RESUMEN
Foram estudadas, retrospectivamente, 45 pacientes do Ambulatório de Infertilidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto-USP, com o objetivo de comparar a HSG e a laparoscopia como métodos diagnósticos de fatores canaliculares da infertilidade feminina. A idade média das pacientes e o tempo médio de infertilidade foram 29,2 e 5,6 anos, respectivamente. NA HSG foram obtidas, em média, seis exposiçöes de raios-X, e durante a laparoscopia a permeabilidade tubária foi testada através da injeçäo de soluçäo aquosa de azul de metileno. Entre os diversos diagnósticos de alteraçöes tubárias, os dois métodos concordaram em 71,1 por cento dos casos. A laparoscopia apresentou maior percentual de falha no diagnóstico de obstruçäo (31,6 por cento). A HSG foi menos eficaz no diagnóstico de aderência peritubária, sendo de 13,3 por cento o valor de falso-negativo e de 8,9 por cento o de falso-positivo. Em pacientes que apresentaram obstruçäo tubária direita e/ou esquerda (perfazendo o número total de 38 trompas avaliadas), a localizaçäo desta obstruçäo foi firmada pela HSG e pela laparoscopia, respectivamente, para a trompa direita e esquerda: cornual - 7,9 por cento e 5,3 por cento; ístmica - 34,2 por cento e 18,4 por cento; distal - 42,1 por cento e 44,7 por cento e näo-determinada em 15,8 por cento e 31,6 por cento. Entre os achados diagnosticáveis por apenas um dos métodos encontrou-se, com maior freqüencia, aderências envolvendo outros órgäos pélvicos, alteraçöes de tamanho e aspecto ovariano, alteraçöes de forma do corpo uterino e falhas de enchimento da cavidade. As características dos métodos e os resultados obtidos sugeriram que a HSG e a laparoscopia säo métodos diagnósticos que se complementam, sendo imprescindíveis no estudo de fatores de infertilidade feminina.