RESUMEN
Abstract The institutional clinical practice with adolescents in a university hospital in the present times raises questions about both gender and sexuation. Such questions are not exclusively at the level of practice, but also of theory, requiring it's refinement. We introduce it in the context of psychoanalysis. Methodologically, we left the clinic to question the theory, allowing it to be enriched, as Freud wanted, from the beginning, when he observed that in psychoanalysis there is no theory without clinic. Although we are based on psychoanalytic authors, we do not fail to imply references in authors of the connection fields of psychoanalysis, which often bring fundamental elements to the intended refinement. We conclude by presenting a case to exemplify the questions that led us to the research.
RESUMO A prática clínica institucional com adolescentes em um hospital universitário atualmente levanta questões tanto sobre gênero quanto sobre sexuação. Tais questões não se colocam exclusivamente a nível da prática, mas também da teoria, exigindo um afinamento desta. Introduzimo-lo no contexto da psicanálise. Metodologicamente, partimos da clínica para questionar a teoria, permitindo enriquecê-la, como queria Freud desde o início, quando observava que, em psicanálise, não há teoria sem clínica. Apesar de nos basearmos em autores psicanalistas, não deixamos de implicar referências em autores dos campos da conexão da psicanálise, que muitas vezes trazem elementos fundamentais para o afinamento pretendido. Terminamos com a apresentação de um caso para exemplificar as questões que nos levaram à pesquisa.
RESUMEN
A partir de uma pesquisa em um programa de prevenção da obesidade na adolescência (PROA), de caráter multidisciplinar, realizada em um ambulatório público de um hospital referência no Rio de Janeiro, foram feitas primeiras entrevistas com todos os participantes e dois casos clínicos serão expostos no presente trabalho, que pretende abordar a partir destes, juntamente com uma articulação teórica psicanalítica, a relação mãe-filha, questionando como a obesidade pode surgir como sintoma deste par. Freud (1931) comparou esta relação a uma "catástrofe", posteriormente Lacan (1972) denominou "devastação". Sabemos que ela ocorre no corpo a corpo, numa impossibilidade de distinguir de quem é o corpo. A figura da mãe "controladora da comida" aparece como uma constante, e nos atendimentos realizados com mãe e filha conjuntamente, sempre se impunha a questão: de quem é o corpo? Esta pergunta permite minimamente uma equivocidade, pois, se pode ser lida como: o corpo pertence à mãe ou pertence à filha? Pode ser lida também como: de quem é o corpo cuja imagem aparece no "centro dos turbilhões entre mãe e filha"?(AU)
From a research in a obesity prevention program in adolescence (PROA), of multidisciplinary character, developed at public outpatient clinic of a reference hospital in Rio de Janeiro, it were made first interviews with all participants and two clinical cases will be exposed in this work, which aims to address from these, together with a theoretical articulation of the psychoanalytic mother-daughter relationship, questioning how obesity may arise as a symptom of this pair. Freud (1931) compared the relationship to a "catastrophe" later Lacan (1972) called "devastation". We know that it occurs in the body-to-body, an inability to distinguish who is the body. The mother figure "controlling food" appears as a constant, and the care provided to mother and daughter together, always imposed the question: who is the body? This question allows minimally a equivocity therefore can be read as: does the body belong to the mother or daughter? It can also be read as: who is the "center of the vortices between mother and daughter?(AU)