RESUMEN
Introdução: O teste de provocação oral (TPO) com alimentos é o padrão ouro para avaliação diagnóstica e de aquisição de tolerância em pacientes com alergia alimentar (AA). Exige, no entanto, equipe especializada e local apropriado para execução, uma vez que reações alérgicas, incluindo anafilaxia, podem acontecer. Foi recém-incorporado como procedimento reconhecido pelo Sistema Único de Saúde e pela Agência Nacional de Saúde, mas apenas no contexto da alergia ao leite de vaca para pacientes com até 24 meses de vida. Pouco se sabe sobre sua disponibilidade/execução no território brasileiro. Objetivos: Explorar o perfil de realização de TPO com alimentos em âmbito nacional, bem como as limitações para a sua não realização. Métodos: Inquérito virtual foi disponibilizado por e-mail aos 2.500 sócios cadastrados na Associação Brasileira de Alergia e Imunologia questionando sobre a prática de TPO, formação do profissional, limitações para sua não realização e possíveis soluções para sua execução. Resultados: Foram obtidas 290 respostas (11,6% dos associados), sendo a maioria deles proveniente da Região Sudeste (56,1%). Realizam TPO 54,5% (158/290) dos associados, 62% destes mais de 5 TPOs/mês, principalmente para leite e ovo. A execução de TPO na atualidade, majoritariamente na rede privada, esteve associada à prática do procedimento durante a especialização. Falta de recurso e ambiente apropriados são as maiores limitações para a não realização do TPO. Conclusões: Apesar do viés de seleção inerente à metodologia empregada do estudo, este inquérito pioneiro em território nacional tem importância por esclarecer e discutir a realização do TPO no âmbito do Brasil. Certamente este procedimento ainda é insuficientemente realizado no Brasil.
Background: Oral food challenge (OFC), the gold standard for diagnosing food allergy and determining tolerance levels, requires specialized staff and appropriate conditions since anaphylaxis may occur. In 2022, OFC was officially recognized in Brazilian public and private health systems, although only for milk allergy in children up to 24 months of age. Little is known about OFC practices in Brazil. Objectives: To explore OFC practices, barriers, and solutions among Brazilian allergists and immunologists. Methods: A survey was e-mailed to 2500 associates of the Brazilian Association of Allergy and Immunology regarding OFC practices, training experiences, barriers to this procedure, and workable solutions. Results: A total of 290 associates responded (11.6%), more than a half of whom (56.15) practiced in the southeast region: 158 (54.5%) reported performing OFC, of whom 62% performed > 5 procedures each month, mostly for cow milk and hen egg. OFCs were mostly performed in private practice and were associated with specialized training. Lack of an appropriate setting was seen as the main barrier to performing the procedure. Conclusions: Although this study's methodology involves intrinsic biases, this is the first exploration of OFC practice in Brazil. OFCs are still underperformed nationwide.
Asunto(s)
Humanos , Sociedades Médicas , Brasil , Técnicas y Procedimientos DiagnósticosRESUMEN
BACKGROUND: IPEX syndrome is an X-linked inborn error of immunity clinically characterized by the triad of: enteropathy, polyendocrinopathy and eczema. However many other clinical presentations lacking the triad above described have been reported what underpin the need of careful clinical suspicion, immunological evaluation and genetic sequencing. CASE PRESENTATION: Here we report a case of a Brazilian boy with severe eczema as the first and only presentation requiring cyclosporin therapy. Progressive and cumulative symptoms of arthritis and enteropathy lead to the suspicion of an inborn error of immunity. Peripheral FOXP3 expression was normal (CD127-/CD4+/CD25+/FOXP3+-396 cells-63%) and a pathogenic mutation in FOXP3 gene (c.1150G>A; p.Ala384Thr), confirmed the diagnosis of IPEX syndrome. CONCLUSIONS: IPEX syndrome should be suspected in patients presenting with severe eczema associated or not with other autoimmune/hyper inflammatory diseases in life. Our study also reinforces that FOXP3 expression by flowcytometry seems not to be a good screening method, and genetic sequencing is mandatory even in those with high suspicion and normal peripheral FOXP3 expression.
RESUMEN
Objetivo: A incidência das doenças alérgicas cresceu nas últimas décadas. Na tentativa de conter o aumento da alergia alimentar (AA) ao longo dos anos, estratégias de prevenção vêm sendo implementadas. Para promover um melhor entendimento dos dilemas que permeiam a introdução alimentar no primeiro ano de vida, esse artigo trata de uma revisão bibliográfica narrativa sobre a introdução dos alimentos complementares no primeiro ano de vida e possíveis associações com a prevenção primária da alergia alimentar. Fonte dos dados: Publicações relevantes foram pesquisadas nas bases de dados Cochrane Library, MEDLINE, PubMed, Guidelines International Network, National Guidelines Clearinghouse e revisadas recomendações do guia e do consenso nacional de alergia alimentar. Resultados: Estudos observacionais diversos e ensaios clínicos randomizados estão disponíveis, bem como recomendações publicadas por organizações científicas; no entanto, de qualidade variável. Foram consideradas as recomendações de diretrizes de prática clínica classificadas como de alta qualidade e publicações recentes ainda não categorizadas de forma sistemática em sua qualidade, mas internacionalmente reconhecidas como relevantes para a atenção primária. Conclusão: Até o momento, não há evidências consistentes de que a introdução precoce, antes dos 6 meses, dos alimentos alergênicos, contribua para a prevenção de alergia a alimentos na população geral.
Objective: The incidence of allergic diseases has increased in recent decades. In an attempt to contain the increase in food allergy (AA) over the years, prevention strategies have been implemented. To promote a better understanding of the dilemmas that permeate the introduction of food in the first year of life, this article deals with a narrative literature review on the introduction of complementary foods in the first year of life and possible associations with the primary prevention of food allergy. Data source: Relevant publications were searched in the Cochrane Library, MEDLINE, PubMed, Guidelines International Network, National Guidelines Clearinghouse, and revised recommendations from the national food allergy guide and consensus. Results: Several observational studies and randomized controlled trials are available, as well as recommendations. published by scientific organizations; however, of variable quality. Recommendations from clinical practice guidelines classified as high quality and recent publications not yet systematically categorized in their quality, but internationally recognized as relevant to primary care, were considered. Conclusion: To date, there is no consistent evidence that the early introduction, before 6 months, of allergenic foods contributes to the prevention of food allergy in the general population.
Asunto(s)
Humanos , Recién Nacido , Lactante , Hipersensibilidad a los Alimentos , Alimentos Infantiles , Atención Primaria de Salud , Prevención Primaria , Sociedades Médicas , Ensayos Clínicos Controlados Aleatorios como Asunto , Incidencia , MEDLINE , Estrategias de Salud , Guías como Asunto , PubMed , Álcalis , Alergia e Inmunología , Alimentos , HipersensibilidadRESUMEN
Coronavirus disease 2019 (CoViD-19), with the fatality rate in elder (60 years old or more) being much higher than young (60 years old or less) patients, was declared a pandemic by the World Health Organization on March 11, 2020. A mathematical model considering young and elder subpopulations under different fatality rates was formulated based on the natural history of CoViD-19 to study the transmission of the severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2). The model considered susceptible, exposed, asymptomatic, pre-symptomatic, mild CoViD-19, severe CoViD-19, and recovered compartments, besides compartments of isolated individuals and those who were caught by test. This model was applied to study the epidemiological scenario resulting from the adoption of quarantine (isolation or lockdown) in many countries to control the rapid propagation of CoViD-19. We chose as examples the isolation adopted in São Paulo State (Brazil) in the early phase but not at the beginning of the epidemic, and the lockdown implemented in Spain when the number of severe CoViD-19 cases was increasing rapidly. Based on the data collected from São Paulo State and Spain, the model parameters were evaluated, and we obtained a higher estimation for the basic reproduction number R0 (9.24 for São Paulo State, and 8 for Spain) compared to the currently accepted estimation of R0 around 2 using the SEIR (susceptible, exposed, infectious, and recovered compartments) model. In comparison with the lockdown in Spain, the relatively early adoption of the isolation in São Paulo State resulted in enlarging the period of the first wave of the epidemic and delaying its peak. The model allowed to explain the flattening of the epidemic curves by quarantine when associated with the protective measures (face mask, washing hands with alcohol and gel, and social distancing) adopted by the population. The description of the epidemic under quarantine and protections can be a background to foreseen the epidemiological scenarios from the release strategies, which can help guide public health policies by decision-makers.
Asunto(s)
Número Básico de Reproducción/estadística & datos numéricos , Control de Enfermedades Transmisibles/normas , Modelos Estadísticos , Pandemias/prevención & control , Cuarentena/normas , Factores de Edad , Anciano , Anciano de 80 o más Años , Brasil/epidemiología , Toma de Decisiones en la Organización , Desinfección de las Manos/normas , Humanos , Esperanza de Vida , Máscaras/normas , Máscaras/estadística & datos numéricos , Persona de Mediana Edad , Pandemias/estadística & datos numéricos , Distanciamiento Físico , Política Pública , Cuarentena/estadística & datos numéricos , SARS-CoV-2/patogenicidad , España/epidemiologíaRESUMEN
Paciente do sexo masculino, com 24 anos, portador de dermatite atópica desde o primeiro ano de vida. Começou a evoluir com forma grave da dermatite atópica aos 17 anos, e devido à refratariedade clínica ao tratamento convencional tópico, foi encaminhado para serviço de referência. Após otimizar os cuidados com uso de emolientes, corticoides tópicos e cursos de antibioticoterapia, manteve persistência de eczema generalizado, com SCORAD oscilando entre 40 e 50 no período de 4 meses. Dessa forma, optou-se por terapia sistêmica, sendo iniciado o uso de ciclosporina oral na dose de 200 mg. A resposta terapêutica com a ciclosporina foi percebida após 4 semanas, sendo refletida na redução do escore de gravidade (SCORAD=10). Durante o seguimento, além da melhora clínica, eram monitorados potenciais eventos adversos. O paciente fez uso da ciclosporina durante 5 anos sem apresentar eventos adversos, com necessidade de aumento de dose para 300 mg/dia dois anos após início da medicação. Porém, neste quinto ano de uso da ciclosporina, o paciente apresentou hipertrofia gengival importante. Assim, optou-se por reduzir a dose de ciclosporina de 300 para 200 mg/dia. Nenhum outro sinal ou sintoma foi observado, e os exames laboratoriais também não mostraram qualquer toxicidade. O paciente se mostrou resistente à redução da medicação, pois o temor de piora das lesões de pele o aflige muito. Orientamos sobre a necessidade de melhorar a higiene bucal de forma disciplinada, e agendamos reavaliação clínica mensal. Além disso, foi encaminhado para avaliação odontológica.
A 24-year-old man had atopic dermatitis since the first year of life. He first developed a severe form of atopic dermatitis at the age of 17, and because of clinical refractoriness to conventional topical treatment, he was referred to an excellence center. After care was optimized with emollients, topical corticosteroids and courses of antibiotic therapy, generalized eczema persisted, with Scoring Atopic Dermatitis (SCORAD) score oscillating between 40 and 50 in a period of 4 months. Thus, systemic therapy was chosen, with use of oral cyclosporine at a dose of 200 mg. Therapeutic response with cyclosporine was observed after 4 weeks, with a reduction in the severity score (SCORAD = 10). During followup, in addition to clinical improvement, potential adverse events were monitored. The patient used cyclosporine for 5 years with no adverse events, requiring a dose increase to 300 mg 2 years after initiating the medication. However, in the 5th year of cyclosporine use, the patient had significant gingival hyperplasia. Thus, we decided to reduce the dose of cyclosporine from 300 to 200 mg. No other signs or symptoms were observed and laboratory tests also showed no toxicity. The patient was resistant to reducing the medication, as he feared the skin lesions would aggravate. We advised him on the need to improve oral hygiene in a disciplined manner and scheduled a monthly clinical reevaluation. In addition, he was referred to dental evaluation.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Adulto Joven , Ciclosporina , Dermatitis Atópica , Hipertrofia Gingival , Higiene Bucal , Pacientes , Signos y Síntomas , Terapéutica , Efectos Colaterales y Reacciones Adversas Relacionados con Medicamentos , Eccema , Dosificación , AntibacterianosRESUMEN
Introdução: A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele, multifatorial, crônica e recorrente, caracterizada por lesões eczematosas e prurido intenso. Nos casos graves refratários aos tratamentos tópicos, tem se utilizado imunossupressão sistêmica para o controle da doença, sendo a ciclosporina considerada por muitos como terapia de escolha. Este estudo visa avaliar a incidência e gravidade dos eventos adversos relacionados ao uso de ciclosporina em pacientes com DA grave. Métodos: Estudo retrospectivo observacional com análise de prontuários de pacientes com dermatite atópica grave em uso de ciclosporina atendidos em hospital terciário no período de 3 anos. Resultados: Avaliados 80 pacientes com dermatite atópica grave usando ciclosporina, com média de idade de 25,5 anos e 41 do sexo feminino (51,3%). Foram relatados eventos adversos em 25 pacientes. O tempo médio de uso de ciclosporina no grupo com eventos adversos foi de 29,3 meses. Os eventos de maior gravidade foram alteração da função renal e hipertensão, sendo mais observados nos casos de doença mais refratária, quando o uso de ciclosporina foi muito prolongado, superior a 60 meses. As reações evidenciadas foram: hipertensão arterial 40%, alteração renal 20%, náuseas/vômitos 16%, cefaleia 12%, herpes de repetição 12% e outros 4%. Os eventos adversos normalizaram após suspensão da ciclosporina. Conclusão: Pacientes com dermatite atópica grave que usaram ciclosporina por tempo prolongado tiveram maior frequência de eventos adversos potencialmente graves. Todos os efeitos adversos normalizaram após a suspensão de medicação.
Rationale: Atopic dermatitis (AD) is an inflammatory, multifactorial, chronic, recurrent skin disease characterized by eczematous lesions and intense itching. In severe cases refractory to topical treatments, systemic immunosuppression has been used to control the disease, and cyclosporine is largely considered firstline therapy. This study aims to assess the incidence and severity of adverse events related to the use of cyclosporine in patients with severe AD. Methods: This retrospective observational study analyzed medical records of patients with severe atopic dermatitis using cyclosporine treated at a tertiary hospital over a 3-year period. Results: Eighty patients with severe atopic dermatitis using cyclosporine were evaluated. Their mean age was 25.5 years, and 41 (51.3%) were female. Adverse events were reported in 25 patients. The mean duration of cyclosporine treatment in the group with adverse events was 29.3 months. The most serious events were changes in renal function and hypertension, which were most often observed in cases of more refractory disease, when the use of cyclosporine was very prolonged (over 60 months). The adverse reactions were hypertension (40%), renal changes (20%), nausea/vomiting (16%), headache (12%), recurrent herpes (12%) and others (4%). Adverse events were under control after cyclosporine was discontinued. Conclusion: Patients with severe atopic dermatitis who used cyclosporine for a long time had a higher frequency of potentially serious adverse events. All adverse effects were under control after discontinuation of medication.
Asunto(s)
Humanos , Ciclosporina , Ciclosporinas/efectos adversos , Dermatitis Atópica , Cefalea , Hipertensión , Náusea , Pacientes , Terapéutica , Estudios Retrospectivos , Terapia de Inmunosupresión , Efectos Colaterales y Reacciones Adversas Relacionados con MedicamentosRESUMEN
A hemorragia digestiva alta (HDA) é uma condição médica comum, que permanece com uma taxa de mortalidade aproximadamente de 10%. Doenças alérgicas habitualmente não configuram risco para HDA. Entretanto, o aumento recente de doenças alérgicas que afetam cronicamente o trato digestório poderia mudar esse cenário. Este artigo relata um caso de HDA após hematêmese provocada por impactação alimentar. Realizada endoscopia digestiva alta (EDA) e diagnosticada esofagite eosinofílica (EoE), que após tratamento adequado, apresentou melhora dos sintomas. A EoE é uma doença inflamatória crônica esofágica emergente, com aumento do número de casos diagnosticados ao redor do mundo. Atualmente, considera-se a causa mais prevalente de disfagia e impactação alimentar em crianças e adultos jovens. Os sintomas de EoE não são específicos para cada faixa etária, e podem variar desde sintomas mais leves, como sintomas de doença do refluxo gastroesofágico, até disfagia e impactação alimentar. Existe atraso no diagnóstico e tratamento, propiciando um aumento de complicações, cujo risco mais temido seria rotura do esôfago. Revisando a literatura até o presente relato, constatamos que a EoE nunca foi descrita como uma causa de HDA. Além da apresentação incomum da HDA levando ao diagnóstico de EoE, esse caso ressalta a importância do atendimento multidisciplinar e cooperação entre especialidades. Portanto, há necessidade de diagnóstico mais precoce e preciso, buscando ampliar o conhecimento para não negligenciar características específicas da disfagia, e evitar complicações com o tratamento adequado.
Upper gastrointestinal bleeding (UGIB) is a common medical condition whose mortality rate remains at about 10%. Allergic diseases are no usual risk for UGIB. However, the recent increase in allergic diseases that chronically affect the gastrointestinal tract could change this scenario. This article reports a case of UGIB after hematemesis caused by food impaction. Upper gastrointestinal endoscopy was performed and eosinophilic esophagitis (EoE) was diagnosed. EoE is an emerging chronic esophageal inflammatory disease with an increasing number of diagnosed cases around the world. Currently, it is considered the most prevalent cause of dysphagia and food impaction in children and young adults. EoE symptoms are not specific to each age group and may range from mild symptoms such as those of gastroesophageal reflux disease to dysphagia and food impaction. There is a delay in diagnosis and treatment that leads to increased complications, including esophageal rupture, the most feared risk. Our literature review showed that EoE had never been described as a cause of UGIB. In addition to the unusual presentation of UGIB leading to the diagnosis of EoE, this case highlights the importance of multidisciplinary care and cooperation between specialties. Therefore, there is a need for earlier and more accurate diagnosis, which would lead to expanded knowledge that could be used to not disregard specific characteristics of dysphagia and avoid complications with appropriate treatment.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto Joven , Endoscopía Gastrointestinal , Tracto Gastrointestinal , Esofagitis Eosinofílica , Esofagitis Eosinofílica/complicaciones , Hemorragia , Signos y Síntomas , Terapéutica , Reflujo Gastroesofágico , DiagnósticoRESUMEN
Introdução: Alergia alimentar é uma grande preocupação de saúde pública, pois afeta 3-5% dos adultos e 8% das crianças mundialmente. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a alergia alimentar mais comum em crianças. Reações alérgicas graves e fatais podem ocorrer em qualquer idade, e o tratamento consiste em remover o leite de vaca e seus derivados da dieta. A rotulagem adequada dos alimentos fornece informações sobre os ingredientes alergênicos. Objetivos: Avaliar a eficácia da dieta de eliminação em pacientes com APLV IgE-mediada e características dos sintomas após exposição acidental. Método: Estudo prospectivo com portadores de APLV IgE-mediada atendidos no Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do HC-FMUSP, sob dieta de restrição à proteína do leite de vaca. Os pacientes foram avaliados inicialmente através de entrevista oral e por contato telefônico, após 6 meses. Este estudo foi realizado antes que os atuais regulamentos brasileiros de rotulagem de alimentos entrassem em vigor. Resultados: Foram incluídos 23 pacientes. A idade média foi de 10,1 anos, e 14 (60,8%) eram do sexo masculino. Após 6 meses, 7 apresentaram reação alérgica após exposição acidental. Destes, 2 apresentaram reações graves após contato com baixos níveis de proteínas do leite. Os cuidadores de todos os pacientes confirmaram fazer leitura regular dos rótulos. No primeiro contato, 14 pacientes estavam sob restrição de alimentos com a informação "pode conter traços de leite" nos rótulos. Após 6 meses, apenas 7 ainda estavam mantendo esta restrição. Conclusão: Um grupo de pacientes permaneceu com dieta de restrição, inclusive a traços de leite, reiterando a importância da padronização e transparência em relação aos ingredientes alergênicos nos rótulos. Algumas reações ocorreram após a ingestão de alimentos derivados do leite, enfatizando a necessidade de reforço periódico da adesão à dieta de restrição e da prevenção em situações de risco, como festas e escola.
Introduction: Food allergy is a major public health concern, as it affects up to 3-5% of adults and 8% of children worldwide. Cow's milk protein allergy (CMPA) is the most common food allergy in young children. Severe and fatal allergic reactions may occur at any age, and treatment consists of removing cow's milk and its derivatives from the diet. Proper food labeling provides clear and accurate information about allergenic ingredients. Objectives: To evaluate the effectiveness of an elimination diet in IgE-mediated CMPA patients and features of symptoms after accidental exposure. Method: A prospective study with IgE-mediated CMPA patients treated at HC-FMUSP Clinical Immunology and Allergy Service, undergoing a cow's milk protein elimination diet. The patients were first evaluated through oral interview, then by telephone contact after 6 months. This study was conducted before current Brazilian food labeling regulations came into effect. Results: Twenty-three patients were enrolled. The mean age was 10.1 years, and 14 (60.8%) were male. After 6 months, 7 patients presented with allergic reaction after accidental exposure. Of those, 2 presented with severe reactions after exposure to low levels of milk protein. All patients' caregivers confirmed they read labels regularly. At the first contact, 14 patients were under restriction of foods which read "may contain traces of milk" on their label. After 6 months, 7 patients were still under such restriction. Conclusion: A group of patients still needed an elimination diet, including traces of milk, reinforcing the importance of standardization and transparency regarding allergenic ingredients in all labels. Some reactions occurred after intake of milk derivatives, emphasizing the need for periodic reinforcement of adherence to elimination diet and prevention in potentially risky situations, such as at parties and at school.
Asunto(s)
Humanos , Preescolar , Niño , Adolescente , Adulto , Alérgenos , Hipersensibilidad a la Leche , Dieta , Proteínas de la Leche , Pacientes , Signos y Síntomas , Terapéutica , Inmunoglobulina E , Salud Pública , Eficacia , Estudios Prospectivos , Leche , Ingestión de Alimentos , Alergia e Inmunología , Alimentos , Hipersensibilidad a los Alimentos , MétodosRESUMEN
A restauração da barreira cutânea é o primeiro passo para o controle da dermatite atópica (DA) em todas as suas formas. O tratamento da DA grave ou refratária em crianças apresenta alguns desafios, devido principalmente aos efeitos colaterais das drogas imunossupressoras. Como alternativa, as técnicas "Wet Wraps" e "Soak and Smear" são intervenções seguras e eficazes em casos em que a xerose é fator determinante de agravamento da doença. Relata-se o caso de um menino de 5 anos com DA grave (SCORAD = 54) não controlada, com prurido intenso e distúrbio do sono. Houve tratamento prévio com corticoide tópico e sistêmico, diversos emolientes, uso repetido de antibióticos tópicos e sistêmicos, e restrição de leite de vaca, sem resultado. As comorbidades incluíam rinite alérgica (sensibilizado para ovo, leite, epitélio de cão e ácaros) e transtorno do espectro autista. Foi realizado tratamento tópico com ácido fusídico e corticoide de média potência, além de otimização das técnicas de restauração de barreira cutânea. Após um mês, o paciente retornou com melhora quase completa das lesões, SCORAD de 17 (leve), referindo intensa melhora na qualidade de vida, com resolução do distúrbio do sono. Este caso demonstrou a efetividade das técnicas "Wet Wraps" e "Soak and Smear" em criança com DA grave. A boa adesão e a correta execução são fundamentais para o resultado, ressaltando a importância da atenção médica quanto à educação da equipe e dos pais sobre o tratamento. Essas técnicas são bem estudadas e podem ser realizadas como resgaste na DA grave, mesmo em crianças com alterações comportamentais, e, se adequadamente utilizadas, podem evitar a prescrição de imunossupressores.
Skin barrier repair is the first step to control all forms of atopic dermatitis (AD). Treatment of severe or refractory AD in children poses some challenges, mainly due to the side effects of immunosuppressive drugs. As an alternative treatment, "Wet Wraps" and "Soak and Smear" techniques are safe and effective interventions when xerosis is an aggravating factor of the disease. We report the case of a 5-year-old boy with severe AD (SCORAD = 54), showing severe pruritus and sleep disorder. Prior treatment involved topical and systemic corticosteroids, several emollients, repeated use of topical and systemic antibiotics, and restriction to cow's milk, without any positive result. Comorbidities included allergic rhinitis (sensitized to egg, milk, dog epithelium and mites) and autism spectrum disorder. Topical treatment with fusidic acid and medium-potency corticoid was performed, in addition to optimization of skin barrier repair techniques. After one month, the patient returned with clinical improvement, SCORAD of 17 (mild), reporting a strong improvement in quality of life and no sleep disorder. This case demonstrates the effectiveness of the "Wet Wraps" and "Soak and Smear" techniques when applied to children with severe AD. Good adherence and correct execution are fundamental to outcomes, stressing the importance of medical care in the education of team and parents about the treatment. These techniques are well studied and can be performed as rescue therapy in severe AD, even in children with behavioral disorders, and, if properly used, may avoid prescription of immunosuppressants.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Preescolar , Absorción Cutánea , Atención Médica , Dermatitis Atópica , Emolientes , Trastorno del Espectro Autista , Pacientes , Prurito , Calidad de Vida , Piel , Trastornos del Sueño-Vigilia , Terapéutica , Preparaciones Farmacéuticas , Corticoesteroides , Leche , Prescripciones , Ácido Fusídico , Métodos , Antibacterianos , ÁcarosRESUMEN
Nos últimos 30 anos tem havido um avanço notável na identificação, purificação e expressão recombinante de alérgenos relevantes das mais variadas fontes, incluindo ácaros, insetos, mamíferos, polens, alimentos, fungos, látex e outras fontes. Estes avanços resultaram na utilização crescente de alérgenos purificados, naturais ou recombinantes, para melhorar o diagnóstico de alergia pelos métodos que dispomos, incluindo os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata, e os métodos in vitro para medida de anticorpos IgE específicos, como ImmunoCAP, ImmunoCAP-ISAC, ELISA e MARIA. Mais recentemente, o uso de alérgenos recombinantes de pólen de bétula (rBet v 1) e de gramas (coquetel de 5 alérgenos) em imunoterapia foi relatado como seguro e eficaz, com resultados comparáveis aos obtidos usando extratos naturais, em pacientes com rinoconjuntivite alérgicos a polens. No presente artigo, apresentamos revisão atualizada do uso de alérgenos recombinantes em diagnóstico de alergia e em imunoterapia alérgeno-específica, incluindo novas estratégias de imunoterapia. Focalizamos na avaliação crítica de estudos que investigaram sensibilidade, especificidade, reatividade cruzada e valor prognóstico de métodos diagnósticos com uso de alérgenos recombinantes versus extratos naturais; nas recomendações atuais para o uso destes novos métodos na prática clínica; e na revisão de estudos clínicos com imunoterapia usando alérgenos recombinantes realizados até o momento.
Over the past 30 years, a great deal of progress has been made in the identification, purification,and recombinant expression of relevant allergens from various sources, including mites, insects,mammals, pollens, foods, fungi, latex, and other sources. These new developments have resultedin an increasing use of purified allergens, either natural or recombinant, to improve the diagnosisof allergy via the methods currently available, including skin tests and in vitro tests for measuringspecific IgE antibodies, e.g., ImmunoCAP, ImmunoCAP-ISAC, ELISA, and MARIA. More recently,the use of recombinant allergens from birch pollen (rBet v 1) and from grass pollen (a cocktailof five allergens) in immunotherapy has been reported to be safe and effective, with resultscomparable to those obtained with natural extracts in patients with rhino-conjunctivitis due topollen allergy. In the present article, we present an up-to-date review on the use of recombinantallergens in the diagnosis of allergy and in allergen-specific immunotherapy, including newstrategies for immunotherapy. We focus on the critical analysis of studies that have investigatedsensitivity, specificity, cross-reactivity, and the prognostic value of diagnostic methods that includerecombinant allergens versus natural extracts; on current recommendations for the use of thesenew methods in clinical practice; and on the review of clinical studies using immunotherapy withrecombinant allergens performed to date.
Asunto(s)
Humanos , Alérgenos , Desensibilización Inmunológica , Técnicas y Procedimientos Diagnósticos , Inmunoglobulina E , Ensayo de Inmunoadsorción Enzimática , Pacientes , Literatura de Revisión como AsuntoRESUMEN
SCOPE: Manioc (Manihot esculenta) is a tuber mainly consumed in the Southern Hemisphere and used worldwide by food and chemistry industry. We aimed to recombinantly produce and characterize the first manioc allergen and evaluate its IgE reactivity in sera of Brazilian and Italian patients. METHODS AND RESULTS: The molecule, termed Man e5, was expressed in E. coli, characterized by amino acid analysis, mass spectrometry, circular dichroism, HPLC, and dynamic light scattering. A tertiary structural model of the protein was produced using bioinformatics and susceptibility to pepsin digestion was analyzed in vitro. Based on its high content of charged residues, heat stability, flexibility and lack of secondary structure elements, the allergen was determined a member of the intrinsically disordered protein family. Brazilian patients were selected based on manioc allergy and Italians based on latex allergy and sensitization to Hev b 5.71% of Brazilians and 40% of Italians were in vitro IgE positive to Man e5. Cross-inhibition assays suggest a possible involvement of this allergen in the latex-fruit syndrome. CONCLUSION: Man e5, the first purified allergen from manioc demonstrates IgE cross-reactivity with Hev b 5. Data suggest Hev b 5 might act as primary sensitizer and could therefore lead to allergic manifestations upon manioc consumption without prior exposition.
Asunto(s)
Alérgenos/genética , Antígenos de Plantas/genética , Antígenos de Plantas/inmunología , Hipersensibilidad a los Alimentos/inmunología , Manihot/química , Proteínas de Plantas/inmunología , Adulto , Alérgenos/inmunología , Secuencia de Aminoácidos , Brasil , Dicroismo Circular , Clonación Molecular , Reacciones Cruzadas/inmunología , Femenino , Hipersensibilidad a los Alimentos/sangre , Hipersensibilidad a los Alimentos/diagnóstico , Humanos , Sueros Inmunes , Inmunoglobulina E/inmunología , Látex/inmunología , Hipersensibilidad al Látex/sangre , Hipersensibilidad al Látex/inmunología , Masculino , Manihot/inmunología , Persona de Mediana Edad , Modelos Moleculares , Datos de Secuencia Molecular , Proteínas de Plantas/química , Proteínas de Plantas/genética , Proteínas Recombinantes/genética , Proteínas Recombinantes/inmunologíaRESUMEN
BACKGROUND: Refractory gastroesophageal reflux disease (GERD) can be related to greater sensitization to foods. OBJECTIVE: To evaluate sensitization to foods in patients with refractory GERD. METHODS: Patients with refractory GERD after using at least 40 mg of a proton pump inhibitor were given a restriction diet based on the results of skin prick testing and atopy patch testing with foods. The characteristics of sensitized patients were compared with those of nonsensitized patients in relation to atopy and number of eosinophils in the esophageal mucosa. RESULTS: The prevalence of sensitization to foods was 27.7%. Asthmatic patients showed higher sensitization to foods (P = .008). Eosinophils were determined to be present in the esophageal mucosa in 15.8% of patients, and this correlated with greater sensitization to foods (P = .01). One case of eosinophilic esophagitis was confirmed. A diet excluding identified sensitizing foods led to clinical improvement regarding GERD symptoms (P = .004). CONCLUSION: The presence of eosinophils in esophageal mucosa associated with greater sensitization to foods and the response to a restriction diet in patients with positive test results suggest that refractory GERD can represent an initial stage of eosinophilic esophagitis.
Asunto(s)
Dietoterapia , Eosinófilos/metabolismo , Hipersensibilidad a los Alimentos/inmunología , Alimentos/efectos adversos , Reflujo Gastroesofágico/inmunología , Adulto , Esofagitis Eosinofílica , Eosinófilos/inmunología , Eosinófilos/patología , Esófago/patología , Femenino , Hipersensibilidad a los Alimentos/complicaciones , Hipersensibilidad a los Alimentos/epidemiología , Hipersensibilidad a los Alimentos/fisiopatología , Hipersensibilidad a los Alimentos/terapia , Reflujo Gastroesofágico/complicaciones , Reflujo Gastroesofágico/epidemiología , Reflujo Gastroesofágico/fisiopatología , Reflujo Gastroesofágico/terapia , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Membrana Mucosa/inmunología , Prevalencia , Inhibidores de la Bomba de Protones/uso terapéuticoRESUMEN
Objective: To report the first cases in our country of patients with latex allergy who developed anaphylaxis with urticaria and bronchospasm after eating maníoc, suggesting the presence of cross-reactivity between these allergens. Methods: Latex allergy was confirmed by assessing specific IgE through in vivo (prick tests) and in vitro (ImmunoCAP) tests. 5kin tests to aeroallergens, manioc and other foods were also conducted. Allergy to manioc was confirmed with oral challenge tests. ImmunoCAP inhibition assays were performed with extract of manioc and latex to assess cross reactivity. Results: 5kin tests to aeroallergens were negative. The skin prick tests with commerciallatex extracts were positive in both patients. Prick-to-prick with raw and cooked manioc was also positive. Both patients had positive skin tests for fresh papava and one of them for pineapple. Tests were negative for banana, kiwi and chestnut. Both had high serum specific IgE to latex. Both patients had a reaction with the open challenge test with manioc. ImmunoCAP inhibition assays revealed cross-reactivity between latex and manioc. Conclusion: Although previous reports have already suggested cross-reactivity between latex and manioc, this is the first report of cross reactivity between these allergens in our country, and indicates that manioc should definitely be added to the growing Iist of foods that present cross-reactívity with latex.
Objetivo: Primeira descrição em nosso meio de reação anafilátíca, com urticária e broncoespasmo após a ingestão de mandioca (Manihot utilissima) em pacientes com alergia ao látex, sugerindo a presença de uma reatividade cruzada entre estes dois alérgenos. Métodos: A alergia ao látex foi confirmada através da pesquisa de IgE específica in vivo (testes de puntura) e in vitro (ImmunoCAP, PHADIA, Brasil). Testes cutâneos para aeroalérgenos comuns, mandioca e outros alimentos também foram realizados. A alergia a mandioca foi avaliada pela determinação de IgE específica in vivo e confirmada através de testes de provocação oral com a mandioca. Ensaios de inibição do ImmunoCAP foram realizados com extrato de mandioca e de látex para avaliar a reatividade cruzada. Resultados: Os testes cutâneos para aeroalérgenos comuns foram negativos. Os testes cutâneos de puntura com extratos comerciais de látex foram positivo em ambos os pacientes. Prick-to-prick com mandioca crua e cozida também foram positivos. Ambos tiveram testes cutâneos positivos para mamão fresco e um deles para abacaxi. Os testes foram negativos para a banana, kiwi e castanha. Ambos tinham níveis séricos elevados de IgE específica ao látex. Ambos os pacientes tiveram reação com a provocação aberta com a mandioca. Ensaios de inibição do ImmunoCAP revelaram reatividade cruzada entre o látex e mandioca. Conclusão: Esse é o primeiro relato de reação cruzada entre estes dois alérgenos no Brasil. Os resultados reforçam que a mandioca deve ser definitivamente adicionada à crescente lista de alimentos que apresentam reação cruzada com o látex da borracha.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Anafilaxia , Ingestión de Alimentos , Hipersensibilidad a los Alimentos , Inmunoglobulina E , Técnicas In Vitro , Látex , Manihot , Reactividad-Estabilidad , Técnicas y Procedimientos Diagnósticos , Métodos , Pacientes , Pruebas Cutáneas , MétodosRESUMEN
Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar alterações na resposta clínica e imunológica ao camarão após a imunoterapia com Dermatophagoides pteronyssinus. Métodos: Selecionou-se 35 indivíduos alérgicos a Dermatophagoides pteronyssinus (Der p), os quais foram submetidos a testes cutâneos de leitura imediata para ácaros, baratas, camarão, tropomiosina recombinante, além de cão, gato e fungos. A detecção de IgE espcífica in vitro foi feita para o ácaro, camarão, barata americana e para suas tropomiosinas. Em todos, avaliou-se reatividade clínica ao camarão através de provocação oral. Dez pacientes foram alocados para o grupo controle, e 25 foram submetidos à imunoterapia alérgeno específica para o ácaro. Os testes cutâneos e a dosagem de IgE sérica específica foram repetidas após a indução da imunoterapia, e após 1 ano do início. A reatividade clínica ao camarão foi reavaliada no final do estudo pela provocação oral. Resultados: No grupo dos pacientes que foram submetidos à imunoterapia, observamos diminuição na reatividade nos testes cutâneos e dosagem de IgE específica para Der p, camarão e tropomiosina recombinante. Dos 10 pacientes com testes cutâneos positivos para camarão, 4 foram negativos na dosagem após um ano de imunoterapia (p= 0,04). Quanto à dosagem sérica de IgE para camarão, dos 9 positivos no início, 6 ficaram negativos (p= 0,014). Nenhum paciente submetido a imunoterapia desenvolveu nova sensibilização para camarão. Não houve alteração na reatividade clínica ao camarão após imunoterapia. Conclusão: A imunoterapia para Dermatophagoides pteronyssinus foi acompanhada de diminuição da reatividade imunológica para camarão e clinicamente não houve alteração da sensibilidade a camarão.
Objective: The objective of this study was to determine changes in clinical and immunological response to shrimp after immunotherapy with Dermatophagoides pteronyssinus. Methods: We studied 35 allergic subjects to Dermatophagoides pteronyssinus (Der p), submitted to skin tests to mites, cockroach, shrimp, recombinant tropomyosin, and dog, cat and fungi. The detection of serum specific IgE was performed to mite, shrimp, and tropomyosin from American cockroach. In all patients, the clinical reactivity to shrimp was assessed through oral challenge. Ten patients were allocated to the control group, and 25 were submitted to immunotherapy for mite. Skin tests and determination of serum specific IgE were repeated after the induction of immunotherapy (3-4 months) and 1 year after of beginning of the treatment. The clinical reactivity to shrimp was assessed again at the end of the study by oral challenge. Results: In the group of patients who were undergoing immunotherapy, we observed decreased reactivity in the skin tests and specific IgE levels to Der p, shrimp and recombinant tropomyosin. Among the 10 patients with positive skin tests to shrimp, 4 were negative when assessed after one year of immunotherapy (p = 0.04). About serum specific IgE to shrimp, from the 9 positive reactors in the beginning of treatment, 6 became negative (p= 0.014). There was no change in clinical reactivity to shrimp after immunotherapy. Conclusion: The immunotherapy for Dermatophagoides pteronyssinus was accompanied by decreased immune reactivity to shrimp and clinically there was no change in sensitivity to shrimp.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adulto , Dermatophagoides pteronyssinus , Dermatophagoides pteronyssinus/inmunología , Hipersensibilidad a los Alimentos , Inmunoterapia , TropomiosinaRESUMEN
A mathematical model is proposed to analyze the effects of acquired immunity on the transmission of schistosomiasis in the human host. From this model the prevalence curve dependent on four parameters can be obtained. These parameters were estimuted fitting the data by the maximum likehood method. The model showed a good retrieving capacity of real data from two endemic areas of schistosomiasis: Touros, Brazil (Schistosoma mansoni) and Misungwi, Tanzania (S. haematobium). Also, the average worm burden per person and the dispersion of parasite per person in the community can be obtained from the model. In this paper, the stabilizing effects of the acquired immunity assumption in the model are assessed in terms of the epidemiological variables as follows. Regarded to the prevalence curve, we calculate the confidence interval, and related to the average worm burden and the worm dispersion in the community, the sensitivity analysis (the range of the variation) of both variables with respect to their parameters is performed.