no município de São Paulo-Brasil, com 33 mulheres negras imigrantes. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas, norteadas por um questionário semiestruturado. As respostas foram analisadas atendendo à técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Dentre os achados, observou-se que 69% das imigrantes estudadas vieram de Angola, 45% sentem-se discriminadas, 45,6% relatam adoecimento pós imigração, destacando-se as questões emocionais. Conclusão: Reconhece-se a necessidade de organizar uma agenda interna para atender a grupos semelhantes, atribuição essencial à nação que se propõe a receber, compromisso que remete à promoção de meios para acolher, agregar e incorporar as pessoas como cidadãs.
Asunto(s)
Salud de la Mujer , Población Negra , Migración Humana , AcogimientoRESUMEN
Objetivo: Compreender o processo de criminalização do corpo negro a partir das maltas de capoeiras, a fim de contribuir para o combate à naturalização de sua marginalidade. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva, a partir do método materialista histórico-dialético, com o intuito de investigar as múltiplas determinações em que os negros estavam imersos, buscando entender a síntese e as contradições das concepções que o criminalizaram. Resultados e discussão: Encontrou-se que a criminalização do negro capoeira se deu em um contexto ampliado de criminalização do negro, com o objetivo de controle social e regulação do corpo do trabalhador negro no Brasil, em um projeto de disciplinação. Conclusão: Conclui-se que o conhecimento dos conflitos em que os grupos organizados de capoeiras estavam incluídos remetiam à luta de classes empreendidas por estes contra o colonialismo escravista no Brasil sendo importante entender tais conflitos para refutar visões racistas de um corpo negro "naturalmente propenso ao crime e à vadiagem", como ainda atualmente é observado em parte da bibliografia que analisa o negro Capoeira.
Objective: This work aimed to understand the process of criminalization of the black body from the capoeirasgroups (maltas), in order to contribute to the fight against the naturalization of its marginality. Methodology: It is a bibliographic, exploratory and descriptive research, based on the historical-dialectical materialist method, with the aim of investigating the multiple determinations in which blacks were immersed, seeking to understand the synthesis and contradictions of the conceptions that criminalized it. Results and discussion: It was found that the criminalization of the black capoeiras took place in an expanded context of criminalization of black people, with the objective of social control and regulation of the body of black workers in Brazil, in a project of discipline. Conclusion: It is concluded that knowledge of the conflicts in which organized capoeira groups were included referred to the class struggle undertaken by them against slave colonialism in Brazil and that it is important to understand such conflicts to refute racist views of a black body "naturally prone to crime and vagrancy", as we still see in part of the bibliography that analyzes the black capoeiras.
Objetivo: comprender el proceso de criminalización del cuerpo negro de los grupos de capoeiras para contribuir a la lucha contra la naturalización de su marginalidad. Metodología: Se trata de una investigación bibliográfica, exploratoria y descriptiva, basada en el método materialista histórico-dialéctico, con el objetivo de indagar en las múltiples determinaciones en las que se vio inmerso el negro, buscando comprender la síntesis y contradicciones de las concepciones que los criminalizaron. Resultados y discusión: Se constató que la criminalización de los capoeiras negros ocurrió en un contexto ampliado de criminalización de los negros, con el objetivo de control social y regulación del cuerpo de trabajadores negros en Brasil, en un proyecto de disciplina. Conclusión: Se concluye que el conocimiento de los conflictos en los que se incluyeron grupos organizados de capoeira se refirió a la lucha de clases emprendida por ellos contra el colonialismo esclavista en Brasil y que es importante comprender dichos conflictos para refutar las visiones racistas de un cuerpo negro "naturalmente propenso al crimen". y vagancia", como todavía vemos en parte de la bibliografía que analiza lo negro capoeira.
Asunto(s)
Humanos , Sociología , Negro o Afroamericano , Artes Marciales , Criminología , Población Negra , Racismo , Control Social Formal , Conocimiento , CiudadaníaRESUMEN
Acredito que, para a compreensão dos processos de subjetivação das pessoas negras, é necessária uma escuta em cujo foco estejam os processos de racialização. Meu ponto é que o racismo é estruturante para as subjetividades negras. A minha hipótese é de que a validade da psicanálise como ferramenta de explicação do sofrimento das pessoas negras está condicionada, por um lado, à escuta dos fatores, nos termos de Fanon, sociogenéticos e, por outro, ao entendimento de que os processos de subjetivação das pessoas negras são atravessados estruturalmente pelo racismo. Considerando esse atravessamento, proponho uma clínica chamada por mim de implicada, na qual uma escuta antirracista passa a figurar como técnica psicanalítica.
I think that, in order to understand the processes of subjectivation of black people, it is necessary the listening in which we focus on processes of racialization. My point is that racism is structuring for black subjectivities. My hypothesis is that the validity of psychoanalysis as a tool to explain the suffering of black people is conditioned, on the one hand, to listening to factors, in Fanon's terms, sociogenetic; and, on the other hand, to the understanding that the processes of subjectivation of black people are structurally crossed by racism. Considering this crossing, I propose a clinic I call implicated, in which an anti-racist listening starts to appear as a psychoanalytic technique.
Je pense que pour comprendre les processus de subjectivation des personnes noires, il faut écouter dans lequel on s'intéresse aux processus de racialisation. Ce que je veux dire, c'est que le racisme est structurant pour les subjectivités noires. Mon hypothèse est que la validité de la psychanalyse comme outil d'explication de la souffrance des Noirs est conditionnée, d'une part, à l'écoute de facteurs, selon les termes de Fanon, sociogénétiques; et, d'autre part, à la compréhension que les processus de subjectivation des Noirs sont structurellement traversés par le racisme. Considérant ce croisement, je propose une clinique que j'appelle impliquée, dans laquelle une écoute antiraciste commence à apparaître comme une technique psychanalytique.
RESUMEN
Resumo: Introdução: Embora a educação médica esteja pautada, hegemonicamente, por princípios universalistas e igualitários, este artigo pretende tensionar tais concepções ao considerar a heterogeneidade e a multiplicidade imbricadas no saber-fazer médico ante as determinações históricas, sociais e locorregionais de saúde. Para compreender a medicina nesse panorama complexo, é preciso que a produção de conhecimento, desde a construção de projetos pedagógicos e currículos de graduação, privilegie a equidade em saúde, abrangendo, sobretudo, o cuidado destinado às minorias sociais. Nesse substrato, encontra-se a população negra, coletivo majoritário no Brasil, principalmente na Região Nordeste, que enfrenta diversas fragilidades no alcance de uma atenção à saúde integral. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar os projetos pedagógicos dos cursos (PPC) de graduação em Medicina, do Nordeste brasileiro, e suas interfaces com conteúdos que contribuam para a formação médica no enfrentamento das iniquidades da saúde da população negra. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com análise de 23 PPC de graduação em Medicina de 13 universidades públicas federais da Região Nordeste. Realizou-se também a correlação dos dados com achados científicos e referenciais teóricos que abordam a temática de saúde da população negra e formação médica. Resultado: Identificou-se a presença de disciplinas obrigatórias e optativas sobre a contextualização de raça na saúde em seus aspectos essenciais, o que permite proporcionar aos estudantes de Medicina a compreensão histórica e sociocultural da negritude. Entretanto, é imperioso enfatizar o déficit na abordagem prática com escassez de temas transversais, propostas de internato ou estágio e fomento de programas de extensão, bem como de políticas institucionais de incentivo ao assunto, o que sinaliza o pouco valor atribuído ao campo da experiência para a compreensão da saúde racializada e fortalece o esvaziamento de práticas específicas à saúde da população negra, diminuindo a capacidade médica de interpretar situações, práticas e condutas de maneira efetiva. Conclusão: Este artigo evidencia, portanto, que o fomento de uma educação médica antirracista exige uma formação pautada na práxis dialógica, humanista e crítico-reflexiva da saúde da população negra, sendo necessário correlacionar teorias com habilidades, competências e atitudes assistenciais pautadas no conhecimento racializado para a construção de PCC dos cursos de Medicina.
Abstract: Introduction: The hegemony of medical education is based on so-called universalistic and egalitarian principles. This paper questions such principles, considering the heterogeneity and multiplicity imbricated in medical know-how in light of historical, social and loco-regional health conditions. To understand medical knowledge in that complex panorama, the production of knowledge must privilege equity in health in the development of pedagogical projects and undergraduate curricula. Do these projects and curricula deal with care for social minorities properly? In Brazil, black people constitute the main social group affected by that social reality. In the Northeast region of the country, that population usually faces several difficulties to access proper medical care. Objective: This paper aims to analyze the pedagogical projects of undergraduate medical programs in the Northeast of Brazil and their interfaces with contents that contribute to medical training to address the health inequities of the black population. Methodology: This is an exploratory, descriptive and cross-sectional study. It analyzes 23 pedagogical projects from 13 federal public undergraduate medical programs at universities in the Brazilian Northeast. Data were correlated with scientific findings and theoretical references that address the health of black people and medical education. Results: The studied programs contain compulsory and optional courses which contextualize social race in health. They present a historical and sociocultural understanding of blackness to medical students. However, in a practical sense there are several gaps, including a lack of cross-sectional approaches, of proposals for internships and limited promotion of community outreach programs and institutional policies to encourage racial issues. This reveals the little value ascribed to the field of experience for understanding racialized health, and shows a lack of specific practices for the health of the black population, reducing medical capacity to interpret situations, practices and behaviors in racialized contexts. Conclusion: This paper shows that the promotion of an antiracist medical education requires a training based on dialogical, humanistic, critical-reflexive praxis regarding the health of the black population. It is necessary to correlate theories and skills, competencies and care practices, based on racialized knowledge for the construction of pedagogical projects for undergraduate medical programs in the Brazilian Northeast.
RESUMEN
Resumo: Introdução: Embora a educação médica esteja pautada, hegemonicamente, por princípios universalistas e igualitários, este artigo pretende tensionar tais concepções ao considerar a heterogeneidade e a multiplicidade imbricadas no saber-fazer médico ante as determinações históricas, sociais e locorregionais de saúde. Para compreender a medicina nesse panorama complexo, é preciso que a produção de conhecimento, desde a construção de projetos pedagógicos e currículos de graduação, privilegie a equidade em saúde, abrangendo, sobretudo, o cuidado destinado às minorias sociais. Nesse substrato, encontra-se a população negra, coletivo majoritário no Brasil, principalmente na Região Nordeste, que enfrenta diversas fragilidades no alcance de uma atenção à saúde integral. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar os projetos pedagógicos dos cursos (PPC) de graduação em Medicina, do Nordeste brasileiro, e suas interfaces com conteúdos que contribuam para a formação médica no enfrentamento das iniquidades da saúde da população negra. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com análise de 23 PPC de graduação em Medicina de 13 universidades públicas federais da Região Nordeste. Realizou-se também a correlação dos dados com achados científicos e referenciais teóricos que abordam a temática de saúde da população negra e formação médica. Resultado: Identificou-se a presença de disciplinas obrigatórias e optativas sobre a contextualização de raça na saúde em seus aspectos essenciais, o que permite proporcionar aos estudantes de Medicina a compreensão histórica e sociocultural da negritude. Entretanto, é imperioso enfatizar o déficit na abordagem prática com escassez de temas transversais, propostas de internato ou estágio e fomento de programas de extensão, bem como de políticas institucionais de incentivo ao assunto, o que sinaliza o pouco valor atribuído ao campo da experiência para a compreensão da saúde racializada e fortalece o esvaziamento de práticas específicas à saúde da população negra, diminuindo a capacidade médica de interpretar situações, práticas e condutas de maneira efetiva. Conclusão: Este artigo evidencia, portanto, que o fomento de uma educação médica antirracista exige uma formação pautada na práxis dialógica, humanista e crítico-reflexiva da saúde da população negra, sendo necessário correlacionar teorias com habilidades, competências e atitudes assistenciais pautadas no conhecimento racializado para a construção de PCC dos cursos de Medicina.
Abstract: Introduction: The hegemony of medical education is based on so-called universalistic and egalitarian principles. This paper questions such principles, considering the heterogeneity and multiplicity imbricated in medical know-how in light of historical, social and loco-regional health conditions. To understand medical knowledge in that complex panorama, the production of knowledge must privilege equity in health in the development of pedagogical projects and undergraduate curricula. Do these projects and curricula deal with care for social minorities properly? In Brazil, black people constitute the main social group affected by that social reality. In the Northeast region of the country, that population usually faces several difficulties to access proper medical care. Objective: This paper aims to analyze the pedagogical projects of undergraduate medical programs in the Northeast of Brazil and their interfaces with contents that contribute to medical training to address the health inequities of the black population. Methodology: This is an exploratory, descriptive and cross-sectional study. It analyzes 23 pedagogical projects from 13 federal public undergraduate medical programs at universities in the Brazilian Northeast. Data were correlated with scientific findings and theoretical references that address the health of black people and medical education. Results: The studied programs contain compulsory and optional courses which contextualize social race in health. They present a historical and sociocultural understanding of blackness to medical students. However, in a practical sense there are several gaps, including a lack of cross-sectional approaches, of proposals for internships and limited promotion of community outreach programs and institutional policies to encourage racial issues. This reveals the little value ascribed to the field of experience for understanding racialized health, and shows a lack of specific practices for the health of the black population, reducing medical capacity to interpret situations, practices and behaviors in racialized contexts. Conclusion: This paper shows that the promotion of an antiracist medical education requires a training based on dialogical, humanistic, critical-reflexive praxis regarding the health of the black population. It is necessary to correlate theories and skills, competencies and care practices, based on racialized knowledge for the construction of pedagogical projects for undergraduate medical programs in the Brazilian Northeast.
RESUMEN
Resumo O objetivo deste artigo é avaliar a prevalência de desnutrição em crianças menores de 60 meses residentes em comunidades remanescentes de quilombos de dois municípios do estado do Maranhão e seus fatores associados. Estudo transversal com amostra de 372 crianças realizado em agosto de 2015. Foram coletadas informações socioeconômicas, demográficas, maternas e das crianças. A antropometria seguiu o proposto pela Organização Mundial da Saúde. Foram calculados os índices estatura para idade e peso para estatura utilizando o software Anthro versão 3.2.2. Foi realizada regressão de Poisson com variância robusta para a associação da desnutrição com as variáveis estudadas, utilizando o software Stata versão 14.0. A desnutrição em crianças foi elevada segundo a estatura-por-idade (15,1%) e peso-para-estatura (7%). Crianças cujas mães possuíam baixa estatura (< 1,497 m) apresentaram mais chances de possuírem déficit de estatura-para-idade (p < 0,05). Nenhuma variável se associou estatisticamente ao baixo peso-para-estatura. A desnutrição infantil persiste como problema de saúde pública em regiões vulneráveis e os fatores maternos como a baixa estatura materna podem explicar a baixa estatura dos filhos. Aponta-se para a necessidade de ações de enfrentamento deste desvio nutricional.
Abstract Objective: To evaluate the prevalence of malnutrition in children under 60 months of age living in quilombo remnant communities of two municipalities in the state of Maranhão and their associated factors. Methods: This is a cross-sectional study conducted with a sample of 372 children in August 2015. Socioeconomic, demographic, maternal and child information were collected. The anthropometry followed the one proposed by the World Health Organization. Height-for-age and weight-for-height rates were calculated using Anthro software version 3.2.2. Poisson regression was performed with a robust variance for the association of malnutrition with the studied variables, using Stata software version 14.0. Results: Child malnutrition was high for height-for-age (15.1%) and weight-for-height (7%). Children whose mothers had a short height (< 1.497 m) were more likely to have height-for-age deficits (p < 0.05). No variables were statistically associated with low weight-for-height. Conclusion: Child malnutrition persists as a public health problem in vulnerable regions, and maternal factors such as low maternal height may explain the short stature of the children. The need for actions to address this nutritional deviation is pointed out.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Lactante , Niño , Desnutrición/epidemiología , Factores Socioeconómicos , Brasil/epidemiología , Estado Nutricional , Estudios Transversales , CiudadesRESUMEN
O racismo contra negros é um fenômeno complexo e multideterminado. A compreensão da dimensão psicológica das falas sobre racismo se intercruza com o campo de investigação da Psicologia Política, uma vez que são as relações de poder que hierarquizam o conceito de raça que subjaz ao racismo. O objetivo deste trabalho foi analisar as falas de estudantes universitários sobre o racismo no Brasil. Para tal, entrevistas aprofundadas foram realizadas. As hipóteses da pesquisa seriam encontrar falas racistas e não racistas. No entanto, a análise das entrevistas mostrou que o posicionamento não racista foi raro. As categorias elaboradas foram sobre: a sutileza do racismo; as brincadeiras racistas; a culpabilização da vítima; as cotas raciais; e, finalmente, a falsa neutralidade na abordagem do tema. Porém, foi possível também estudar a admissão do próprio racismo - atitude essa que aponta para o diálogo possível sobre o tema, de modo a mobilizar mudanças.
Racism against black people is a complex and multidetermined phenomenon. The understanding of the psychological dimension of speech concerning racism intersects with the research field of Political Psychology, once they are relations of power that hierarchize the concept of race that underlie racism. The aim of this study was to analyze the speech of college students about racism in Brazil. To achieve that, in-depth interviews were conducted. Hypotheses were developed in order to spot racist and non-racist speech. However, the analysis of the interviews showed that non-racist positioning was rare. The categories elaborated were: the subtlety of racism; racist jokes; blaming the victim; racial quotas; and finally, false neutrality in approaching the subject. However, it was also possible to study the admission of self racism - an attitude that points to the possible dialogue on the subject, in order to mobilize changes.
El racismo contra los negros es un fenómeno complejo y multideterminado. La comprensión de la dimensión psicológica de los discursos acerca del racismo se cruza con el campo de investigación de la Psicología Política, una vez que son relaciones de poder que jerarquizan el concepto de raza que subyace al racismo. El objetivo de este estudio fue analizar el discurso de los estudiantes universitarios sobre el racismo en Brasil. Con este fin, se realizaron entrevistas en profundidad. Las hipótesis fueron desarrollados con el fin de encontrar discursos racistas y no-racistas. Sin embargo, el análisis de las entrevistas mostró que el posicionamiento no-racista fue raro. Las categorías fueron elaboradas en: la sutileza del racismo; chistes racistas; culpar la víctima; cuotas raciales; y finalmente, falsa neutralidad en abordar el tema. No obstante, también fue posible estudiar la admisión de racismo proprio - una actitud que apunta el posible diálogo sobre el tema, a fin de movilizar el cambio.
Le racisme envers les noirs est un phénomène complexe et multidimensionnel. La compréhension de la dimension psychologique de la parole concernant le racisme est en relation avec le champ d'étude de la psychologie politique car ce sont les relations de pouvoir qui hiérarchisent les concepts de race subjacents au racisme. L'objectif de cette étude était d'analyser le discours d'étudiants universitaires à propos du racisme au Brésil. Pour cela, des entrevues en profondeur ont été menées. Par hypothèse, l'étude rencontrerait des allocutions racistes et non-racistes. Cependant, l'analyse des entretiens a montré que la position non-raciste était rare. Les catégories ont été établies sur : la subtilité du racisme ; les blagues racistes ; le blâme de la victime ; les quotas raciaux ; et, enfin, la fausse neutralité en abordant ce thème. Cependant, il était également possible d'étudier l'aveu du racisme lui-même - une attitude qui pointe vers un possible dialogue à ce sujet, afin de mobiliser le changement.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adulto Joven , Persona de Mediana Edad , Población Negra/psicología , Prejuicio/psicología , Racismo/psicologíaRESUMEN
O racismo contra negros é um fenômeno complexo e multideterminado. A compreensão da dimensão psicológica das falas sobre racismo se intercruza com o campo de investigação da Psicologia Política, uma vez que são as relações de poder que hierarquizam o conceito de raça que subjaz ao racismo. O objetivo deste trabalho foi analisar as falas de estudantes universitários sobre o racismo no Brasil. Para tal, entrevistas aprofundadas foram realizadas. As hipóteses da pesquisa seriam encontrar falas racistas e não racistas. No entanto, a análise das entrevistas mostrou que o posicionamento não racista foi raro. As categorias elaboradas foram sobre: a sutileza do racismo; as brincadeiras racistas; a culpabilização da vítima; as cotas raciais; e, finalmente, a falsa neutralidade na abordagem do tema. Porém, foi possível também estudar a admissão do próprio racismo - atitude essa que aponta para o diálogo possível sobre o tema, de modo a mobilizar mudanças.(AU)
Racism against black people is a complex and multidetermined phenomenon. The understanding of the psychological dimension of speech concerning racism intersects with the research field of Political Psychology, once they are relations of power that hierarchize the concept of race that underlie racism. The aim of this study was to analyze the speech of college students about racism in Brazil. To achieve that, in-depth interviews were conducted. Hypotheses were developed in order to spot racist and non-racist speech. However, the analysis of the interviews showed that non-racist positioning was rare. The categories elaborated were: the subtlety of racism; racist jokes; blaming the victim; racial quotas; and finally, false neutrality in approaching the subject. However, it was also possible to study the admission of self racism - an attitude that points to the possible dialogue on the subject, in order to mobilize changes.(AU)
El racismo contra los negros es un fenómeno complejo y multideterminado. La comprensión de la dimensión psicológica de los discursos acerca del racismo se cruza con el campo de investigación de la Psicología Política, una vez que son relaciones de poder que jerarquizan el concepto de raza que subyace al racismo. El objetivo de este estudio fue analizar el discurso de los estudiantes universitarios sobre el racismo en Brasil. Con este fin, se realizaron entrevistas en profundidad. Las hipótesis fueron desarrollados con el fin de encontrar discursos racistas y no-racistas. Sin embargo, el análisis de las entrevistas mostró que el posicionamiento no-racista fue raro. Las categorías fueron elaboradas en: la sutileza del racismo; chistes racistas; culpar la víctima; cuotas raciales; y finalmente, falsa neutralidad en abordar el tema. No obstante, también fue posible estudiar la admisión de racismo proprio - una actitud que apunta el posible diálogo sobre el tema, a fin de movilizar el cambio.(AU)
Le racisme envers les noirs est un phénomène complexe et multidimensionnel. La compréhension de la dimension psychologique de la parole concernant le racisme est en relation avec le champ d'étude de la psychologie politique car ce sont les relations de pouvoir qui hiérarchisent les concepts de race subjacents au racisme. L'objectif de cette étude était d'analyser le discours d'étudiants universitaires à propos du racisme au Brésil. Pour cela, des entrevues en profondeur ont été menées. Par hypothèse, l'étude rencontrerait des allocutions racistes et non-racistes. Cependant, l'analyse des entretiens a montré que la position non-raciste était rare. Les catégories ont été établies sur : la subtilité du racisme ; les blagues racistes ; le blâme de la victime ; les quotas raciaux ; et, enfin, la fausse neutralité en abordant ce thème. Cependant, il était également possible d'étudier l'aveu du racisme lui-même - une attitude qui pointe vers un possible dialogue à ce sujet, afin de mobiliser le changement.(AU)