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Resumo Contexto A cirurgia de revascularização é proposta para restaurar o fluxo sanguíneo para o pé nos casos de isquemia crítica (IC) devido a doença arterial obstrutiva periférica dos membros inferiores (MMII). O uso de ultrassonografia com Doppler (USD) vem despontando nos últimos anos como um método de grande valor para o planejamento cirúrgico dessa intervenção. Objetivos Avaliar a relação entre o índice de resistência (IR), mensurado por meio de USD, e o sucesso hemodinâmico imediato da cirurgia de revascularização dos MMII em pacientes com IC. Métodos O tipo de estudo empregado foi a coorte prospectiva, na qual foram avaliados 46 pacientes portadores de IC dos MMII submetidos à operação de revascularização infrainguinal por angioplastia ou em ponte de agosto de 2019 a fevereiro de 2022. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica vascular, à USD com medida do IR das artérias distais dos MMII, à arteriografia dos MMII e à aferição do índice tornozelo-braquial (ITB) no período pré-operatório. No pós-operatório imediato, todos os pacientes foram submetidos à nova aferição do ITB. Resultados Entre os 46 pacientes avaliados, 25 (54,3%) eram do sexo masculino. A idade variou de 32 a 89 anos (média de 67,83). Quanto ao sucesso hemodinâmico, avaliado pela comparação do ITB pré e pós-operatório, constatou-se que 31 (67,4%) pacientes apresentaram sucesso hemodinâmico após cirurgia de revascularização (aumento do ITB em 0,15 ou mais). Foi observada correlação positiva (p ≤ 0,05) entre o IR da artéria distal revascularizada do MMII e o sucesso hemodinâmico imediato avaliado pela aferição do ITB (IR menor e sucesso hemodinâmico). Conclusões Na presente pesquisa foi observada uma correlação positiva entre o índice de resistência arterial distal e o sucesso hemodinâmico nas revascularizações dos membros inferiores, avaliada através do índice tornozelobraquial, de forma que, quanto menor foi o IR, maior o sucesso hemodinâmico obtido.
Abstract Background Revascularization surgery is used to attempt to restore blood flow to the foot in patients with critical ischemia (CI) caused by peripheral arterial occlusive disease of the lower limbs (LL). Ultrasonography with Doppler (USD) SAH emerged in recent years as a highly valuable method for planning this surgical intervention. Objectives To evaluate the relationship between the resistance index (RI), measured with USD, and immediate hemodynamic success of LL revascularization surgery in patients with CI. Methods The study design was a prospective cohort assessing 46 patients with LL CLI who underwent operations to perform infrainguinal revascularization by angioplasty or bypass from August 2019 to February 2022. All patients underwent preoperative clinical vascular assessment with USD including measurement of the RI of distal LL arteries, LL arteriography, and measurement of the ankle-brachial index (ABI). All patients had their ABI measured again in the immediate postoperative period. Results Forty-six patients were assessed, 25 (54.3%) of whom were male. Age varied from 32 to 89 years (mean: 67.83). Hemodynamic success was assessed by comparison of preoperative and postoperative ABI, showing that hemodynamic success was achieved in 31 (67.4%) patients after revascularization surgery (ABI increased by 0.15 or more). A positive correlation (p ≤ 0.05) was observed between the RI of the distal revascularized LL artery and immediate hemodynamic success assessed by ABI (lower RI and hemodynamic success). Conclusions This study observed a positive correlation between the resistance index of the distal artery and immediate hemodynamic success of lower limb revascularizations, as assessed by the ankle-brachial index, so that the lower the RI the greater the hemodynamic success achieved.
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Abstract Currently, the standard non-invasive test for diagnosing Peripheral Arterial Disease is the Ankle-Brachial Index. However, this test becomes unfeasible in a certain population. New evidence proposes the pedal acceleration time, an ultrasound index, as an alternative test. An integrative bibliographic review was carried out between June 3, 2022 and January 8, 2023, to investigate this new index as a tool to assess foot perfusion. Papers published in English, Portuguese, or Spanish between 2012 and 2022 were searched on PubMed, Google Scholar, and Scielo, using the keywords "Peripheral Arterial Disease" AND "Acceleration Time" AND (Pedal OR Plantar). Research that didn't assess foot perfusion using the methods of interest or did not present human data and also case series or reports were excluded. Seven out of the sixty-six articles identified in the searches were selected for the review, all of which had notable methodological limitations. Pedal acceleration time seems to be able to diagnose and stratify and may reflect prognosis.
Resumo Atualmente, o teste não invasivo padrão para diagnosticar a doença arterial periférica é o índice tornozelo-braquial, porém, em uma determinada população, este torna-se inviável. Novas evidências propõem o tempo de aceleração plantar, que é um índice ultrassonográfico, como alternativa. Para investigá-lo no contexto do estudo da perfusão do pé, uma revisão bibliográfica integrativa foi realizada entre 03/06/2022 e 08/01/2023. Artigos em inglês, português ou espanhol, publicados entre 2012 e 2022 foram pesquisados através das ferramentas PubMed, Google Scholar e SciELO, com as palavras-chave "Peripheral Arterial Disease" AND "Acceleration Time" AND (Pedal OR Plantar). Pesquisas que não avaliaram a perfusão do pé pelos métodos de interesse, sem dados em humanos e relatos ou séries de casos, foram excluídos. Dos 66 artigos, 7 foram selecionados; todos com notáveis limitações metodológicas. O tempo de aceleração plantar aparenta ser capaz de diagnosticar, estratificar e prognosticar os doentes.
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Resumo Contexto A ecografia vascular com Doppler (EVD) evoluiu nos últimos anos devido ao aprimoramento da tecnologia de aquisição e processamento da imagem. A disponibilidade do exame, o baixo custo e a ausência de efeitos deletérios de radiação e contraste tornam este método uma excelente opção no diagnóstico da doença arterial periférica. As quebras nas cadeias de suprimentos devido à pandemia de covid-19 levaram a uma escassez global de contraste iodado, reforçando a importância de validar abordagens alternativas. Objetivos Utilizar a EVD na decisão entre cirurgia aberta ou endovascular para doença arterial femoropoplítea e comparar os resultados com exames de contraste iodado. Métodos Comparamos EVD com exames contrastados (angiotomografia e arteriografia) em relação à localização de estenoses/oclusões e indicação do tratamento cirúrgico (by-pass vs. endovascular). Em uma primeira fase, os resultados foram apenas comparados entre EVD e angiotomografia. Numa segunda fase, os resultados da EVD foram usados na triagem entre by-pass vs. endovascular), sendo comparados com angiotomografia nos casos de cirurgia aberta e comparados com a arteriografia nos casos de tratamento endovascular. Resultados A sensibilidade da EVD em comparação com a angiotomografia na fase 1 foi de 100% para o território da artéria femoral superficial. Ao considerar apenas a indicação de by-pass versus endovascular, os resultados mostraram 100% de concordância para a Fase 1 e 94% para a Fase 2. Conclusões Com a ressalva do tamanho amostral, o estudo cumpriu seu objetivo de demonstrar a confiabilidade da EVD na indicação do tratamento cirúrgico entre aberto ou endovascular.
Abstract Background Vascular Doppler ultrasound (DUS) has evolved over recent years because of improvements in the technology involved in the acquisition and processing of sound and image data. The method is an excellent option for use in diagnosis of peripheral arterial disease considering its availability, low cost, and absence of harmful effects. The breakdown of logistics supply chains caused by the COVID-19 pandemic caused worldwide shortages of iodinated contrast, highlighting the need to validate alternative diagnostic methods. Objective To use DUS for decision-making when choosing between by-pass and endovascular surgery for femoropopliteal arterial disease and compare the results to those of iodinated contrast exams. Methods We compared DUS with examinations using contrast for identification of stenoses/occlusions and indication of surgical treatment (by-pass vs. endovascular). In the first phase of the study the results were merely compared, DUS vs. angiotomography. Then, in the second phase, the vascular ultrasound results were used for screening between by-pass and endovascular treatment, comparing DUS with angiotomography in cases scheduled for by-pass and with arteriography in endovascular patients. Results In phase 1, the sensitivity of DUS compared to CT angiography was 100% for the SFA territory. When considering solely the choice of bypass vs. endovascular treatment, the results showed 100% agreement for phase 1 and 94% for phase 2. Conclusion Notwithstanding the sample size, the study fulfilled its objective of demonstrating the reliability of DUS for indicating the treatment choice between by-pass and endovascular surgery.
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Resumo Contexto A veia safena interna é a principal veia superficial do membro inferior, sendo também a mais utilizada para cirurgias de enxerto arterial para revascularização de membros inferiores. O conhecimento prévio da qualidade da veia pode orientar a mudança da estratégia terapêutica, evitando cirurgias fadadas ao insucesso. Observou- se, com frequência, a discrepância entre achados intraoperatórios e exames de imagem. Objetivos Avaliar e comparar o calibre da veia safena interna através de dois métodos de imagem [ultrassonografia (USG) dúplex e angiotomografia computadorizada (angio TC)] e do padrão-ouro (medida no intraoperatório). Métodos Tratou-se de estudo prospectivo observacional. Os dados coletados foram obtidos dos procedimentos médicos de rotina realizados pela equipe de Cirurgia Vascular. Resultados Foram avaliados 41 pacientes, seguidos clinicamente por 12 meses, sendo 27 (65,8%) do sexo masculino, com média de idade de 65,37 anos. Dezenove (46,3%) pacientes foram submetidos a enxerto fêmoro-poplíteo, e 22 (53,7%) a enxertos distais. Os diâmetros da veia safena foram em média 16,4% menores na TC e 33,8% menores na USG, quando medidos em decúbito dorsal no pré-operatório, comparados ao diâmetro externo após dilatação hidrostática no intraoperatório. Não houve diferença estatística das medidas da cirurgia quando se comparou sexo, peso e altura. Conclusões A avaliação do calibre da veia safena foi subestimada pelos exames de USG e TC pré-operatórias com o paciente em decúbito dorsal, em relação à medida intraoperatória. Em pacientes em programação de enxerto para revascularização, a escolha do conduto deve levar esse dado em consideração para que não ocorra exclusão precipitada do uso da veia safena no planejamento.
Abstract Background The great saphenous vein is the major superficial vein of the lower limb, and also the most often used as arterial graft material for lower limb revascularization. Prior knowledge of the quality of the vein can guide choice of therapeutic strategy, avoiding surgery that is doomed to failure. Discrepancies between intraoperative findings of the quality of the great saphenous vein and imaging tests are also frequently observed. Objectives To evaluate the diameter of the great saphenous vein using two imaging methods (Duplex Ultrasound and Computed Tomography) and the gold-standard (intraoperative direct measurement of the vein), comparing the results. Methods Prospective, observational study of data obtained during routine medical procedures performed by the Vascular Surgery team. Results 41 patients were evaluated, with a 12-month follow-up. 27 (65.85%) were male and mean age was 65.37 years. 19 (46.34%) patients had femoropopliteal grafts and 22 (53.66%) had distal grafts. Preoperative saphenous vein internal diameters measured with the patient supine were on average 16.4% smaller on CT and 33.8% smaller on US than the external diameters measured after intraoperative hydrostatic dilatation. There were no statistical differences in measurements when sex, weight, and height were considered. Conclusions Saphenous vein diameters were underestimated by preoperative US and CT scans when compared to intraoperative measurements. Thus, in patients undergoing graft planning for revascularization, the choice of conduit should take this data into consideration, so that use of the saphenous vein is not ruled out unnecessarily during planning.
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Resumo Contexto Os fatores de risco para aterosclerose podem ter influência distinta nas doenças cardiovasculares, impactando também no território da doença arterial periférica (DAP). Objetivos Estudar a influência dos diferentes fatores de risco para a aterosclerose na distribuição anatômica da DAP em pacientes com isquemia crítica crônica de membros (ICCM). Métodos Foi realizado um estudo observacional, transversal e analítico, incluindo 476 doentes internados devido à ICCM por DAP. Foram estudados, comparativamente, os pacientes com DAP dos três distintos territórios anatômicos (aortoilíaco, femoropoplíteo e infragenicular) em relação à presença dos fatores de risco para a aterosclerose (idade, gênero, diabetes mellitus, tabagismo e hipertensão arterial). A análise multivariada foi realizada para testar a associação entre os fatores de risco e a distribuição anatômica da DAP. Resultados A média de idade dos pacientes foi de 69 anos, 249 (52%) eram homens, e 273 (57%), diabéticos. Predominaram os pacientes na Categoria 5 da Classificação de Rutherford (353/74%). Na análise multivariada, as mulheres tiveram chance 2,7 (IC: 1,75-4,26) vezes maior de doença do território femoropoplíteo. Os doentes tabagistas tiveram 3,6 (IC: 1,54-8,30) vezes maior risco de doença do território aortoilíaco. Diabéticos apresentaram 1,8 (IC: 1,04-3,19) vezes maior chance de obstrução apenas do território infragenicular. Conclusões O estudo mostrou que gênero, diabetes mellitus e tabagismo influenciam no padrão de distribuição da DAP em pacientes com ICCM. Os doentes diabéticos apresentaram maior chance de doença isolada do território infragenicular, as mulheres tiveram maior risco de DAP do território femoropoplíteo e os tabagistas possuem maior chance comprometimento aortoilíaco.
Abstract Background Atherosclerosis risk factors can have different impacts on cardiovascular diseases and on the anatomical distribution of Peripheral Arterial Disease (PAD). Objectives To study the influence of atherosclerosis risk factors on the anatomical distribution of PAD in patients with chronic limb-threatening ischemia (CLTI). Methods We performed an observational, cross-sectional, and analytical study that included 476 hospitalized patients with CLTI due to PAD. We compared the presence of atherosclerosis risk factors (age, gender, diabetes mellitus, smoking, and hypertension) in patients with PAD involving three different anatomic areas (aortoiliac, femoropopliteal, and infrapopliteal). Multivariate analysis was performed to identify associations between atherosclerosis risk factors and PAD distribution. Results The mean age of the 476 patients was 69 years, 249 (52%) were men, and 273 (57%) had diabetes. Seventy-four percent (353) had minor tissue loss. Multivariate analysis identified three risk factors associated with PAD anatomical distribution (gender, smoking, and DM). Women had a 2.7 (CI: 1.75-4.26) times greater chance of having femoropopliteal disease. Smokers had a 3.6-fold (CI: 1.54-8.30) greater risk of aortoiliac disease. Diabetic patients were 1.8 (CI: 1.04-3.19) times more likely to have isolated infrapopliteal occlusive disease. Conclusions The study showed that gender, DM, and smoking impact on the anatomical distribution of PAD in patients with CLTI. Diabetic patients were more likely to have only infrapopliteal disease, women had a greater risk of femoropopliteal PAD, and smokers had a greater risk of aortoiliac occlusive disease.
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Abstract Background Decreased walking ability in patients with peripheral arterial disease is often a clinical problem and limits the quality of life and daily activities of these subjects. physical exercise is important in this scenario, as it improves both the daily walking distance and the ability to withstand intermittent claudication related to the limitations of the peripheral disease. Objectives Our aim was to compare the effects of two types of exercise training (aerobic training and aerobic training combined with resistance exercises) on pain-free walking distance (PFWD) and health-related quality of life (HRQoL) in a sample composed of patients with peripheral artery disease (PAD). Methods Twenty patients with claudication symptoms were randomized to either aerobic control (AC) N= 9, or combined training (CT) N= 8, (24 sixty-minute sessions, twice a week). The total walking distance until onset of pain due to claudication was assessed using the 6-minute walk test and HRQoL was measured using the WHOQOL-bref questionnaire (general and specific domains) at baseline and after training. We used generalized estimating equations (GEE) to assess the differences between groups for the PFWD and HRQoL domains, testing the main group and time effects and their respective interaction effects. P values < 0.05 were considered statistically significant. Results Seventeen patients (mean age 63±9 years; 53% male) completed the study. Both groups experienced improvement in claudication, as reflected by a significant increase in PFWD: AC, 149 m to 299 m (P<0.001); CT, 156 m to 253 m (P<0.001). HRQoL domains also improved similarly in both groups (physical capacity, psychological aspects, and self-reported quality of life; P=0.001, P=0.003, and P=0.011 respectively). Conclusions Both aerobic and combined training similarly improved PFWD and HRQoL in PAD patients. There are no advantages in adding strength training to conventional aerobic training. This study does not support the conclusion that combined training is a good strategy for these patients when compared with classic training.
Resumo Contexto A diminuição da capacidade de marcha em pacientes com doença arterial periférica é frequentemente um problema clínico e limita a qualidade de vida e as atividades diárias desses indivíduos. O exercício físico é importante nesse cenário, pois melhora tanto a distância caminhada diária quanto a capacidade de suportar a claudicação intermitente relacionada às limitações da doença periférica. Objetivos Comparar os efeitos do treinamento aeróbico (TA) e do treinamento aeróbico combinado com exercícios de resistência (TC) na distância percorrida livre de dor (DPLD) e na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em pacientes com doença arterial periférica (DAP). Métodos Vinte pacientes com sintomas de claudicação foram randomizados para TA ou TC. Os treinamentos foram realizados em 24 sessões, duas vezes por semana. A DPLD foi avaliada por meio do teste de caminhada de 6 minutos, e a QVRS foi medida pelo instrumento da avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-BREF), no início e após o treinamento. Para avaliar as diferenças entre os grupos para DPLD e os domínios da QVRS, foi utilizado o modelo de equações de estimativa generalizada, testando os efeitos principais do grupo e tempo, bem como os respectivos efeitos de interação. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados Dezessete pacientes (idade média: 63±9 anos; 53% do sexo masculino) completaram o estudo. Ambos os grupos apresentaram melhora na claudicação, refletida por um aumento significativo na DPLD: grupo controle aeróbico - de 149 m para 299 m (P < 0,001); grupo de treinamento combinado - de 156 m para 253 m (P < 0,001). Os domínios da QVRS também melhoraram de forma semelhante em ambos os grupos (capacidade física, aspectos psicológicos e qualidade de vida autorreferida; P = 0,001, P = 0,003 e P = 0,011, respectivamente). Conclusões Ambos os treinamentos melhoraram de forma semelhante a DPLD e a QVRS em pacientes com DAP. Não há vantagens em associar o treinamento de força ao treinamento aeróbico convencional. O estudo não permite concluir que o TC é uma boa estratégia para esses pacientes quando comparado ao treinamento clássico.
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Abstract Background The MTHFR 677C>T variant's involvement with hyperhomocysteinemia and peripheral arterial disease (PAD) is still unclear. Objectives To evaluate associations between the MTHFR 677C>T (rs1801133) variant and susceptibility to and severity of PAD and homocysteine (Hcy) levels. Methods The study enrolled 157 PAD patients and 113 unrelated controls. PAD severity and anatomoradiological categories were assessed using the Fontaine classification and the Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease (TASC), respectively. The variant was genotyped using real-time polymerase chain reaction and Hcy levels were determined using chemiluminescence microparticle assay. Results The sample of PAD patients comprised 60 (38.2%) females and 97 (61.8%) males. Patients were older and had higher Hcy than controls (median age of 69 vs. 45 years, p<0.001; and 13.66 µmol/L vs. 9.91 µmol/L, p=0.020, respectively). Hcy levels and the MTHFR 677C>T variant did not differ according to Fontaine or TASC categories. However, Hcy was higher in patients with the CT+TT genotypes than in those with the CC genotype (14.60 µmol/L vs. 12.94 µmol/L, p=0.008). Moreover, patients with the TT genotype had higher Hcy than those with the CC+CT genotypes (16.40 µmol/L vs. 13.22 µmol/L, p=0.019), independently of the major confounding variables. Conclusions The T allele of MTHFR 677C>T variant was associated with higher Hcy levels in PAD patients, but not in controls, suggesting a possible interaction between the MTHFR 677C>T variant and other genetic, epigenetic, or environmental factors associated with PAD, affecting modulation of Hcy metabolism.
Resumo Contexto O envolvimento da variante MTHFR 677C>T na hiperhomocisteinemia e na doença arterial periférica (DAP) ainda não está claro. Objetivos Avaliar a associação da variante MTHFR 677C>T (rs1801133) com suscetibilidade e gravidade da DAP e valores séricos de homocisteína (Hcy). Métodos Este estudo caso-controle envolveu 157 pacientes com DAP e 113 controles não relacionados. A gravidade e as categorias anatomorradiológicas da DAP foram avaliadas pela classificação de Fontaine e pelo Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease, respectivamente. A genotipagem foi realizada por meio de reação em cadeia da polimerase em tempo real, e os valores de Hcy foram determinados por ensaio de micropartículas de quimioluminescência. Resultados Entre os pacientes com DAP, 97 (61,8%) eram homens e 60 (38,2%) eram mulheres, com mediana de idade de 69 anos. Os pacientes com DAP eram mais velhos e apresentaram valores mais elevados de Hcy do que os controles (mediana de 69 vs. 45 anos de idade, p < 0,001; 13,66 µmol/L vs. 9,91 µmol/L, p = 0,020, respectivamente). Os valores de Hcy foram mais elevados em pacientes com os genótipos CT+TT do que aqueles com o genótipo CC (14,60 µmol/L vs. 12,94 µmol/L, p = 0,008). Além disso, os pacientes com o genótipo TT apresentaram valores mais elevados de Hcy do que aqueles com os genótipos CC+CT (16,40 µmol/L vs. 13,22 µmol/L, p = 0,019, respectivamente), independentemente das principais variáveis confundidoras. Conclusões O alelo T da variante MTHFR 677C>T foi associado a valores mais elevados de Hcy nos pacientes com DAP, mas não em controles, sugerindo uma possível interação entre a variante genética MTHFR 677C>T e outros fatores genéticos, epigenéticos ou ambientais associados com a DAP na modulação do metabolismo da Hcy.
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ABSTRACT Chronic ulcers of the lower limbs are common and recurrent, especially in the elderly population, they are disabling injuries that generate a great socioeconomic burden. This scenario encourages the development of new, low-cost therapeutic alternatives. The present study aims to describe the use of bacterial cellulose in the treatment of lower limb ulcers. This is an integrative literature review, carried out in the PubMed and Science Direct databases by associating the descriptors, with the inclusion criteria being clinical studies in the last 5 years, available in full in English, Portuguese and Spanish. Five clinical trials were analyzed and the main therapeutic effects obtained in the experimental groups that used bacterial cellulose dressings were a reduction in the area of the wounds, one of the studies showed a reduction of 44.18cm2 in the area of the wound, the initial lesions measured on average 89.46cm2 and at the end of the follow-up, they had an average of 45.28cm2, since the reduction in pain and the decrease in the number of exchanges were advantages described in all groups that used the BS. It is concluded that BC dressings are an alternative for the treatment of lower limb ulcers, their use also reduces operational costs related to the treatment of ulcers.
RESUMO As úlceras crônicas de membros inferiores são comuns e recorrentes principalmente na população idosa, são lesões incapacitantes e que geram grande ônus socioeconômico. Tal cenário incentiva o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas e de baixo custo. O presente estudo tem como objetivo descrever o uso da celulose bacteriana no tratamento de úlceras de membros inferiores. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados PubMed e Science Direct por meio da associação dos descritores, tendo como critério de inclusão estudos clínicos nos últimos 5 anos, disponíveis na integra em inglês, português e espanhol. Cinco ensaios clínicos foram analisados e os principais efeitos terapêuticos obtidos nos grupos experimentais que utilizaram os curativos de celulose bacteriana foram redução da área das feridas, um dos estudos apontou uma redução de 44,18cm2 da área da ferida, as lesões iniciais mediam em média 89,46cm2 e ao término do acompanhamento apresentaram uma média de 45,28cm2, já a redução da dor e diminuição do número de trocas foram vantagens descritas em todos os grupos que utilizaram a CB. Conclui-se que os curativos de CB são uma alternativa para o tratamento das úlceras de MMII, sua utilização reduz também os custos operacionais relacionados ao tratamento de úlceras.
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ABSTRACT Background: peripheral arterial disease has smoking as its main avoidable vascular risk factor. However, most studies do not focus on smoking as the main exposure variable. Objectives: to assess the impact of smoking cessation interventions versus active comparator, placebo or no intervention, on peripheral arterial disease outcomes. Methods: we will use the Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions to guide whole this review process. We will consider parallel or cluster-randomised controlled trials (RCTs), quasi-RCTs, and cohort studies. We will search CENTRAL, MEDLINE, Embase, PsycINFO, LILACS and IBECS. We will also conduct a search of ClinicalTrials.gov and the ICTRP for ongoing or unpublished trials. Each research step will involve at least two independent reviewers. We will create a table, using GRADE pro GDT software, reporting the pooled effect estimates for the following outcomes: all-cause mortality, lower limb amputation, adverse events, walking distance, clinical severity, vessel or graft secondary patency, and QoL. Conclusions: we will assess these outcomes according to the five GRADE considerations to assess the certainty of the body of evidence for these outcomes, and to draw conclusions about the certainty of the evidence within the review.
RESUMO Introdução: a doença arterial periférica tem o tabagismo como principal fator de risco vascular evitável. Entretanto, a maioria dos estudos não destaca o tabagismo como principal variável de exposição. Objetivos: avaliar o impacto das intervenções de cessação do tabagismo versus comparador ativo, placebo ou nenhuma intervenção, nos desfechos da doença arterial periférica. Métodos: usaremos o Cochrane Handbook for Systematic Review of Interventions para orientar todo este processo de revisão. Consideraremos ensaios controlados paralelos ou randomizados por cluster (ECRs), quase-ECRs e estudos de coorte. Buscaremos no CENTRAL, MEDLINE, Embase, PsycINFO, LILACS e IBECS. ClinicalTrials.gov e ICTRP serão consultados para ensaios em andamento ou não publicados. Criaremos uma tabela, usando o software GRADE pro GDT, relatando as estimativas de efeito agrupado para os seguintes desfechos: mortalidade por todas as causas, amputação de membro inferior, eventos adversos, distância percorrida, gravidade clínica, permeabilidade secundária do vaso ou enxerto e qualidade de vida. Avaliaremos esses resultados de acordo com as cinco considerações GRADE para avaliar a certeza do corpo de evidências para esses resultados e tirar conclusões sobre a certeza das evidências na revisão.
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RESUMEN La Enfermedad Arterial Periférica (EAP) se caracteriza por la oclusión progresiva de las arterias de las extremidades inferiores, afectando a gran parte de la población mundial. Se conoce que los factores de riesgo más reconocidos de la enfermedad y el estilo de vida pueden producir cambios epigenéticos que influyen en el desarrollo de la EAP. Por lo anterior; el propósito de este estudio, fue evidenciar la relación entre la epigenética y el estilo de vida, asociado a la EAP a partir de una revisión. La búsqueda se realizó en las bases de datos de PubMed, Cochrane, Science Direct y Google Scholar; eligiendo solo artículos en espanol e inglés publicados en los últimos I0 anos. Se encontró que aquellas personas con comportamientos saludables como realizar actividad física, buena alimentación y dejar de fumar, inducen cambios epigenéticos como la expresión de miARN, metilación del ADN y modificación de histonas, procesos implicados en el desarrollo y progresión de la EAP. La epigenética vislumbra la necesidad de nuevas estrategias que conduzcan a la prevención, tratamiento y autocuidado de los comportamientos saludables para mejorar la calidad de vida de las personas y reducir la carga por esta enfermedad.
ABSTRACT Peripheral Arterial Disease (PAD) is characterized by the progressive occlusion of the arteries of the lower extremities, affecting a large part of the world population. It is known that the most recognized risk factors for disease and lifestyle can produce epigenetic changes that influence the development of PAD. Therefore, the purpose of this study was to demonstrate the relationship between epigenetics and lifestyle, associated with PAD, based on a review. The search was carried out in the databases of PubMed, Cochrane, Science Direct, and Google Scholar, choosing only articles in Spanish and English published in the last I0 years. It was found that those people with healthy behaviors such as physical activity good nutrition, and quitting smoking, induce epigenetic changes such as miRNA expression and DNA methylation and histone modification, processes involved in the development and progression of PAD. Epigenetics envisions the need for new strategies that lead to the prevention, treatment, and self-care of healthy behaviors to improve people's quality of life and reduce the burden of this disease.
RESUMO A Doença Arterial Periférica (DAP) é caracterizada pela oclusão progressiva das artérias das extremidades inferiores, afectando uma grande proporção da população mundial. Sabe-se que os factores de risco mais reconhecidos para a doença e estilo de vida podem levar a mudanças epigenéticas que influenciam o desenvolvimento do DAP. Portanto, o objectivo deste estudo era demonstrar a relação entre epigenética e estilo de vida associado ao DAP, com base numa revisão. A pesquisa foi realizada nas bases de dados da PubMed, Cochrane, Science Direct e Google Scholar, escolhendo apenas artigos em espanhol e inglês publicados nos últimos 10 anos. Verificámos que pessoas com comportamentos saudáveis tais como actividade física, boa nutrição e cessação do tabagismo induzem alterações epigenéticas tais como expressão do miRNA, metilação do ADN e modificação do historial, processos envolvidos no desenvolvimento e progressão do DAP. A epigenética prevê a necessidade de novas estratégias que conduzam à prevenção, tratamento e autocuidado de comportamentos saudáveis para melhorar a qualidade de vida das pessoas e reduzir o peso desta doença.
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Objective: To analyze the longitudinal association between mental health and sleep quality in peripheral artery disease (PAD) patients in two periods of the COVID-19 pandemic. Methods: In this longitudinal study, 99 PAD patients were evaluated in two years of COVID-19 pandemic (2020 and 2021). Patients were interviewed by telephone call, and information regarding mental health (anxiety, unhappiness, stress and depression) and sleep quality (sleep change, difficulty to sleep and sleep improvement) were obtained. Patients were divided into: no symptoms (patients that reported no mental health symptoms, n=31, 68.2±9.4 y.o.) and one or more symptoms (patients with at least one mental health symptom, n=68, 68.1±9.4 y.o.). Results: In 2020, mental health symptoms were associated with sleep change (OR=5.018; p=0.020), difficulty to sleep (OR=12.250; p=0.003) and sleep improvement (OR=0.104; p=0.003). In 2021, mental health was associated only with sleep change (OR=3.522; p=0.035). Conclusion: The impact of mental health symptoms on sleep quality of PAD patients was attenuated along the coronavirus pandemic.
Objetivo: Analisar a associação longitudinal entre saúde mental e qualidade do sono em pacientes com doença arterial periférica (DAP) em dois períodos da pandemia de COVID-19. Métodos: Neste estudo longitudinal, 99 pacientes com DAP foram avaliados em dois anos de pandemia de COVID-19 (2020 e 2021). Os pacientes foram entrevistados por telefone, obtendo-se informações sobre saúde mental (ansiedade, infelicidade, estresse e depressão) e qualidade do sono (alteração do sono, dificuldade para dormir e melhora do sono). Os pacientes foram divididos em: sem sintomas (pacientes que não relataram sintomas de saúde mental, n=31, 68,2±9,4 anos) e um ou mais sintomas (com pelo menos um sintoma de saúde mental, n=68, 68,1±9,4 anos). Resultados: Em 2020, os sintomas de saúde mental foram associados à alteração do sono (OR=5,018; p=0,020), dificuldade para dormir (OR=12,250; p=0,003) e melhora do sono (OR=0,104; p=0,003). Em 2021, a saúde mental esteve associada apenas à alteração do sono (OR=3,522; p=0,035). Conclusão: O impacto dos sintomas de saúde mental na qualidade do sono de pacientes com DAP foi atenuado durante a pandemia de coronavírus.
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Resumo Fundamento: Estudos transversais anteriores demonstraram que a atividade física está associada a menor risco cardiovascular em pacientes com doença arterial periférica (DAP). No entanto, não é possível estabelecer causalidade e estudos com desenho longitudinal são necessários. Objetivo: Analisar as alterações nos parâmetros de risco cardiovascular e níveis de atividade física após 2 anos de acompanhamento em pacientes com DAP sintomática. Métodos: O presente estudo teve início em 2015. Na primeira fase, foram incluídos 268 pacientes. Na segunda fase, após 2 anos (mediana = 26 meses), foram reavaliados 72 pacientes. Parâmetros de risco cardiovascular, como pressão arterial, modulação autonômica cardíaca e rigidez arterial, e níveis de atividade física foram medidos na linha de base e após 2 anos de acompanhamento. A associação entre as alterações delta (valores após 2 anos - valores da linha de base) na atividade física e nos parâmetros cardiovasculares foi analisada por meio de regressão linear múltipla. O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05 com DAP. Resultados: Pacientes reduziram seus níveis totais de atividade física em comparação com a linha de base (linha de base = 2.257,6 ± 774,5 versus acompanhamento = 2.041 ± 676,2 min/semana, p = 0,001). Após o acompanhamento, o índice tornozelo-braquial (0,62 ± 0,20 versus 0,54 ± 0,20, p = 0,003) e o desvio padrão de todos os intervalos RR (43,4 ± 27,0 versus 25,1 ± 13,4 ms, p < 0,001) foram menores, enquanto a velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral foi maior (9,0 ± 3,0 versus 10,7 ± 3,4 m/s, p = 0,002) em relação aos valores basais. Não observamos associação entre os valores delta dos níveis de atividade física e os parâmetros de risco cardiovascular. Conclusão: Pacientes com DAP tiveram níveis reduzidos de atividade física e comprometimento em relação aos parâmetros de risco cardiovascular após 2 anos de acompanhamento.
Background: Previous cross-sectional studies have demonstrated that physical activity is associated with lower cardiovascular risk in patients with peripheral artery disease (PAD). However, it is not possible to establish causality, and longitudinal design studies are required. Objective: To analyze the changes in cardiovascular risk parameters and physical activity levels after a 2-year follow-up in patients with symptomatic PAD. Methods: This study started in 2015. In the first phase, 268 patients were included. In the second phase, after 2 years (median = 26 months), 72 patients were re-evaluated. Cardiovascular risk parameters, such as blood pressure, cardiac autonomic modulation, and arterial stiffness, and physical activity levels were measured at baseline and after 2 years of follow-up. Association among delta changes (values from follow-up - baseline) in physical activity and cardiovascular parameters were analyzed by multiple linear regression. The significance level was set at p < 0.05. Results: Patients reduced their total physical activity levels compared to baseline (baseline = 2257.6 ± 774.5 versus follow-up = 2041 ± 676.2 min/week, p = 0.001). After follow-up, ankle-brachial index (0.62 ± 0.20 versus 0.54 ± 0.20, p = 0.003), and standard deviation of all RR intervals (43.4 ± 27.0 versus 25.1 ± 13.4 ms, p < 0.001) were lower, whereas carotid-femoral pulse wave velocity was higher (9.0 ± 3.0 versus 10.7 ± 3.4 m/s, p = 0.002) compared to baseline values. We did not observe any association among delta values of physical activity levels and cardiovascular risk parameters. Conclusion: Patients with PAD had reduced physical activity levels and impaired cardiovascular risk parameters during 2-year follow-up.
RESUMEN
Abstract Background Fractures in stents implanted in the superficial femoral artery (SFA) are recognized complications of endovascular management of this arterial territory. Objectives The objective of this study was to determine the prevalence of fractures in stents implanted in the SFA and to identify predisposing factors for these fractures together with their impact on the patency of these devices. Methods The study included 39 patients (65.7±9.0 years) who previously underwent angioplasty for delivery of 56 stents into the SFA. During follow-up, which ranged from 7 to 46 months, variables were collected on the characteristics of the lesions treated and characteristics of the stents implanted. Two examiners independently analyzed digital radiographs for the presence of stent fractures and the patency of the devices. Results We found a 10.7% prevalence of fracture of implanted stents. Implantation of multiple stents was identified as a significant predisposing factor for fractures. We observed a marked tendency for fractures in female patients and in lesions treated with longer stents (> 150 mm). Stenosis exceeding 50% and occlusions were significantly more frequent in fractured stents. Conclusions This study suggests that implants longer than 150 mm and multiple stents are associated with higher device fracture rates. In cases with stent fractures, stenoses exceeding 50% and occlusions were significantly more frequent.
Resumo Contexto As fraturas de stents implantados na artéria femoral superficial (AFS) são uma complicação reconhecida pós-tratamento endovascular desse território arterial. Objetivos Este estudo objetivou determinar a presença de fraturas nos stents implantados na AFS e identificar fatores predisponentes para essas fraturas, juntamente com o impacto na perviedade desses dispositivos. Métodos Foram incluídos 39 pacientes (65,7±9,0 anos) previamente submetidos à angioplastia para colocação de 56 stents na AFS. Durante o seguimento, que variou de 7 a 46 meses, foram coletadas variáveis referentes às características das lesões tratadas e às características dos stents implantados. Dois examinadores analisaram radiografias digitais para verificar a presença de fraturas de stent e a perviedade dos dispositivos independentemente. Resultados Foi encontrada uma prevalência de 10,7% de fratura nos stents implantados. O implante de múltiplos stents foi identificado como fator predisponente significativo para fraturas. Foi observada uma tendência acentuada de fraturas em pacientes do sexo feminino e em lesões tratadas com stents mais longos (> 150 mm). As estenoses acima de 50% e as oclusões foram significativamente mais frequentes em stents fraturados. Conclusões Este estudo sugere que implantes de múltiplos stents ou de stents com extensão maior que 150 mm estão associados a maiores taxas de fraturas do dispositivo. No caso de fraturas de stents, as estenoses mais significativas que 50% e as oclusões foram consideravelmente mais frequentes.
RESUMEN
Introdução: Os fatores associados ao comprometimento da qualidade de vida em pacientes com isquemia crônica ameaçadora ao membro não estão bem estabelecidos. Objetivo: Verificar se existe associação entre a qualidade de vida e os índices de rigidez arterial, velocidade de onda de pulso (VOP) e o índice de aumentação normalizado para a frequência cardíaca de 75 bpm (AIx@75). Métodos: Trata-se de um estudo transversal, observacional, com a participação de 17 pacientes (65,65 ±11,79 anos) com isquemia crônica ameaçadora ao membro definida pela classificação de Rutherford 4, 5 e 6, e com o índice tornozelo-braço (ITB) < 0,80. A avaliação dos parâmetros vasculares e os índices de rigidez arterial foram realizadas com o aparelho Mobil-O-Graph ® que gera a onda de pulso aórtica a partir da oscilometria da artéria braquial. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário Vascular quality of life questionaire (VascuQoL-6), versão curta, desenvolvido especificamente para avaliar pacientes com comprometimento circulatório, arterial ou venoso. Resultados: Os valores do ITB e do escore de qualidade de vida foram 0,48 ± 0,14 e 15,88 ± 1,03; respectivamente. Dos 17 pacientes, 12 apresentavam hipertensão arterial sistólica e dezesseis apresentaram a VOP maior que 10 m/s. Não foram observadas correlações entre o escore de qualidade de vida com o AIx@75 (p=0,54 e r=0,16), a VOP (p=0,332 e r=0,248) e o ITB (p=0,707 e r=0,098). Conclusão: O presente estudo demonstrou que pacientes com isquemia crônica ameaçadora ao membro apresentam comprometimento importante da qualidade de vida sem associação com os índices de rigidez arterial e ITB.
Introduction: The factors associated with impaired quality of life in patients with chronic limb-threatening ischemia are not well established. Objective: Check whether there is an association between quality of life and arterial stiffness indexes, pulse wave velocity (PWV) and the augmentation index corrected to 75 beats per minute heart rate (AIx@75). Methods: This is a cross-sectional, observational study, with the participation of 17 patients (65.65 ± 11.79 years) with chronic limb-threatening ischemia defined by the Rutherford classification 4, 5 and 6, and with the ankle-arm index (ABI) < 0.80. The evaluation of vascular parameters and arterial stiffness indeces was performed with the MobilO-Graph ® device that generates the aortic pulse wave from the brachial artery oscillometry. Quality of life was assessed using the questionnaire Vascular quality of life questionaire (VascuQoL-6), short version, developed specifically to evaluate patients with circulatory, arterial or venous involvement. Results: The values of the ITB and the quality of life score were 0.48 ± 0.14 and 15.88 ± 1.03; respectively. Of the 17 patients, 12 had systolic arterial hypertension and sixteen had PWV greater than 10 m / s. No correlations were observed between the quality of life score with AIx @ 75 (p = 0.54 and r = 0.16), PWV (p = 0.332 and r = 0.248) and ABI (p = 0.707 and r = 0.098). Conclusion: The present study demonstrated that patients with chronic limb-threatening ischemia present significant impairment of quality of life without association with arterial stiffness and ABI.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Persona de Mediana Edad , Anciano , Anciano de 80 o más Años , Enfermedad Arterial Periférica , Rigidez Vascular , Calidad de Vida , Análisis de la Onda del PulsoRESUMEN
doença arterial periférica (DAP) desponta atualmente como a terceira maior causa de morbidade cardiovascular por doença aterosclerótica no mundo, havendo nítida associação com a doença arterial coronária (DAC) e o acidente vascular encefálico (AVE). Sendo muitas vezes a primeira manifestação da aterosclerose sistêmica, seu correto diagnóstico pode levar à reestratificação de risco cardiovascular (RCV), principalmente em pacientes assintomáticos do ponto de vista cardiológico. Surge assim o índice tornozelo-braquial (ITB), padrão-ouro para o diagnóstico não-invasivo de DAP, como exame complementar de fácil acesso, baixo custo, passível de ser realizado ambulatorialmente e com resultado objetivo e de fácil interpretação, tornando-se um método acessível para avaliação da aterosclerose sistêmica. Diversos estudos amparam seu uso como complementação ao Escore de Risco de Framingham, aumentando a acurácia do mesmo e permitindo a reestratificação de pacientes, auxiliando assim na decisão clínica do tratamento a ser instituído, ou mesmo como fator de RCV isolado.
Peripheral arterial disease (PAD) is currently the third leading cause of cardiovascular morbidity from atherosclerotic disease in the world, with a clear association with coronary artery disease (CAD) and stroke. As it is often the first manifestation of systemic atherosclerosis, its correct diagnosis can lead to cardiovascular risk (CVR) restratification, especially in asymptomatic cardiac patients. Thus, the ankle-brachial index (ABI), the gold standard for the non-invasive diagnosis of PAD, appears as a complementary exam that is easily accessible, low cost, capable of being performed in an outpatient clinic and with an objective and easy-to-interpret result, being an accessible method for assessing systemic atherosclerosis. Several studies support its use as a complement to the Framingham Risk Score, increasing its accuracy and allowing the restratification of patients, thus assisting in the clinical decision of the treatment to be instituted, or even as an isolated CVR.
Asunto(s)
Humanos , Índice Tobillo Braquial , Enfermedad Arterial Periférica/diagnóstico , Enfermedad Arterial Periférica/prevención & control , Factores de Riesgo de Enfermedad CardiacaRESUMEN
Resumo Fundamento: Embora a caminhada máxima e submáxima sejam recomendadas para pacientes com doença arterial periférica (DAP), a realização desses exercícios pode induzir diferentes respostas fisiológicas. Objetivos: Comparar os efeitos agudos de caminhada máxima e submáxima na função cardiovascular, a regulação e os processos fisiopatológicos associados pós-exercício em pacientes com DAP sintomática. Métodos: Trinta pacientes do sexo masculino foram submetidos a 2 sessões: caminhada máxima (protocolo de Gardner) e caminhada submáxima (15 períodos de 2 minutos de caminhada separados por 2 minutos de repouso ereto). Em cada sessão, foram medidos a pressão arterial (PA), a frequência cardíaca (FC), a modulação autonômica cardíaca (variabilidade da FC), os fluxos sanguíneos (FS) do antebraço e da panturrilha, a capacidade vasodilatadora (hiperemia reativa), o óxido nítrico (ON), o estresse oxidativo (a peroxidação lipídica) e a inflamação (quatro marcadores), pré e pós-caminhada. ANOVAs foram empregadas e p < 0,05 foi considerado significativo. Resultados: A PA sistólica e a PA média diminuíram após a sessão submáxima, mas aumentaram após a sessão máxima (interações, p < 0,001 para ambas). A PA diastólica não foi alterada após a sessão submáxima (p > 0,05), mas aumentou após a caminhada máxima (interação, p < 0,001). A FC, o equilíbrio simpatovagal e os FS aumentaram de forma semelhante após as duas sessões (momento, p < 0,001, p = 0,04 e p < 0,001, respectivamente), enquanto a capacidade vasodilatadora, o ON e o estresse oxidativo permaneceram inalterados (p > 0,05). As moléculas de adesão vascular e intercelular aumentaram de forma semelhante após as sessões de caminhada máxima e submáxima (momento, p = 0,001). Conclusões: Nos pacientes com a DAP sintomática, a caminhada submáxima, mas não a máxima, reduziu a PA pós-exercício, enquanto a caminhada máxima manteve a sobrecarga cardíaca elevada durante o período de recuperação. Por outro lado, as sessões de caminhada máxima e submáxima aumentaram a FC, o equilíbrio simpatovagal cardíaco e a inflamação pós-exercício de forma semelhante, enquanto não alteraram a biodisponibilidade de ON e o estresse oxidativo pós-exercício.
Abstract Background: Although maximal and submaximal walking are recommended for patients with peripheral artery disease (PAD), performing these exercises may induce different physiological responses. Objectives: To compare the acute effects of maximal and submaximal walking on post-exercise cardiovascular function, regulation, and associated pathophysiological processes in patients with symptomatic PAD. Methods: Thirty male patients underwent 2 sessions: maximal walking (Gardner's protocol) and submaximal walking (15 bouts of 2 minutes of walking separated by 2 minutes of upright rest). In each session, blood pressure (BP), heart rate (HR), cardiac autonomic modulation (HR variability), forearm and calf blood flows (BF), vasodilatory capacity (reactive hyperemia), nitric oxide (NO), oxidative stress (lipid peroxidation), and inflammation (four markers) were measured pre- and post-walking. ANOVAs were employed, and p < 0.05 was considered significant. Results: Systolic and mean BP decreased after the submaximal session, but they increased after the maximal session (interactions, p < 0.001 for both). Diastolic BP did not change after the submaximal session (p > 0.05), and it increased after maximal walking (interaction, p < 0.001). HR, sympathovagal balance, and BF increased similarly after both sessions (moment, p < 0.001, p = 0.04, and p < 0.001, respectively), while vasodilatory capacity, NO, and oxidative stress remained unchanged (p > 0.05). Vascular and intercellular adhesion molecules increased similarly after both maximal and submaximal walking sessions (moment, p = 0.001). Conclusions: In patients with symptomatic PAD, submaximal, but not maximal walking reduced post-exercise BP, while maximal walking maintained elevated cardiac overload during the recovery period. On the other hand, maximal and submaximal walking sessions similarly increased post-exercise HR, cardiac sympathovagal balance, and inflammation, while they did not change post-exercise NO bioavailability and oxidative stress.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Caminata , Enfermedad Arterial Periférica , Presión Sanguínea , Prueba de Esfuerzo , Frecuencia Cardíaca , Claudicación IntermitenteRESUMEN
A embolia paradoxal é a transposição de um trombo originário da circulação sistêmica venosa para a arterial através de um defeito cardíaco, mais comumente o forame oval pérvio (FOP). A manifestação mais comum é o acidente cerebrovascular. A oclusão arterial aguda (OAA) é rara, requer alta suspeição diagnóstica e corresponde a menos de 2% de todos casos de embolia arterial. O tromboembolismo pulmonar (TEP) é a causa mais comum de elevação temporária do shunt direita-esquerda em pacientes com FOP e ocorre em pelo menos 60% dos casos de embolia paradoxal. Em 2019, um homem de 27 anos, sem fator para hipercoagulabilidade, deu entrada no Hospital Universitário do ABC, com quadro de OAA grau I Rutherford em membros inferiores secundária a tromboembolismo através de FOP prévio não diagnosticado, associado a trombose venosa profunda de membro inferior direito e TEP bilateral. O manejo incluiu anticoagulação plena e encaminhamento para cirurgia cardíaca.