RESUMEN
O objetivo deste estudo foi o de compreender as relações entre a organização do trabalho e o agravamento dos casos por LER/DORT, além das repercussões na saúde na situação de afastamento do trabalho pela doença. Métodos: Foram levantados dados sociodemográficos e de trabalho de prontuários de sujeitos atendidos no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador- CEREST, da cidade de Santos/SP, e selecionados sujeitos com diagnósticos clínicos estabelecidos para LER/DORT e que haviam vivenciado a situação de afastamento do trabalho por motivo da doença. Os sujeitos foram convidados a participar de entrevista individual e semiestruturada, com base em roteiros pré-elaborados. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra para análise de conteúdo categorial temática. Os resultados obtidos trouxeram a compreensão de que houve envolvimento dos modos de organização do trabalho no agravamento dos casos, e as consequências interferem na saúde do trabalhador e no seu cotidiano de vida, resultando em sofrimento psíquico. Evidencia-se a necessidade de uma maior inserção de equipes multiprofissionais em ações interdisciplinares, e com psicólogos junto a esta temática.
The aim of this study was to understand the relationship between the organization of work and the increase of cases by RSI / WRMSDs, in addition to the effects on health in the clearance status of work by the disease. Methods: Collection of sociodemographic and labor subjects' records data on Worker-Health Reference Center -CEREST, city of Santos/SP, and selected subjects with clinical diagnoses established for RSI/WRMSDs and who had experienced the absence of work because of the disease. The subjects were invited to participate in individual and semi structured interviews, based on pre-prepared scripts. The interviews were recorded and transcribed for thematic content analysis. The results brought the understand that there was involvement of the work organization in the worsening of the cases, and the consequences interfere in workers' health and their daily lives, resulting in psychological suffering. It highlights the need for greater integration of multidisciplinary teams in interdisciplinary actions, and psychologists with this theme.
Asunto(s)
Trastornos de Traumas Acumulados , Psicología , Costo de Enfermedad , Salud LaboralRESUMEN
Neste estudo descrevem-se as características da utilização de serviços de saúde por trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho. Os dados provêm das três primeiras fases de um estudo de coorte de base comunitária sobre saúde e trabalho, iniciado no ano 2000, e conduzido com todos os trabalhadores de 2.512 famílias selecionadas por amostragem aleatória de conglomerado, de estágio único, residentes na cidade de Salvador, Bahia. Entrevistas individuais foram empregadas para a coleta de dados. Nesta pesquisa analisaram-se os trabalhadores (n = 628) que referiram ter sofrido acidente de trabalho nos 12 meses antes da entrevista. Observou-se que cerca de metade dos casos de acidentes recebeu primeiros socorros e tratamento médico. A maioria (71%) foi atendida em unidades do SUS. Cerca de 15% tiveram o atendimento pago por planos de saúde privados. Observou-se também que a maioria referiu alta satisfação com o atendimento, tanto em serviços públicos como privados. Entre os usuários do SUS, predominaram os trabalhadores sem carteira assinada, mas trabalhadores segurados também utilizaram os serviços públicos em sua maioria. Concluiu-se que o SUS tem expressiva participação no atendimento de acidentados do trabalho, independentemente da condição de cobertura por planos de saúde.
This study describes the characteristics of health services utilization by workers reporting work-related injuries. Data comes from the three first phases of a community-based cohort study about health and work that started in the year 2000, carried out with all workers from 2,512 families living in the city of Salvador, Bahia, that were selected by one-stage cluster area random sampling. Individual interviews were used for data collection. In this study, cases of work injuries reported during the 12 months before the interview (n=628) are analyzed. The majority (71.0%) of injured workers received medical treatment in facilities from the Unified Health System, SUS, a public health care system of universal coverage. Around 15% received treatment from private health insurance plans. Among SUS customers most workers have no formal job contracts, although insured workers also utilized public health care services. In sum, the SUS has expressive participation in the health care of injured workers independently of their entitlement for private health care.