RESUMEN
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a hanseníase figura nas principais causas de cegueira, e é influenciada por vários fatores, tais como: forma clínica, duração da doença e tratamento recebido. De acordo com estudos recentes, após a introdução da poliquimioterapia como tratamento da hanseníase, a prevalência da incapacidade visual tem diminuído. Descrever as alterações oculares e classificar o grau de incapacidade visual dos pacientes cadastrados no Programa de Hanseníase do Distrito Federal. Avaliação oftalmológica em uma casuística composta por 153 indivíduos, utilizando o protocolo proposto pela OMS em 1987. Observou-se que a queixa ocular mais comum foi o ardor, ocorrendo em 30,1 por cento dos pacientes; a deficiência visual ocorreu em 5,2 por cento, e a visual grave em 1,3 por cento, não tendo havido caso de cegueira absoluta; as alterações oculares mais freqüentes foram a catarata, relacionada em 15,0 por cento com as formas multibacilares e 3,1 por cento com as formas paucibacilares; lagoftalmo em 3,9 por cento; diminuição da sensibilidade da córnea em 23,5 por cento e iridociclíte em 7,8 por cento dos pacientes; quanto ao grau de incapacidade visual, 74,8 por cento da casuística apresentou grau 0; grau 1 ocorreu em 23,6 por cento, e grau 2 em 1,6 por cento. A idade, o tempo de duração da doença menor que cinco anos em 60,7 por cento dos pacientes e o tratametno com a poliquimioterapia, parecem ter influenciado no grau de incapacidade visual