RESUMEN
Introdução: É necessário conhecer a situação de alergistas/ imunologistas nos diferentes cenários de atuação, identificando perfis e eventuais dificuldades. O conhecimento destes dados poderá servir de subsídio para fomentar a implementação de políticas que garantam a integralidade na atenção à saúde do paciente com doenças alérgicas e erros inatos da imunidade (EII). Objetivo: Verificar o perfil dos especialistas em Alergia e Imunologia no Brasil, em relação ao local de atuação, acesso a exames, terapias e o impacto da pandemia COVID-19 sobre o seu exercício profissional. Métodos: Estudo descritivo-exploratório, com dados coletados por inquérito on-line, utilizando-se a ferramenta Google Forms. Todos os associados adimplentes da ASBAI foram convidados a participar. O questionário abordou aspectos sociodemográficos e profissionais. As informações foram analisadas no programa SPSS versão 20.0. Resultados: Quatrocentos e sessenta associados responderam ao questionário. Observou-se predomínio de mulheres (73%), com mediana de idade de 47 anos. A maioria dos participantes atua no setor privado (95%), e 47% no setor público. Aproximadamente 80% dos que atendem no setor público referiram ter acesso a algum exame diagnóstico para doenças alérgicas e EII. Apenas 35% dos especialistas do sistema público têm acesso a imunoterapia alérgeno específica, contra 96% dos que atuam no setor privado. Já aos medicamentos imunobiológicos, 53% e 72% dos especialistas que atuam no serviço público e privado, respectivamente, referiram acesso. Mais de 60% dos associados participantes da pesquisa tiveram redução no número de consultas em pelo menos 50%, e 56% tem realizado atendimento por teleconsulta durante a pandemia de COVID-19. Conclusão: Os associados da ASBAI têm incorporado na sua prática clínica os avanços na terapia das doenças imunoalérgicas, mas vários métodos diagnósticos ainda são pouco acessíveis. A presença do especialista em Alergia e Imunologia no SUS, também precisa ser ampliada. A pandemia do coronavírus trouxe a discussão da telemedicina como um método de atendimento clínico em nossa especialidade.
Introduction: It is necessary to know the situation of allergists/ immunologists in different scenarios of action, identifying profiles and possible difficulties. The knowledge of these data can serve as a subsidy to promote the implementation of policies that ensure comprehensive health care for patients with allergic diseases and inborn errors of immunity (IEI). Objective: To verify the profile of specialists in Allergy and Immunology in Brazil, concerning the place of work, access to tests, therapies, and the impact of the pandemic on their professional practice. Methods: Descriptive-exploratory study, with data collected through an online survey, using the Google Forms tool. All compliant ASBAI members were invited to participate. The questionnaire addressed sociodemographic and professional aspects. The information was analyzed using SPSS version 20.0. Results: Four hundred and sixty associates answered the questionnaire. Women were predominant (73%), and the median age was 47 years. Most participants work in the private sector (95%) and 47% in the public sector. Approximately 80% of those who work in the public sector reported having access to some diagnostic tests for allergic diseases and IEI. Only 35% of specialists in the public system have access to specific allergen immunotherapy, against 96% of those working in the private sector. As for immunobiological drugs, 53% and 72% of specialists working in the public and private service, respectively, reported access. More than 60% of the members participating in the survey had a reduction in the number of consultations by at least 50% and 56% have been assisted by teleconsultation during the Covid19 pandemic. Conclusion: ASBAI associates have incorporated advances in the therapy of immune allergic diseases into their clinical practice, but several diagnostic methods are still inaccessible. The presence of specialists in Allergy and Immunology in the Unified Health System (Sistema Único de Saúde - SUS) also needs to be expanded. The coronavirus pandemic brought the discussion of telemedicine as a method of clinical care practice in our specialty.
Asunto(s)
Humanos , Historia del Siglo XXI , Brasil , Atención Integral de Salud , Alergia e Inmunología , Alergólogos , COVID-19 , Pacientes , Derivación y Consulta , Sociedades Médicas , Terapéutica , Sistema Único de Salud , Preparaciones Farmacéuticas , Encuestas y Cuestionarios , Telemedicina , Sector Público , Sector Privado , Consulta Remota , Pruebas Diagnósticas de Rutina , Necesidades y Demandas de Servicios de Salud , Hipersensibilidad , Inmunidad , InmunoterapiaRESUMEN
A erupção pigmentar fixa (EPF) é uma reação cutânea adversa a drogas relativamente comum, envolvendo cerca de 10% de todas as reações de hipersensibilidade a medicamentos (RHM). Envolve uma reação imunológica não imediata, mediada por células T CD8+ sensibilizadas, relacionada ao mecanismo do tipo IVc na classificação de Gell e Coombs. Um dos grupos mais frequentemente implicados nesse tipo de reação é o dos antiinflamatórios. Relatamos o caso de um homem que, 24 horas após iniciar tratamento com nimesulida para lombalgia, apresentou um quadro de lesões cutâneas tipo máculas eritemato-violáceas bem delimitadas e disseminadas pelo corpo. A nimesulida é um fármaco anti-inflamatório não esteroidal (AINE) pertencente à classe das sulfonanilidas, que atua como inibidor seletivo da enzima da síntese de prostaglandina, a ciclo-oxigenase, inibindo preferencialmente a COX-2. O diagnóstico foi comprovado pela realização do teste de contato, também conhecido como patch test, que traduziu positividade na segunda leitura realizada após 72 horas da sua colocação.
Fixed pigmented erythema (FPE) is a relatively common adverse drug reaction, consisting of approximately 10% of all drug hypersensitivity reactions. It involves a non-immediate immune reaction mediated by sensitized CD8+ T cells and related to the type IVc mechanism in the Gell-Coombs classification. One of the groups most frequently involved in this type of reaction is that of anti-inflammatory drugs. We report the case of a man who, 24 hours after starting treatment with nimesulide for low back pain, presented with well-defined cutaneous lesions consisting of erythematous-violaceous macules and spread throughout the body. Nimesulide is a non-steroidal anti-inflammatory drug (NSAID) belonging to the sulfonanilide class that acts as a selective inhibitor of the prostaglandin synthesis enzyme, cyclooxygenase (COX), preferentially inhibiting COX-2. The diagnosis was confirmed by a patch test, which translated positively in the second reading performed 72 hours after its placement.